Quarenta e dois

2.5K 218 21
                                    

     Francisco chegou antes de Alisson em casa, Cintia ouviu o carro e depois Berenice falando algo com ele, mas como sempre, e agora que ela havia operado isso não tinha mudado, ele nem se deu ao trabalho de perguntar com ela estava. Porém ela estranhou que mais ou menos 1 hora depois de chegar ele já tinha saído outra vez. Alisson acabou chegando também alguns minutos depois e passou pelo quarto de Cintia rapidinho antes de ir para o próprio quarto tomar um banho. Voltou depois com os cabelos ainda molhados. Cintia não conseguia deixar de admira - lá, estava linda.

___ Então, pronta para se livrar desses pontos?

___Claro. Não vai doer né?

___Em mim não.

__-Credo Alisson.

___Estou brincando, não vai doer muito.

   Então ela tira  de um saquinho de papel um frasco pequeno de álcool em gel, um pacote de gases. um par de luvas e uma lamina de barbeador e coloca tudo no criado mudo ao lado da cama de Cintia.

__Ei, ei !!! Você não está pensando em usar esse treco pra cortar meus pontos né?

___Estou sim. Você achou que ia mesmo roubar um bisturi do hospital?

___Achei sim.

     Ela da uma risada e olha para cara de assustada de Cintia.

___Pode confiar, eu não vou estripar você, prometo. Agora deita ai, sei o que estou fazendo, digamos que a lamina é só uma gambiarra cirúrgica.

     Obedecendo Alisson, Cintia se deitou na cama e levantou a blusa deixando o corte a mostra, virou o rosto para o lado e fechou os olhos, não queria ver, sua ultima lembrança tirando pontos não tinha sido nada agradável. Sentiu o álcool gelado tocando sua barriga, então sentiu um carinho que Alisson fazia na sua perna, quase pediu à ela para passar álcool no corpo todo porque ele estava esquentando, e logo em seguida um puxão de leve na barriga, seguido de mais quatro puxões, mas um pouco de álcool.

___Pronto senhorita, está livre dos pontos.

__-Já acabou?

___Sim, eu te disse que era rápido.

__-Eu mal senti.

___Bom, sinal que trabalhei bem. Quer descer para comer algo comigo?

___Não sei Alisson, Berenice pode nos ver.

___Nem pode, ela foi resolver algum problema de família, só volta amanhã cedo e seu pai esta em mais daqueles jantares fazendo lobby para ser diretor, por sorte não preciso ficar indo junto. Vamos rangar?

      Cintia olha de forma bem sugestiva para Alisson

___Então estamos sozinha? A casa é toda nossa?

___Haha, nem adianta me olhar assim, você ainda estava de resguardo, não vou abusar.

___Que droga, então vamos comer né?!

     Estavam na cozinha, com Alisson preparando sanduíches e Cintia sentada a mesa, quando ouviram algo cair em algum lugar da casa e se quebrar.

___Ouviu isso? Achei que não tinha ninguém em casa.

___Não é seu pai porque não ouvimos o carro chegando e Berenice não entra pela frente.

     Cintia vê Alisson apertar com mais força a faca que tem na mão e as duas ficam em silêncio tentando ouvir mais algum ruído.

___Acho melhor a gente chamar a policia Alisson.

___Eu vou dar uma olhada, pode ser só um gato que entrou por alguma janela aberta, imagina se chamamos a policia por isso.

    Alisson havia dado apenas um passo quando uma figura toda desgrenhada e alta aparece na porta de entrada da cozinha. Cintia da um grito, mas estranhamente Alisson se mantém parada olhado fixamente para ele.

___Diego.

___Oi irmãzinha, como você me esqueceu, tive que vim te procurar.



Depois Daquele BeijoOnde histórias criam vida. Descubra agora