capítulo 26

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Adrian Miller
Chego à empresa às oito da manhã. Antes de chegar até minha sala, vou ao RH e procuro
pela Vanessa, a encarregada do departamento. Assim que a vejo sentada em sua sala digitando
algo em seu notebook, me aproximo.
— Bom dia, Sr. Miller – ela se levanta de sua cadeira.
— Bom dia Vanessa. Pode se sentar – digo.
— O senhor deseja alguma coisa?
— Hã... Sim. Quero que providencie a carta de demissão da Srta. Alana. Tem apenas
quinze minutos para isso. Entendeu? – Ela me olha assustada.
— Mas... Senhor? A Srta. Alana é a diretora de marketing e preciso que...
— Você não precisa de nada, Vanessa. Apenas acate minhas ordens – digo e ela se cala.
Claro que eu sabia que precisava nomear outro diretor e consultar o conselho, mas, não tenho
tempo para essas baboseiras. Quero-a longe de mim o mais rápido possível. — Estarei
esperando a carta em minha sala para que eu possa assiná-la – digo e saio.
— Bom dia Tony!
— Bom dia Sr. Miller – ele sorri.
— Quase não nos falamos na festa no sábado – digo parado em frente a ele.
— Sim – ele sorri. — Festa tumultuada aquela.
— Verdade – sorrio. — Meu pai sempre exagera nas comemorações.
— Se o senhor está procurando pela Srta. Alana, ela ainda não chegou.
— Não. Não estou – digo. — Mas, quando ela chegar, peça que vá até minha sala. Por
favor.
— Sim, claro.
Caminho até minha sala pensativo. Ontem, Verônica não falou comigo o resto da noite.
Fiquei tão irritado que fui para sala e acabei adormecendo no sofá. Preciso admitir, ela tem o
temperamento forte, mas adoro sua teimosia.
Começo a analisar alguns contratos que ficaram pendentes. Estamos a ponto de fechar um
contrato com uma marca famosa de cosméticos. O que dará um prestígio maior ainda para a
empresa.
— Andressa, pode vir até minha sala, por favor? – interfono para minha secretária.
— Sim, senhor.
Ela abre a porta e vem em minha direção.
— Andressa, eu quero que me faça um favor. Sabe a loja de celulares aqui ao lado?
— Sim senhor – ela me olha com sua testa enrugada.
— Preciso que vá até lá e compre um celular – peço retirando da minha carteira, um talão
de cheques. Assino uma folha, destaco-a e dou a ela.
— Qual aparelho senhor? – ela pergunta pegando a folha de cheque em minha mão.
— O mais moderno que tiver. Não se preocupe com valor. Por isso está em branco – digo.
Preciso comprar outro celular para Verônica. Não sei por que ela tem mania de quebrar
telefones quando está com raiva.
— Sim, senhor – ela diz e sai fechando a porta.
Continuo analisando meus contratos até que ouço uma batida na porta.
— Entre!
Vanessa entra com um pequeno envelope nas mãos.
— Aqui está senhor – ela diz.
— É a carta? – pergunto e leio com atenção. Está perfeita. — Ótimo. Pode ir.
Essa conversa será difícil. Estou até vendo.
Meu celular toca. Pego-o de cima da mesa e olho no visor. Número restrito. Atendo.
— Adrian.
A linha fica muda.
— Alô! – digo outra vez. Agora ouço alguns barulhos do outro lado. Duas vozes
sussurrando, mas desligam. Olho para o visor intrigado. Chamada finalizada. “Hunf! Deve ter
sido engano”.
Volto minha atenção para o contrato, assinando folha por folha. Quando termino, envio
alguns e-mails.
O tempo passa depressa. Quando olho no relógio, vejo que já passa das dez da manhã.
Alana deve estar chegando. Procuro me preparar mentalmente para o furacão que está por vir.
Em minha mesa, olho para o porta-retrato que coloquei dias antes de viajar. É uma foto
minha com Verônica. Foi tirada na festa beneficente em Nova Iorque. Ela estava tão linda!
— Adrian! Bom dia! – Alana irrompe feito um furacão.
— Poderia ter batido na porta – digo fulminando-a com os olhos.
— Ah! Até parece que precisamos dessas formalidades – ela diz sentando-se na cadeira em
frente a minha mesa.
Pego o envelope contendo a carta de demissão dela e jogo na mesa em sua direção.
— Leia.
