Livro 2 Cap 74

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Daryl

Depois de tomar um banho rápido saio do banheiro. Minha cabeça parece uma bomba que pode explodir a qualquer movimento brusco. Vou até uma das cômodas e pego uma cueca boxer limpa para vestir. Encontro um analgésico dentro da gaveta do criado mudo, engulo dois comprimidos e saio do quarto. A. Casa está uma zona, mas pelo menos não encontro ninguém em lugar nenhum. Vou até a cozinha, pego uma tigela, leite e cereais. A ideia de comer não me me anima muito, pelo contrário, embrulha ainda mais meu estômago. Mas tenho total noção que preciso me alimentar, a menos que queria parar na merda de um hospital.

Derramo um pouco de cereal na tigela e depois o leite. Faço careta quando minha colher encosta na tigela e faz barulho. Parece que estão batendo nos meus olhos com martelos.  

- Me diz que tem café pronto... - me assusto ao ouvir a voz da Zay atrás de mim - Céus... Minha cabeça.

Olho para ela.

- Quer dizer que sua presença começará ser imposta logo pela manhã? - pergunto - Por que está usando uma camiseta minha? - Zay só está vestindo isso, a camiseta mal chega as coxas. Busco rapidamente na minha memória de bêbado qualquer indício de ter feito uma grande merda, mas não lembro de muita coisa.

Ela massageia as têmporas fazendo careta enquanto se aproxima mais de mim.

- Alguma das suas coelhinhas vomitou em mim, pelo menos eu acho que foi isso que aconteceu. Acordei nua no quarto ao lado do seu e quando fui procurar minhas roupas estavam imundas. - ela dá de ombros - Tomei banho e peguei uma camiseta limpa. Não podia vestir roupas fedendo a vômito e nem ficar pelada enquanto espero elas terminarem de lavar. E já são três horas da tarde, bonitão. - ela olha em volta e faz cara de choro - Não tem café pronto? Para que serve ser rico e morar em uma mansão, se não tem ninguém para fazer seu café? 

- Demiti todos que trabalhavam na casa.

- O quê? - pergunta como se tivesse dito que tenho uma vagina na testa.

- Nunca gostei de pessoas o tempo inteiro na minha casa, Bolinha. - enfatizo para que entenda que quero ficar sozinho - Prefiro que venham quando necessário e depois vão embora. - mas claro que ela se faz de desentendida, Zay nunca compreende algo quando não é de seu interesse.

- E por que tinham todas... Ah, esquece.

Ela respira fundo e olha em volta.

- Pois então, acho que deve fazer o café para mim. - senta do meu lado e faz careta pra minha tigela intocada de cereais - Você que dispensou a mulher educada que fazia o café divino, eu sou visita e estou de ressaca. Anda homem, faz o meu café.

Rio e me arrependo quando a dor na minha cabeça piora.

- Vai a merda Bolinha. Não recordo de ter convidado você para dormir aqui e até onde eu lembro, era você que sempre dizia que não precisava de homens para nada, exceto quando estava disposta a instruir os coitados de como dar prazer a você. 

- E é exatamente o que estou fazendo agora. Anda homem. Tenha utilidade.

- Este homem não vai a lugar nenhum. A cafeteira está bem ali, é só colocar uma cápsula no buraco, depois água e apertar o botão vermelho. Talvez vocês tenham até figurinhas para trocar, sabe? Sobre buracos e cápsulas. Você poderia pegar umas dicas de como não passar por aquilo de novo e poupar nós dois de mais constrangimentos.

Zay me dá um soco forte no braço e eu seguro um gemido de dor.

- Vai se ferrar Daryl. - diz levantando indo até os armários.

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