Cinquenta

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    Não tinha falado com Cintia desde a ultima visita que havia feito, sairá do apartamento tão atordoada que não lembrou de pedir o numero novo dela, talvez tenha sido até melhor, Cintia poderia dizer que não iria passar e isso seria mais um baque para Alisson.

     Mais uma vez estava perdida em pensamentos, não conseguia entender porque Francisco tinha guardado aquela carta por tanto tempo.

     Subiu os degraus, parando de vez  em quando para dar uma respirada, estava fora de forma, precisava fazer algum tipo de exercício para recuperar o fôlego. Parou ofegante em frente a porta do 40 e bateu. Cintia abriu a porta, mas na mesma hora o sorriso de Alisson sumiu quando viu a cena. Na sala de Cintia tinha um rapaz magrelo e alto, enxugando com uma toalha o cabelo todo molhado.

     Ah, o ciúmes, esse treco medonho atingiu Alisson como um coice de mula na cara, até esqueceu o motivo pelo qual tinha ido ali.

___Oi Alisson, eu não esperava te ver hoje.

___Notei, volto outra hora, acaba ai o que estava fazendo.

     Se virou e começou a descer os degraus rapidamente de dois em dois, Cintia disse algo, mas nem conseguiu ouvir, só queria ir o mais rápido possível embora dali.

    Ao chegar no final da escada sentiu uma mão prender seu cotovelo.

___Credo Alisson por que desceu tão rápido assim? Eu quase me arrebento para te alcançar.

__Eu volto outra hora, acho que está ocupada agora, pode voltar a fazer o que estava fazendo com seu namorado.

       Cintia soltou o braço de Alisson e ficou olhando primeiramente com cara de confusão e depois com um sorriso meio bobo no rosto.

___Que namorado Alisson?

__-O carinha lá no seu ap.

        Agora Cintia ria abertamente, e isso deixou Alisson mais irritada ainda. Ia saindo sem dar tchau para ela, mais uma vez foi impedida.

___Meu deus Alisson, meu apartamento está todo ferrado, o cano da pia da cozinha arrebentou e tive que chamar o encanador, ele tentou arrumar mais espirrou agua para todo lado. Não acredito, você surtou de ciúmes por causa do encanador, isso é bem engraçado.

      Alisson sentiu o rosto ficar cada vez mais quente e devia estar um tomate de tão vermelha, mas tentou manter a compostura e restinho de dignidade que ainda restava.

___Eu não estava com ciúmes, só não quis incomodar.

___Okay então, mas você veio por algum motivo, não vai embora assim. Vamos subir e conversamos.

      E lá se foram as duas escada à cima novamente. Quando chegou no quarto andar Alisson pensou que era por isso que Cintia estava cada dia mais magra, quem precisa de academia quando tem tantos degraus para usufruir.

      O cara ja tinha acabo de arrumar tudo, e Cintia pagou pelo conserto. A cozinha parecia uma piscina de tão alagada que estava, iria limpar tudo para ela depois, mas agora precisava falar sobre a carta. Esperou ela fechar a porta e então sentou no sofá, fez sinal para que ela sentasse ao seu lado.

___Você veio me dizer que terminou com ele?

__-Não Cintia, ainda não.

___Alisson eu te disse....

___Pode me ouvir um minuto por favor?

     Agora não iria esconder mais nada de Cintia, depois da dor de achar que ela já tinha alguém não queria mais arriscar perdê-la, então decidiu não guardar mais segredos.

___Cintia, um dia ouvi seu pai ao telefone e ele deve estar fazendo algum tipo de negocio ilegal, foi por isso que não larguei dele, eu queria muito descobrir o que era e poder coloca -lo na cadeira, essa é única forma de podermos ficar juntas, ele nunca ia permitir que eu ficasse com você e tenho medo do que possa fazer. Enfim descobri alguns papeis que ele tinha no cofre do quarto e no meio deles achei essa carta, pra você.

          Alisson tira a carta da bolsa e entrega à Cintia, que fica pálida na mesma hora ao reconhecer a letra no envelope com seu nome escrito.

___É a letra da minha mãe.

___Sim, eu li um pedaço, mas não toda. Achei que deveria te entregar.

        Com as mãos tremulas Cintia tira a carta de dentro do envelope e começar a ler. Alisson fica ali, mas não tinha menor do que fazer para tirar a dor de Cintia depois que ela acabasse de ler.

Depois Daquele BeijoOnde histórias criam vida. Descubra agora