Capítulo 21 - Preparativos e fugas nada discretas.

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"É que você nasceu pra ser minha

Vamos dividir uma casinha

Uma cama, dormir de conchinha

Deus abençoou a nossa união"

Os Anjos Cantam – Jorge e Mateus.

Voltar para a festa depois do pedido foi uma tarefa quase impossível. Theo e eu nos perdemos um no outro mais tempo do que devíamos e o palco do nosso amor foi o apartamento de Hugo. Tenho certeza que ele não curtiu muito quando descobriu nossa empreitada na casa dele.

Mas quando penso sobre isso, voltar pra casa foi a parte fácil. Chegar lá e ver minha mãe a minha espera com Lucas ao lado, foi a parte difícil. Eu não queria nem mesmo vê-la quem dirá falar com ela, mas ironicamente foi Theo a me convencer que eu precisava disso. Eu aceitei, mas com a condição de que ela e Lucas pedissem desculpas a Theo, caso contrário poderiam ir embora que eu não queria ter mais nada a ver com nenhum dos dois.

Depois de algumas reclamações de ambas as partes eles finalmente se desculparam e eu disse que ouviria minha mãe. Ela se desculpou comigo também, falou que não entendia minhas escolhas, mas que ia aceitá-las, que não queria me perder e me pediu para perdoá-la pelo que fez. Eu amo minha mãe e disse isso a ela, mas disse também que poderia perdoar, mas que provavelmente nunca iria esquecer o que ela tinha feito. Se ela tivesse machucado só a mim com tudo aquilo talvez eu deixasse pra lá, mas ela magoou Theo e isso não posso esquecer, minha mãe fez o homem que amo sofrer com um punhado de palavras que disse terem saído da minha boca e isso não posso simplesmente deixar pra lá.

Nós conversamos e trocamos sorrisos, mas eu tinha certeza que depois daquilo nossa relação não seria mais a mesma. A festa ainda se estendeu até a noite, tinha música, comida e muita conversa, apesar da tarde agitada a noite foi tranquila, eu me diverti bastante mesmo depois de toda aquela confusão. Fora que o anúncio do meu noivado com Theo foi uma festa a parte. Não sei quem ficou mais feliz, meu pai, tia Beth ou Alice. Eu realmente tinha ótimas pessoas com as quais contar.

- As flores vão ser amarelas ou brancas? Você ainda não me disse - Alice foi dizendo antes mesmo de entrar realmente no escritório, me tirando dos meus pensamentos e quase me matando de susto. - Em, Lilly, que cor você vai querer?

- Dá pra você bater? Ou pelo menos avisar que está entrando? - perguntei com a mão sobre o peito. Tinha pelo menos uma hora que eu estava analisando alguns documentos da fazenda sentada no escritório, ou ao menos tentando, já que eu estava viajando entre pensamentos há muito mais tempo que isso.

Desde a festa há quase duas semanas Alice e tia Beth não pareciam dispostas a me deixar em paz com essa história de organizar o casamento. Eram arranjos de flores, quantidade de convidados, meu vestido, minha maquiagem, se seria aqui na fazenda ou na vila, eu já estava para ficar louca. Com Lucas eu nunca tinha feito muito progresso nesse sentido, talvez por que lá no fundo eu soubesse que não tinha realmente intenção de me casar com ele, mas aqui, agora, com Theo, eu não vejo a hora disso acontecer.

- Lilly, pelo amor de Deus! Você viajou de novo, está pelo menos me ouvindo? - Alice balança a mão na frente do meu rosto já sentada na cadeira a minha frente e sorrio afastando sua mão para encará-la.

- Agora estou. Sobre o que era mesmo? - pergunto e minha amiga suspira frustrada me fazendo rir um pouco mais.

- Cordélia é o seu casamento! Como é possível que eu seja a pessoa mais animada a respeito dele aqui nesse escritório?

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