Depois Daquele Beijo

Vinte

     Mas como desgraça pouca é bobagem, alguns dias depois do ocorrido Alisson mais uma vez foi chamada até hospital onde irmão estava internado e pro seu desespero ele estava muito pior. O médico conversou com ela.

___Seu irmão vinha se queixando de dores de cabeças constantes, fizemos uma tomografia e descobrimos que ele tem um aneurisma e pode se romper a qualquer momento, eu sugiro uma cirurgia urgente.

___Eu autorizo a cirurgia.

___Olha, eu vou ser bem claro, infelizmente pelo SUS você teria que esperar e ele não tem tempo. Tem que ser particular.

___Mas eu não tenho onde arrumar esse dinheiro.

___Eu lamento muito Alisson, mas não tenho como ajudar.

     Foi para o trabalho com a cabeça a mil, se concentrou no que estava fazendo pois a vida de pessoas dependia dela não errar, por fim quando teve uma folga entrou no vestiário e desabou, chorou até soluçar, estava tão absorta na sua dor que não notou quando Dr. Francisco entrou.

      Ele caminhou até ela fazendo com que levantasse do chão onde tinha se sentado.

___Meu Deus menina, o que houve com você?

      Tentou acalmar os soluços de choro para poder falar com ele.

___Não é nada, vai passar.

      Francisco olhava para ela sem parecer muito convencido, então disse.

___Vamos até a lanchonete do hospital tomar um café.

     Alisson aceitou de bom grado essa pausa e um pouco de companhia, estava tão arrasada e desesperada. Quando chegaram na lanchonete ele pediu dois sucos de laranja e sentou na frente dela.

___Então qual é seu nome?

___Alisson

___Parece nome de menino. Muito bem Alisson, me diga o que aconteceu. Ninguém chora assim por nada.

       Então como se uma comporta se abrisse dentro de seu peito ela contou tudo, cada detalhe do que vinha acontecendo em sua vida, e ele ouviu durante todo tempo sem dizer nenhuma palavra.

___Nossa!! Você tem razão em estar mal. Eu acho que você devia ir para casa e descansar, foi muita emoção pra um dia.

___Mas eu não posso sair agora Dr. Francisco.

___Quando não estamos no trabalho você pode chamar de Francisco. Vai tranquila, eu cuido de tudo.

     Já em casa Alisson ficou tentando achar uma solução para ajudar o irmão, poderia vender a casa, mas além de não valer muito dinheiro também levaria um tempo, talvez um empréstimo, isso parecia o mais certo, não se importaria de pagar por vários anos, desde que desse certo. Se decidiu por essa solução, de manhã  antes do trabalho iria ao banco tentar.  A tensão se dissipou e ela enfim dormiu a noite toda.