Ela me olha e engole seco. Acho até que ela sabe do que se trata. Ela pega o envelope em
silêncio, abre e lê. Quando termina, ela amassa a carta de demissão e ri deixando-me irritado.
— Isso é um insulto – ela se levanta. Pelo seu tom de voz, já vi que será mais difícil do que
previa.
— Está demitida, Alana.
— Demitida? Você não pode fazer isso – ela esbraveja. — Dediquei anos a esta empresa,
Adrian. Sabe disso.
— Eu sei. E sei também que estou tomando essa decisão muito tarde – digo olhando-a com
cautela.
— Eu não aceito! Você está misturando as coisas. Aposto que foi aquela cretina que te
colocou contra mim – ela eleva a voz visivelmente irritada.
— Sabe Alana, eu realmente gostaria de saber, por que você fez aquele exame de gravidez
se nós nunca tivemos nada? – bato os punhos na mesa fazendo todos os objetos saltarem dela.
Ela ri.
— Sua querida Sara era louca, Adrian. Não sei como ela conseguiu isso – ela diz na maior
cara de pau.
— Acho que eu devo ser um idiota mesmo. Sempre confiei demais em você. Esse foi meu
erro. E então, acabei arruinando meu casamento com a Sara.
— Erro? Não está vendo o que ela está fazendo? A mesma coisa que Sara fazia Adrian.
Acorda!
— Não subestime minha inteligência, Alana. Sara jamais forjaria um exame de gravidez, pra nunca me contar.
— Ela não teve tempo. Morreu antes – ela diz e vejo um vislumbre de sorriso em sua boca.
Vou até ela e a pego pelos braços com toda força. Ela faz uma careta de dor, mas seus olhos
não desviam dos meus.
— Se pensa que faz tudo isso pra que um dia eu seja seu, é melhor desistir... Mesmo se
você fosse a única mulher do mundo, eu não iria querer você. Nunca quis. Nem mesmo quando
namorávamos Alana. Nunca amei você. Precisa conviver com isso – digo de forma cruel.
— Você me amava até aquela sonsa te tirar de mim – ela se descontrola.
— Não. Se eu te amasse, não te trocaria assim, tão fácil – digo e vejo raiva em seu olhar.
— Sempre tive admiração pelo seu trabalho, Alana. Como disse, você é uma excelente
profissional. Só isso. Porque até seu caráter como pessoa, depois disso, ficou meio duvidoso.
— Não pode fazer isso – ela insiste e sua respiração fica acelerada. — Aquela idiota!
— Está feito. Agora dê o fora daqui. E não quero que chegue perto dela, entendeu? Se eu
souber, Alana, eu acabo com você.
— Não sujarei minhas mãos, com uma prostituta – ela cospe as palavras em minha cara e
sem pensar, lhe dou uma bofetada.
Ela me olha horrorizada.
— Acha que vai se livrar de mim assim tão fácil? Não vai – ela diz esfregando o rosto,
num tom de ameaça e sai batendo a porta com força.
Fico estático. Não pude controlar minha vontade de esbofeteá-la. Sento em minha cadeira e
tento me recompor. Anos e anos acreditando numa safada mentirosa. Como eu me sinto um
paspalho. Esse tempo todo, ela deve ter rido da minha cara. E, nada me tira da cabeça, que
minha mãe a ajudava.
Pego meu celular e sem pensar duas vezes, digito o telefone do Paulo. Ele atende no
primeiro toque.
— E aí, Adrian.
— E aí amigo tudo bem?
— Tudo indo.
— Quero saber se está disposto a ganhar uma boa grana.
— Bater naquele maricas? Outra vez? – ele ri.
— Não. Ser meu segurança. Por tempo indeterminado.
— Não posso Adrian. Sabe que tenho a academia. Sou lutador e não segurança.
— Sei e também sei que só luta a noite. Você trabalharia pra mim apenas de dia.
— Se meteu em problemas?
— Não. Quero que faça a segurança da minha esposa.
— Ah, mas não mesmo – ele resmunga.
— Paulão, tem um cara louco que fica no pé dela e acho que ela acaba de ganhar mais uma
inimiga. Ela está grávida. Não posso deixar que nada aconteça a ela. Aceite. Pelo menos por
enquanto. Até eu encontrar alguém em quem confie.
— Sua mulher deve ser um pé no saco. – ele ri. — Você é um pilantra sabia. Tá. Passa aqui
amanhã. Aí conversamos.
— Valeu amigo – digo rindo.
— Falou.
