Quarenta e oito

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     A vida de Alisson nos últimos dias tinha se tornado uma mistura de tédio por não estar trabalhando, ainda faltavam 20 dias para sua licença médica terminar, irritação toda vez que pensava em outra pessoa com Cintia e para piorar não tinha descoberto mais nada sobre algo ilegal de Francisco e nem sabia onde procurar, ficava na espera de mais alguma ligação que pudesse lhe dar um rumo para encontrar algo, mas nada acontecia e o tempo ia correndo. Francisco também parecia diferente, atencioso, preocupado com ela e nem falava mais mal de Cintia o que era um milagre.

      Estava deitada no quarto, já era quase 21:00 hrs quando ele chegou todo animado em casa.

___Tenho uma ótima noticia. Hoje decidiram que serei o nome diretor geral do Madre Amparo, mas ainda não foi feito o comunicado oficial, amanhã mesmo já começo a me inteirar de tudo com o antigo diretor.

      Teria recebido essa noticia com toda alegria porque assim passado alguns meses ele lhe daria a separação, mas agora que o conhecia melhor sabia que isso não iria acontecer assim tão facilmente, tentou fingir interesse.

___Isso é maravilhoso, parabéns, você merece.

___Vamos descer para comemorar ou quem sabe sair?

___Não estou bem hoje, podemos fazer isso outro dia?

      Para surpresa de Alisson ele nem reclamou.

___Está certo meu bem, faremos isso outro dia quando estiver melhor. Vou descer até a sala de ginástica e me exercitar um pouco.

___E eu vou dormir, estou caindo de sono.

       Ele deu um beijo na testa dela, desejou boa noite, trocou a roupa por short e camiseta cavada e saiu.

     Alisson até tentou dormir mas o sono não vinha. Quando ouviu ele subindo as escadas fechou os olhos e simulou dormir. Ele tomou um banho e então fez uma ligação no celular, mas saiu do quarto e ela não pode ouvir o que dizia, então ele volta trazendo algo na mão, ela não conseguia ver o que era porque a luz do abajur era muito tênue, em um relance conseguiu distinguir uma pasta, de dentro tirou algumas folhas de papel, retirou um quadro da parede e atrás havia um cofre. Ela nem sabia que havia um cofre ali, nunca tinha visto ele mexer nisso. Era difícil ver no escuro e ainda por cima usando só a visão periférica, não arriscava se mover, ele poderia notar. Ele fechou tudo, colocou o quadro de volta ao lugar e se deitou.

       Não era preciso ser um gênio para saber que se ele estava guardando algo em cofre devia ser importante e quem sabe comprometedor o suficiente para coloca-lo na cadeia. Finalmente tinha encontrado uma ponta para seguir, no dia seguinte já tentaria abrir aquele cofre. Isso acabou lhe dando uma certa calma e por fim dormiu.

Depois Daquele BeijoOnde histórias criam vida. Descubra agora