Capítulo 24 - Aprendendo a recomeçar.

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"Eu te quero de qualquer jeito

Com raiva ou medo, de fogo ou desejo

Suas virtudes e os seus defeitos

Põe tudo na mala

Não esquece de nada

Vem pra minha vida, vem

Que eu não quero mais nada

Mais nada e nem ninguém

O que há de bom nas outras

Você tem vezes 100

Meu coração tá pronto

Esperando por você

[...]

Pode entrar sem bater"

Vem pra minha vida – Henrique e Juliano.

Eu continuava encarando a caixinha colorida em minhas mãos com a certeza de que tia Beth e Alice estavam loucas.

Tudo começou depois da surpresa de Hugo ontem que quase terminou em morte. O feliz casal ficou comemorando e eu e meu marido fomos tomar sorvete, por que eu tinha desenvolvido uma necessidade quase física de provar o doce gelado, mas eu devo ter comido demais, , eu comi de mais, três casquinhas e um milk-shake? Acho que foi um exagero, e, como resultado, a primeira coisa que fiz quando cheguei em casa foi vomitar, no jardim mesmo, por que mal tive tempo de sair da caminhonete de Theo.

Tia Beth surtou achando que eu estava doente, virose, câncer de estômago ou sei lá mais o que, de qualquer forma, tive que sentar, tomar um chá horrível e esperar seu veredicto sobre minha possível doença terminal, quando na verdade eu só tinha comido demais e por isso vomitei. Quando estava explicando isso à tia Beth e Theo estava dizendo que eu estava mais louca que o normal, Hugo e Alice chegaram e minha amiga fez questão de concordar com o primo e quis matar os dois. Mas foi então que tia Beth sorriu e chamou Alice para conversar num canto, dois minutos depois ela disse que as duas iriam até a vila, me mandou terminar o chá e simplesmente saiu deixando eu, Theo e Hugo na sala sem entender nada.

Eu terminei o chá, os meninos foram ver televisão e bater papo e eu fui tirar uma soneca enquanto as duas não voltavam. Acordei perto da hora do jantar e desci só para ver tia Beth cozinhando em minha cozinha, ela estava toda feliz e Alice, com ela, parecia igual. Ambas me convidaram para um jantar na minha própria casa e eu não sabia o motivo. Nós comemos, rimos e por fim minha tia e Alice me arrastaram escada acima e me deram uma sacola que eu peguei sem entender, mas quando vi seu conteúdo quase cai pra trás.

Ri de nervoso, devolvi a sacola a elas, mas tia Beth insistiu, listou tudo o que eu estava tendo nessas últimas semanas e me convenceu a ficar com seu "presente" surpreendente, mas que eu não tive coragem de abrir desde a noite passada.

Encarei a caixinha com teste de gravidez que eu tinha escondido no armário do banheiro e que não tinha me deixado pregar o olho a noite inteira. Eu não podia estar grávida, Alice e tia Beth com certeza estavam ficando malucas por que isso era irreal e assustador.

- Cordélia, você está aí? – Theo perguntou entrando na suíte no fim do corredor que agora era nossa desde a noite núpcias que não tivemos, e eu escondi a caixinha atrás das costas, discreta como um elefante pulando corda no meio do quarto. Meu marido me olhou curioso. – tudo bem?

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