Desligo o telefone. Preciso trabalhar. E, quando começo a bolar algumas estratégias de marketing para o próximo cliente, alguém bate na porta.
Assim fica difícil se concentrar.
— Entre.
— Desculpe Sr. Miller. Aqui está seu telefone – Andressa coloca uma pequena sacola
vermelha em minha mesa.
— Obrigado – digo.
— Precisa de mais alguma coisa senhor?
— Não. Pode ir. Não quero ser interrompido.
— Sim senhor.
Volto para minhas ideias. Fico horas tentando formular algo inovador. Anoto tudo para não
me esquecer e olho na agenda procurando um dia para poder me reunir com os outros
publicitários. Gosto de discutir com todos eles. O trabalho acaba sendo sempre produtivo.
— Onde ela está? – Tomo um susto da porra ao ver Verônica entrar pela porta,
descontrolada.
— Mas o que é isso? – olho para Verônica e Andressa se desculpa por não ter conseguido
impedi-la de entrar sem ser anunciada.
— Onde ela está Adrian? – ela pergunta sem paciência.
— Pode ir Andressa – digo caminhando até a porta quase empurrando minha secretária
para fora. Fecho a porta e a tranco.
— Dá pra falar baixo e ficar calma?
— Calma? Aquela desgraçada liga pra nossa casa, me insulta e você pede pra que eu tenha
calma? Eu vou é matar aquela desgraçada – ela diz furiosa. — Você deveria ter demitido
aquela vadia. Tá esperando o que Adrian? Eu não sou a Sara. Se você não se livrar dela eu
juro que dou um pé na sua bunda e você nunca verá o seu filho.
— Fica quieta, Verônica. Eu, hoje de...
— Não vou ficar quieta. Aquela mulher quer me destruir. Acha que eu não sei? Ela se faz
de santa, mas é uma cobra – ela grita.
— Dá pra calar a boca? – pergunto, mas ela desembesta a falar jogando toda a sua fúria em
mim.
— Não vou me calar. Fui até a sala dela, mas ela não estava. Quando eu encontrar aquela
maldita eu vou quebrar os dentes dela – ela diz enfurecida andando de um lado para outro
como um animal raivoso.
Aproximo-me rápido puxando-a para mim e a bloqueio com meu corpo contra minha
imensa mesa, derrubando alguns papéis no processo.
Ela me olha assustada com minha reação, mas isso não faz com que se cale.
— Nem adianta me impedir, Adrian. Eu vou arrancar o coro daque... – levo minha mão até
sua nuca e puxo seus cabelos o suficientemente forte, para que me dê atenção, e então, a calo
com um beijo. Quando me afasto, ela me olha ainda ofegante.
— Eu a demiti essa manhã – digo e ela faz uma expressão engraçada.
— Mentira – ela sussurra olhando em meus olhos.
— É sério.
— Por quê? – ela parece intrigada.
— Porque eu não iria gostar de ter seu pé em minha bunda. Aliás, não iria gostar de nada
em minha bunda – digo e ela ri revelando seu sorriso encantador, pelo qual me apaixonei desde o primeiro dia em que a vi.
— Para sempre? – ela pergunta.
— Pra sempre o que, meu amor?
— Demitiu ela pra sempre?
— Como assim pra sempre? – solto uma gargalhada. — Quando se demiti alguém é para
sempre, Verônica – digo divertido.
— Eu sei, mas, digo, ela não vai voltar, não é?
— Não. E deixei bem claro para ela, que é você quem eu amo e que se chegar perto de
você eu mesmo quebro ela – ela abre novamente um sorriso. — Você é maluca, sabia?
— Você ainda não viu nada – ela me abraça.
— Agora posso saber o que você faz aqui, vestida desse jeito? – pergunto examinando-a,
dentro de um minúsculo vestido creme rodado.
— Vou ao médico – ela diz e colo minha boca em seus lábios macios.
— Não quero que saia vestida desse jeito – digo dando leves beijos em sua boca e levo
minhas mãos até suas pernas desnudas.
— Achei que não fosse ciumento.
— Não é ciúme. Só não quero que outros homens vejam o que é meu – digo levando minha
mão até o cós de sua calcinha.
— O que está fazendo?
— Tocando você – sussurro em seu ouvido e ela solta um gemido curto. Coloco sua
calcinha de lado e enfio meu dedo dentro dela. Agora, ela solta um longo gemido me deixando
de pau duro.
— Para com isso, Adrian. Não posso. Não quero – ela diz baixinho.
