Epílogo I.

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"O meu amanhecer tem o cantar do galo

O cheiro do mato com gota de orvalho

E é tão gostoso beber um café

Olhando o sol nascer

Pego meu cavalo e saio pelo pasto

Toco meu berrante apartando o gado

Sei que sou caipira, mas vivo melhor

Morando aqui no mato"

Vivendo Aqui No Mato – Trio Parada Dura.

- José Augusto – Theo diz pela milésima vez e reviro os olhos fazendo todo um malabarismo para levantar do sofá. Ele me ajuda todo prestativo e faço uma careta quando minhas costas reclamaram pelo peso da barriga.

Eu havia completado nove meses a dois dias e todos estavam me tratando como uma bomba prestes a explodir, na verdade era mais ou menos isso que eu me sentia mesmo, como se fosse explodir a qualquer momento. Mas como meu pequeno não parecia estar fazendo nenhum movimento para sair de onde estava eu só podia esperar e continuar sentindo dor.

- Ele não vai ter José no nome, Theo. Desiste. Vai ser só Augusto e pronto.

- E por que não José que é o nome do meu avô? E só Augusto que é o nome do seu?

- Por que não chamá-lo de Zé e isso pra mim é o fim da picada – reclamo indo até a cozinha em passos de tartaruga atrás de um copo de água. Nós estávamos nessa discussão interminável sobre o nome do bebê há quase dois meses.

- E se eu te prometer que não vão chamá-lo assim? – ele pergunta me servindo a água que eu aceito de bom grado.

- Você não pode me prometer isso. Só desista de uma vez.

- Não – ele sorri diante da minha cara feia e me dá um selinho. Theo toca minha barriga e o pequeno se anima todo sob seu toque, chega a ser desconfortável. – Oi campeão, como está hoje? Eu e sua mãe ainda não decidimos seu nome...

- Decidimos sim – o interrompo depois de beber minha água e ele finge não ouvir.

- Ainda não decidimos, mas não se preocupe, quando você sair daí já vai estar tudo resolvido, prometo. Não incomode muito sua mãe, Ok? Amo vocês.

- Também te amamos, mas acho que vou tentar dormir um pouco, toda dolorida.

- Mas está se sentindo bem? – ele pergunta preocupado e sorrio fazendo que sim com a cabeça.

- Estou. É dor nas costas, no pé e algumas cólicas que vem de vez em quando, esse menino nem cabe mais na minha barriga, acho que é só isso, falta de espaço. Vou lá tirar meu cochilo, pode ir trabalhar. Daqui a pouco Alice ou tia Beth aparecem aqui pra checar se eu estou bem a cada segundo.

- Ok então, vou lá, mas daqui a pouco volto também, não gosto de deixá-la sozinha.

- Tudo bem – digo sorrindo e começando minha peregrinação escada acima, quase cogitei a ideia de colocar uma cama no escritório no último mês, quase.

Arrastei-me até o quarto e consegui me deitar sem maiores problemas, até por que o difícil não era deitar e sim achar uma posição confortável. Depois de intermináveis minutos eu finalmente consigo me acomodar.

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