Trinta e sete

2.8K 229 40
                                    

    Ficou realmente parada na porta do centro cirúrgico como havia prometido à Cintia, até que 1 hora depois o Dr.Pedro saiu r falou com ela.

___Correu tudo bem, ela está na sala de observação e logo pode ir para o quarto.

___Obrigada doutor.                                       

      Sentia um alívio tão grande como se tivesse tirado uns 10 quilos das costas, sentou em umas cadeiras e esperou que levassem Cintia para o quarto, ficou olhando no celular e notou que não havia nenhuma resposta de Francisco a todas as suas tentativas de entrar em contato.

      Quando finalmente liberaram Cintia da sala de observação já estava escurecendo. Alisson não tinha comido nada o dia todo e seu estômago agora se ressentia disso. Iria até a lanchonete depois comprar algo para comer.

       Olhou Cintia dormindo na cama ainda sob o efeito da anestesia, ela ainda usava a touca e mascara, então com cuidado para que não acordasse Alisson tirou a toca e alisou de leve o cabelo dela colocando alguns fios no lugar, então tirou a mascara, por um momento sentiu o impacto do que via, ela era quase um clone de Francisco, mesmos traços só que mais delicados, era uma versão feminina do pai, e ele apesar de ser um filha da puta era bem bonito ainda, já tinha visto uma foto de Delores mãe de Cintia e não via nenhum traço dela na filha, nadinha. Não resistiu e passou a mão pelas sobrancelhas dela, pelo nariz, deslizou o dedo pelo contorno da bochecha, parou e olhou os lábios, e se deu conta que de já tinha beijado ela, mas parecia ser em outra vida de tão distante, tocou de leve também os lábios dela com o dedo e num impulso que não soube explicar, talvez por toda tensão que havia passado, se inclinou e deu um selinho de leve nela.

     Achou perturbador e ao mesmo tempo errado estar fazendo isso com ela desacordada, se afastou da cama e foi até a janela, do quinta andar podia ver parte da cidade se preparando para a noite, as luzes nas casas e apartamentos sendo acessas, tinha uma boa vista dali e achava tão bonito. Tentava acalmar o que estava sentindo quando ouviu Cintia.

___Alisson, eu estou acordada.

___Ah merda, me desculpa, eu não quis fazer o que fiz, espero que não esteja chateada demais.

___Chateada? Por que acha que eu fingi dormir quando senti você perto?

___Filha da mãe. Eu devia...

     Mas nesse momento foi interrompida pela entrada abrupta de Francisco no quarto. Como sempre quando ele chegava em qualquer lugar era difícil ignorar, era como uma pequeno furacão se fazendo notar.

___Então, o que aconteceu?

___Ah, nada de extraordinário pai, só precisei de uma cirurgia de urgência e você estava sumido, como disse, nada de mais.

     Francisco revira os olhos ante as palavras de Cintia e se vira para Alisson.

___Posso falar com você ali fora?

     Os dois saem do quarto onde Cintia estavam e parando do lado de fora, Francisco fecha a porta e encosta na parede.

___O que exatamente aconteceu?

___Ela passou mal pela manhã, teve muita dor, febre e vomitou, sabia que podia ser algo sério e a trouxe até aqui, era apendicite, tive que autorizar a cirurgia.

___Você não tinha o direito de autorizar nada, ela é minha filha, só eu poderia fazer isso. Nunca mais faça isso.

___Eu te deixei várias mensagens, tentei entrar em contato de tantas maneiras e nem noticias de você, você sabe que ela não podia esperar.

Depois Daquele BeijoOnde histórias criam vida. Descubra agora