— Não perguntei se quer – digo em seu ouvido. Me afasto e tiro minha mão de sua boceta.
Deslizo sua calcinha pelas pernas e a tiro jogando-a em cima do sofá.
— Pare! Ainda estou com raiva de você – ela reclama e tenta me afastar. Seguro-a pelos
braços e levo sua mão até o meu pau para que ela sinta como ele está duro por ela.
— Ótimo – sussurro.
— Ótimo o quê? Tá louco?
— Digo ótimo. Sexo com raiva é sempre mais selvagem e eu gosto – digo e ela ri.
— Selvagem? Estamos em seu escritório, Adrian. Não tem nada de selvagem nisso. Não
podemos – ela diz parecendo cogitar a ideia de sair correndo.
Desafivelo meu cinto e abro o zíper da minha calça. Abaixo minha cueca e me enterro nela
sem dar tempo para que pense. Apenas, ouço seus gemidos baixos e tímidos.
— Eu ainda estou com raiva de você – ela repete entre gemidos.
— Sim, eu ouvi da primeira vez – digo e a penetro devagar. Tiro seu vestido e a deixo,
completamente nua. Quando a olho, sua face está corada. Linda! Ela me abraça e me beija com
desespero. Nossas línguas se encontram num ritmo frenético. Mordo seus lábios devagar e
abafo seus gemidos com meus beijos. Minhas mãos agora passeiam pelos seus seios e aperto
seus mamilos arrancando ainda mais gemidos. Levo minha boca até eles. Saboreio cada um e
mordo seus mamilos com força até que ela geme forte.
— Gosta quando mordo eles? – pergunto em seu ouvido enquanto toco a ponta de seus
mamilos.
— Sim – ela geme.
Levo minha mão até sua boceta e massageio seu clitóris devagar, quase numa tortura e
pergunto:
— Gosta quando faço isso? Quando toco sua bocetinha?
— Sim – ela sussurra e geme mais uma vez.
— Não escutei – digo e belisco seu clitóris fazendo-a soltar um gemido alto, que abafo
com minha boca.
— Sim – ela diz assim que afasto minha boca da dela.
— Nunca mais me esconda nada, Verônica. Nunca mais... Entendeu?
— Entendi – ela responde.
Continuo penetrando-a, mas, agora, com mais força. Ela geme em meus braços e enlaça
suas pernas em meus quadris apoiando a bunda em minha mesa. Beijo seu pescoço e puxo seus
cabelos enrolando-os em meu pulso. Estou a ponto de gozar.
— Ahhh, Adrian! – ela geme.
— Goza querida. Quero que goze pra mim, agora – ordeno com a voz rouca e carregada de
desejo. Vejo algumas gotas de suor escorrer pelo seu lindo corpo.
Ela geme enquanto enfio meu pau nela com selvageria. Sinto seu corpo estremecer e sei que
ela está vindo para mim. Quando ela começa a se contorcer, meu orgasmo vem na mesma hora
e sinto meu gozo jorrando dentro de sua boceta quente e apertada. Dou um grunhido abafado e
a abraço. Ela me beija e diz em meu ouvido:
— Eu ainda estou com raiva de você – e ri.
— Eu te amo – digo e tiro meu pau de dentro dela. — Fique aqui. Vou pegar uma toalha pra
te limpar e então, poderá tomar um banho.
Ela me olha e assente.
Tiro o resto das minhas roupas e jogo no sofá. Vou até o banheiro, pego uma pequena toalha
e volto para sala.
— Abra as pernas para mim querida – peço e ela abre. A limpo e assim que termino, levo-
a até o banheiro em meu colo.
— Vai tomar banho comigo? – ela pergunta ligando o chuveiro.
— Vou – respondo e entro no chuveiro com ela. — O que vai fazer no médico? Achei que
marcaria consulta primeiro.
— Consegui um encaixe. Então, decidi ir – ela dá de ombros.
— Não quero que saia sozinha, Verônica. Sabe disso – me irrito por ela sempre fazer as
coisas ao contrário do que digo.
— É só um médico, Adrian. E por falar nisso, irei visitar minha mãe após a consulta.
— Vou com você – falo me ensaboando.
— Você tem que trabalhar – ela emburra. — Posso ir sozinha.
— Sim. Mas eu vou. Volto para a empresa amanhã. Não tem problema.
— Então tá. Sei que é difícil fazer você mudar de ideia – ela ri.
— Isso mesmo. Vá se acostumando – digo e a beijo.

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