Capítulo 20 - Mal-entendidos e planos futuros.

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"Eu já preparei tudo, nossas férias de julho

Na beira do mar quero armar a fogueira

Ver a brisa no ar, sentir o forte vento, a tristeza levar

Esperar a felicidade chegar

A felicidade chegar

Se hoje tô falando da gente

Tô gritando pro mundo

Quero ser seu presente, passado, futuro

Com você quero tudo!

Se hoje tô fazendo mil planos

Firmando compromissos

Porque vai ser você a mãe dos meus filhos

Então casa comigo!"

Férias de Julho – Cristiano Araújo.

Sigo pelo corredor da casa onde cresci e aonde, se eu tiver sorte, pretendo morar pelo resto da vida com meu cowboy de sorriso maroto e braços fortes. Passo pelo meu quarto e as lembranças das nossas últimas noites me faz sorrir divertida, nós não tínhamos mais limites, a cachoeira, o celeiro, o banheiro e até a cozinha numa madrugada onde não conseguimos esperar até subirmos ao quarto, eram palcos do nosso amor.

Eu queria muito saber o que Theo ia dizer sobre nós antes de mamãe chegar, por mim ainda éramos noivos, ou ao menos tínhamos voltado a ser no minuto em que nos reconciliamos, mas antes de fazer planos eu queria a confirmação dele, sua palavra e sua certeza, por que só aí eu falaria que ficaria pra sempre, que pretendia reformar a casa e queria que ele vivesse aqui comigo, nessa terra onde tudo começou.

Desisto das minhas conjecturas quando alcanço o quarto que foi dos meus pais há muito tempo, eu não tinha entrado ali desde que chegara, seria legal ver se as coisas ainda continuavam iguais. Entro no quarto e está diferente e ao mesmo tempo igual eu me lembrava. Os móveis são os mesmos, a cor nas paredes e as cortinas meio desbotadas, mas há diferenças, a penteadeira sempre cheia de coisas da minha mãe que eu adorava mexer está completamente vazia, assim como os criados mudos, a cama sempre enfeitada com colchas coloridas e muitos travesseiros, tem apenas um lençol branco, é um quarto completamente desabitado e ao mesmo tempo ainda é o quarto deles.

Olho em volta e não há porta-retratos e nem nada que eu possa realmente levar, suspiro chegando à conclusão de que eu realmente tinha razão e mamãe inventou tudo isso, talvez para me separar de Theo ou me aproximar Lucas, ou até as duas coisas. Não tem porta-retrato algum nem ninguém no quarto, então decido que é melhor simplesmente ir embora e esquecer tudo isso. Estou prestes a sair quando ele surge na porta e é claro, está sorrindo, Lucas provavelmente sabe exatamente o que veio fazer aqui.

- Lia - ele cumprimenta me fazendo sorrir, não por ser ele ali, nem mesmo pelo cumprimento. Sorrio pela situação, uma que minha mãe provavelmente armou. Ela não cansa, simplesmente não cansa e não aceita minhas escolhas, isso é ridículo, para dizer o mínimo.

- fazendo o que aqui? - pergunto sem rodeios e ele dá de ombros.

- Sua mãe disse que estava aqui e queria falar comigo.

- E você acreditou nela? Mesmo depois de me ver com Theo?

- Bem, você me convidou para vir no fim das contas, então achei que talvez pudéssemos ser civilizados e conversamos como dois adultos que somos.

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