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keneti pov

estou em meio a uma reunião chata e desnecessária, mas que como sempre meu pai fez questão de ter, mas minha cabeça está em Cami e no seu projeto. Ttudo está pronto para que ela possa montar seu restaurante, só falta bater o martelo com o corretor e começar a reforma enquanto preparamos as licenças. estou feliz que posso proporcionar isso a ela.

meu celular vibrando me tira fora dos pensamentos, o tiro do bolso e não reconheço o número que chama, penso em não atender, mas um impulso me faz apertar o botão verde.

-alô?

-moço? •não reconheço a voz e fico confuso, parece uma garota muito jovem, talvez seja um trote• moço, estou com a sua esposa, ela foi assaltada.

-como é? ela está bem?

-bateram nela, está machucada, mas está consciente. venha logo para cá, ela não tem documento nenhum, levaram todas as coisas.

-está falando sério?

-claro. senhor, não estou brincando. por favor venha logo •algo em sua voz me fez levantar da cadeira com o coração aos pulos• olha, quer falar com ela?

-sim •comecei a recolher minha coisas se cima da mesa•

-ela desmaiou. vem logo •a garota gritou e me passou e endereço•

não conseguia achar a chave do meu carro, minhas mãos tremiam e minha boca estava seca, quando finalmente olhei em volta todos os presentes me olhavam paralisados. meu pai levantou de sua cadeira ao meu lado e tocou meu braço.

-Cami foi assaltada..

-como assim? onde?

-em frente ao local que ia visitar.

-ela está bem?

-acho que não, não sei … ela desmaiou antes que eu conseguisse falar com ela.

-alguém liga já na portaria e pede um carro •ele gritou e sua secretária saiu às pressas• fica calmo.

daquele momento em diante tudo virou um borrão de acontecimento até que cheguei ao local e encontrei Camila desmaiada nos braços de um garoto. por sorte tínhamos escolhido um ponto próximo ao escritório e cheguei antes da ambulância.

e agora, pela segunda vez em poucas horas estou rezando pela vida de alguém, alguém importante demais para mim. alguém que ainda nem tive a oportunidade de conhecer, que nem sabia que existia até 1 hora atrás.

Cami está tão nervosa quanto eu, seus dedos apertam os meus enquanto esperamos o obstetra de plantão vir realizar a ultrassonografia.

-vai ficar tudo bem, love •sussurro na costas de sua mão•

-vai sim.

-boa tarde •a porta se abre e um rapaz jovem entra• sou o Dr. Jason Stanton, vou realizar o exame. está de roupa íntima? •Cami nega com um aceno• só preciso que posicione os pés sobre esses estribos aqui. vai ser rápido. não vai doer, só um incômodo.

-tudo bem •ela sussurra e a ajuda a colocar as pernas para cima• o resultado sai na hora?

-sim. fica tranquila. certo? o estresse prejudica o bebê. quanto mais calma ficar, melhor ele fica. e no pior dos casos, que não vai ser o seu, vocês são jovens e podem tentar de novo •ia dar uma resposta grosseira mas ele completou• sei que não é a mesma coisa, mas é melhor uma esperança que nada. vamos lá.

observei ele colocar um preservativo em um equipamento longo e fino, passar um gel e movê-lo para baixo do lençol que cobria a parte inferior do corpo da minha esposa. beijei seu rosto quando ela se retraiu um pouco conforme o objeto era movido. durou apenas alguns segundos de silêncio, em seguida uma batida forte soou pela sala.

-ai está o bebê •Cami fungou e sorriu, o jovem médico sorriu calmo para nós dois• como eu disse, ele está ótimo. é muito pequeno,mas forte como um gigante. está tudo bem. tem um pequeno descolamento de placenta.

-meu Deus.

-calma, Camila •ele sorriu de novo e tirou o aparelho• vou passar um medicamento e você vai manter repouso por uma semana. se tudo der certo a placenta vai colar novamente. seu bebê não pesa quase nada, isso vai facilitar. repouso, repouso e repouso. certo? se sangrar ou sentir cólica corre para cá. vou deixar meu telefone particular com vocês, me liguem a qualquer hora. vou pedir que a técnica imprima as imagens para vocês.

o médico nos deu a receita e todas a s recomendações, e assim como entrou na sala, ele saiu, calmo e sorridente. queria metade da calma desse cara.

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camila pov

quinze dias se passaram do meu assalto, Kage anda me dando nos nervos de tanto cuidado, tudo que falo que quero fazer, ele faz antes. Estou me controlando para não dar uns belos gritos, tenho que entender que ele está tão assustado quanto eu.

Tessa veio cuidar de mim nos primeiros dias, Lili passava para me ver mas não podia ficar com os dois bebês, depois minha mãe chegou para ficar até tudo se acalmar.

hoje tenho consulta e espero finalmente ser liberada.

-amor, você está me deixando nervosa de tanto sacudir a perna.

-desculpa. estou ansioso.

-eu sei. mas calma.

-olá papais, vamos entrar?

como esperado minha placenta tinha colado totalmente e eu estava liberada para atividades de baixo impacto. mas estava com restrição de algumas, como sexo, pelo próximo mês e meio. jesus, mal casei e já não posso transar.
mas ninguém morre por isso, não é mesmo?

-não é tão ruim, amor •Kage tentou me consolar•

-é sim. cocê consegue dar um jeito, e eu?

-pra ficar claro, não é a mesma coisa. mas … posso dar um jeito pra você também •falou sério, mas eu via seu riso ali no cantinho•

-palhaço •o empurrei•

ja estávamos na recepção esperando as imagens do exame quando vi uma pessoa conhecida se aproximar.

-oi KJ, Camila.

-Oi, senhor Apa.

-me chame de Tupai, ou sogro •quase cai dura de surpresa• cheguei atrasado para o exame, mas aceitam almoçar comigo?

αρєทαs υмα ทσiτє ❁ kjmila [cσмρℓєτα]Onde histórias criam vida. Descubra agora