Epílogo

105 23 8
                                    

NO PALÁCIO


O copo se estilhaça no instante que se choca com a parede de cor bordô. O líquido âmbar se espalha pelo carpete e seu cheiro alcoólico preenche o ambiente.

O autor do arremesso se encontra furioso, irritado, colérico, enraivecido... não existem palavras o suficiente para descrever o tamanho de sua ira. Mais uma vez seus guardas provaram sua incompetência. Não conseguiram capturar uma garota de dezessete anos. Em sua visão, não é tão difícil pegar uma criança, ele conseguiu pegar todo um palácio para si portando apenas duas pistolas.

— Um bando de incompetentes fardados — resmunga, furiosamente.

Ele passa sua mão por seus cabelos oleosos e olha na direção do mensageiro. O rapaz treme perante a sua presença. Muitos já ouviram falar dos acessos de fúria do Rei e ninguém quer presenciar esses momentos. Hoje o copo acertou a parede, mas amanhã ele pode acertar um de seus funcionários, já aconteceu antes e todos temem o momento que se repetirá.

— Quem foi o responsável pela fuga dela? — o Rei indaga, pronunciando cada palavra devagar.

— Ela se jogou de um prédio senhor, ninguém foi responsável.

— Como é que é? — O Rei se aproxima do Guarda que ganhara a função de notificar o Rei, seu capitão achou justo uma vez que a sugestão dos dois minutos de vantagem partira dele.

— Ela estava encurralada em um telhado e saltou pela beira. Havia uma escada pela qual ela fugiu. — O rosto de monarca atinge um novo tom de vermelho, causando pânico no rapaz. — Os rebeldes a ajudaram, ela está aliada a eles.

— Encontre-os — a ordem é dada em um tom baixo, causando um arrepio de medo no Guarda. — ENCONTRE ELA IMEDIATAMENTE. E MATE TODOS QUE SE COLOCAREM NO CAMINHO!

Todos no corredor,talvez no palácio inteiro, ouviram a ordem do Rei.

O rapaz aceita a gritaria com uma mesura honrosa ao Rei, presta continência pelo fato de estar na presença de um grande General e sai do escritório em silêncio. Mas em seu interior, ele se orgulha de ter auxiliado na fuga da Senhorita Dolce. Graças a ele, a garota ainda se encontra em liberdade e ao lado daqueles que podem trazer grandes mudanças ao seu país.

Carlos não entende como pode estar rodeado de pessoas tão burras, mas se ele quer manter o trono e a coroa, terá que parar de depender de seus homens e começar a trabalhar ele mesmo.

Terá que deixar a boa vida que está levando nos últimos anos e voltar ao que era antes de tomar o trono. A Princesa não terá chances contra o General Carlos Cavalcanti Melo. Ninguém terá chances.

Ele é o maior General que a Consolidação já viu e ninguém ficará em seu caminho, nem mesmo um bando de arruaceiros.


Continua...

Esperança na Liberdade [COMPLETO E EM REVISÃO] - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora