Gripadinho & Xaropinho

a rede

A chegada de Marcelo Faria em Caraíva (Bahia) fora junto ao nascer do sol, deixando estampado da maneira mais verdadeira o encanto que aquele lugar tinha, desde seus grãos de areia até as marolas do rio com o mesmo nome da cidade.

Régis Faria, seu irmão, o recebeu de braços abertos na casa que estava começando a montar na região. Os planos eram inúmeros e Marcelo chegara para ficar a par das empreitadas da família.

M: Vim colocar ordem nessa zorra aqui! - pulou do carro alugado.

R: Vem cá seu galã! - Após a fama do casal, os irmãos começaram a chamá-lo de galã da globo. - quer começar o tour pelo seu quarto ou pelo cabaré da região.

Os irmãos se abraçaram e logo estava a dar cascudos um no outro. Marcelo jogou sua mochila sobre a cama e resolveu tomar um lanche, ou melhor, café da manhã, junto ao irmão e seus amigos no pontos dos mentirosos, lugar onde deram boas gargalhadas.

Assim que a tarde caiu, Régis comunicou ao irmão que iria encontrar o designer, então o ator aproveitou para voltar a casa que estavam que se localizava numa das ruas mais calmas e ventiladas do local.

Seus olhos ardiam e pesavam por causa do dia inteiro de sol e banho de rio. Havia surfado e se divertido muito com os irmãos e amigos que tinha feito na região, estava feliz e relaxado. Arrumou suas roupas no guarda-roupa e tomou outra ducha, mas desta vez, colocou um pijama, pois, diferente do resto do pessoal que foi para o bar assistir as crianças e sua peça sobre o boto cor de rosa que levava as mulheres para o fundo do rio, Marcelo preferia descansar um pouco. Ele até rio ao lembrar que o irmão brincou com a lenda, querendo que o boto fosse uma mulher e que lhe levasse para nadar a noite toda, mas logo tratou de deixar a loucura de lado e jantar umas besteiras que estavam na geladeira.

O vento batia em seus cabelos, deixando-o cada vez mais entregue ao relaxamento do momento. De repente, um cheiro diferente invadiu o ar, um perfume que Marcelo conhecia e até apreciava. Mas...como podia? Abriu os olhos e, ao poucos, foi se acostumando com a luz fraca do local. O toque de pequenas mãos era sentido em seu abdômen e alguém o observava em pé, ao lado da rede. 

M: Gabi? - sussurrou assustado.

Gabriela parecia uma miragem. Usava um vestido mullet branco, que deixava suas coxas aparentes, um decote médio em V e alças que amarravam no pescoço. Ela tinha os cabelos soltos que corriam com o vento agitado de Caraíva e estava descalça, parecia uma miragem, mas não era, pois o tocava e aquele toque era inconfundível! A mão do ator agarrou o punho dela, puxando-a para mais perto, aproximando seus rostos e fazendo com que a aproximação permitisse que o cheiro dela o inebriasse ainda mais. 

M: não acredito que está aqui...

Ela sorriu levemente e alisou sua barba feita há alguns dias. Estava diferente da última vez que se viram, mas ela parecia gostar da nova aparência. Ele se sentou na rede, não consegui segurar o sorriso e o olhar ansioso sobre a mulher. Era dia 1 de outubro de 2018, mas poderia ser o último dia de suas vidas que ele não importaria de passar ali com ela.

M: senti sua falta... - a mão dele também acariciava sua pele, então ela cerrou os olhos e aceitou o carinho, sentando-se na rede, junto a ele.

Gabriela estava de lado, entre suas pernas, parecia serena. Carregava consigo um toque de seda que ele tanto apreciava, mas nada falava. Aquilo estava o deixando ainda mais ansioso, louco, para falar a verdade. Marcelo desceu os toques para seus ombros e braços, segurando enfim suas mãos. Ali ele depositou beijos e as trouxe para seu peito, a atriz se inclinou para frente, estando a poucos centímetros do rosto dele. 

M: por que está tão quieta? Quero escutar a sua voz, sentir seu toque, matar minha saudade de te ter aqui comigo...

O silêncio era perturbador aos ouvidos do loiro, mas logo a agonia foi se acalentando, pois a mulher lhe colhia os lábios como ninguém antes havia feito. Os beijos foram impossíveis de serem detidos naquele momento de tesão.Os beijos foram impossíveis de serem detidos naquele momento de tesão. As línguas pediram passagem em seguida, dado mais intensidade a troca e calor ao momento. Os braços se entrelaçavam e as mãos passeavam pelos corpos, ela estava sobre ele...