Capítulo 5 - Eu não sinto ciúmes!

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"É fato que acabou, mas eu não te esqueci,

É fato que esqueceu, mas ainda mora aqui

E parece que não vai sair tão fácil

Desse coração palhaço"

É fato – Cristiano Araújo.

Eu e o pessoal acabamos por nos sentar em uma das mesas mais afastadas, eles com suas cervejas e eu e Alice com latas de refrigerante, afinal nem só de pinga vive o homem e por fim decido que não precisava mesmo de outra noite louca como a que me trouxe aqui, dar vexame outra vez não vai fazer papai confiar mais em mim.

Mesmo que eu tenha dito a mim mesma que vou ficar longe de Theo, sempre que percebo estou o olhando, buscando por mudanças e tentando gravar seu rosto em minhas memórias, o que é irônico de se pensar já que nunca, de fato, o esqueci. O silencio na mesa é constrangedor e desconcertante, cada um de nós perdido em seu próprio mundo, Alice está alternando seu olhar entre sua lata de refrigerante e o rosto de Hugo e esse por sua vez parece interessado em tudo e todos apenas para não olhar nos olhos da morena a sua frente, já Theo, assim como eu, está me olhando quando acha que eu não o estou olhando, estamos nisso de fingir que não estamos olhando um para o outro, é ridículo.

- Quando vai começar o tal show? – pergunto quando essa situação toda começa a me irritar.

- Só mais tarde – Alice responde parecendo quase aliviada de ter algo para falar. – Como algumas pessoas só vem por ele, é último evento da noite.

- Tipo umas 02h00m da madrugada? – pergunto surpresa e ela dá de ombros.

- Talvez, talvez menos, depende.

- Sério mesmo?

- Sério, patricinha, você, por acaso tem alguma coisa melhor pra fazer?

- Não né – comento olhando em volta, eu podia dar de cara com o cara bonitinho da outra mesa que não está mais lá.

- Procurando alguém? – Theo pergunta e sorrio.

- Na verdade sim.

- Deixa eu adivinhar, o amor da sua vida?

- Não, esse eu sei que não existe, só estou procurando o próximo da lista mesmo – digo virando o resto do meu refrigerante e vejo os olhos de Theo se arregalarem de surpresa. – O que foi? Achou que eu ainda acreditasse em contos de fadas?

- Não – ele também termina sua cerveja e fica de pé. – Definitivamente não. Hugo, vou pegar outra bebida, você vem?

- Vou – Hugo parece quase aliviado quando fica de pé. – Vou sim. Vamos.

Eles se viram e praticamente fogem em direção ao bar.

- Por que homens são uns covardes? – Alice pergunta os acompanhando com o olhar e sorrio.

- Por que são homens e só tomam uma atitude quando percebem que a coisa não vai se resolver sozinha – digo e acompanho o olhar da garota ao meu lado, uma loira está sorrindo para Hugo e vejo Alice cerrar os dentes, levo meio segundo para me dar conta de que não é de Theo que ela gosta, essa constatação me faz sorrir, foi por isso que tia Beth disse que não precisaríamos brigar por causa deles.

- Idiota – ela resmunga desviando os olhos e me encarando. Ela cora no instante em que percebe que ouvi. – Os dois são, quer dizer...

- Você tem bom gosto para homens, roceira – comento e ela me olha curiosa.

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