Livro 2 Cap 112

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Daryl

Mesmo sem ter a intenção aperto minha filha contra meu peito, estou ansioso e aterrorizado com que vou encontrar. E adoraria manter minha pequena segura e longe de tudo isso. Rose brinca com os balões que comprei, alheia a toda merda que aconteceu nas últimas horas.

Quando seguro a maçaneta da porta meu peito fica ainda mais apertado. Não faço ideia de qual versão da Sarah estará me esperando do outro lado da porta, mas com minha experiência, sei que não devo esperar coisa boa.

Respiro fundo antes de entrar, me preparando para o pior e para proteger a minha filha, mas para minha surpresa ela não está sozinha no quarto.

A senhora Yang está sentada em uma cadeira próxima a cama. E a sarah... Ela parece bem, triste e cansada como qualquer pessoa em uma situação como essa, mas ainda parece a Sarah, a nossa Sarah.

- Imbecil, não esperava que viesse agora. - fala surpresa e sorri para nossa filha. Nesse momento seus olhos se enchem de lágrimas e ela estica os braços em direção a nossa filha. Pedindo para pega-la no colo.

Rose pula animada nos meus braços e faz os mesmos gestos em direção a mãe.

- Vem para mamãe meu anjinho, estava morrendo de saudades.

Rose pula mais e Sarah ri.

Fico hipnotizado com a cena por alguns segundos, sem ter certeza que estou realmente acordado, que isso é mesmo real. Algum tempo atrás, algo assim seria impossível de acontecer, ela não estaria bem. Nem perto disso. Muito provavelmente estaria me afastando e descontrolada.

Respiro aliviado e sorrio em agradecimento para terapeuta. Ela com toda certeza merece o reconhecimento por tamanha façanha. Mas, percebo que o medo e insegurança ainda queimam dentro de mim. Sarah já pareceu estar bem outras vezes também, mas foi uma questão de gatilho certo para que tudo desmoronasse mais uma vez.

- Preciso ir agora. Tenho outro paciente daqui a pouco. - ela levanta - Sarah, sabe que pode me ligar a qualquer hora, certo?

Sarah confirma com a cabeça enquanto brinca com nossa filha e os balões.

Acompanho a sra. Yang até a porta.

- Obrigado, de verdade. - falo baixo. Quero mesmo acreditar que dessa vez é para valer. Sem mais recaídas.

Ela sorri um pouco.

- Fico muito feliz em ajudar. É um caminho longo e difícil, mas a Sarah está se esforçando, então acredito que o mérito seja mais dela do que meu, sr. Ortega.

(...)

- Deixa eu adivinhar... Foi a Zay que vestiu ela hoje? - Sarah pergunta rindo.

- E o que denunciou a Bolinha? As botas e jaqueta de couro ou a calça jeans destroyed?

Rimos os dois.

- Não sei qual de nós é a pior influência para nossa garotinha. - ela continua.

Algo dentro de mim se agita. 

- Adoro ouvir você falando assim. Nossa...  - digo sem conseguir me conter - Sou um canalha muito sortudo apesar de tudo.

- Eu que sou, imbecil... De longe. 

Nos encaramos em silêncio por um tempo, até que fique estranho e desconfortável demais. Resolvo mudar o assunto e voltamos para um lugar mais tranquilo e seguro para nós dois.

Ainda estamos conversando sobre as mais recentes travessuras da Rose, Quando alguém bate na porta. Percebo que Sarah não estava esperando por ninguém e assumo uma posição defensiva. Acho que ainda vai demorar muito tempo até que essa sensação de insegurança passe totalmente.

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