Capítulo 7 - Fogo, água e arrependimento.

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"Lembro do primeiro beijo que você me deu

Na luz do luar

Era lua cheia clareando nossos sonhos

E eu a te conquistar"

Primeiro Beijo – Marcos e Belutti part. Loubet.

Theo ainda me segura no lugar e eu ainda não sei o que fazer, em algum lugar distante uma vozinha diz que preciso me afastar, que ele já me machucou de mais, que isso não vai terminar bem, mas a outra voz, a voz do meu coração, aquela que sentia saudades e que queria poder estar outra vez bem ali, em seus braços, diz que isso é extremamente certo.

Ele se aproximou e a antecipação do que viria a seguir fez meu coração já descompassado, bater como um louco. Eu queria isso, beijá-lo, me perder nele, em seus braços e seu calor, mas me detive. Por que me lembrei de tudo o que aconteceu, do que Theo fez comigo, de como me senti e como chorei por sua causa, de como tive que me tornar outra pessoa apenas para conseguir seguir em frente e isso me bastou para ter forças e empurrá-lo para longe.

Theo claramente não esperava por isso por que não ofereceu resistência em me soltar, dei um pulo para trás ainda arfando e pegando fogo, por dentro e por fora. Seus olhos azuis me olhavam com surpresa.

- Por que fez isso, Lilly?

- Por que!? – exclamei incrédula, quase rindo, brigar era melhor que chorar ou me lembrar. Gritar com Theo me impediria de fazer alguma coisa da qual eu com certeza me arrependeria depois. – Você ainda pergunta? O que achou que estava fazendo? Por que se quer imaginou que eu queria beijar você?

- Por que você queria – ele sorriu. – Eu sei que queria, pode estar usando maquiagem, saltos e roupas caras, mas ainda não sabe mentir Cordélia, nem você nem seu corpo, você ainda me quer tanto quanto eu quero você.

- Eu não... – parei no meio da frase, sem acreditar em meus ouvidos. Ele disse, Theo disse com todas as letras que ainda me quer e não sei como reagir a isso, mas meu corpo aparentemente sabe, por que suas palavras causam uma onda de sentimentos avassaladores. Não quero acreditar nelas, mas não consigo evitar.

- Você não o que, Cordélia? Diga.

- Eu não lhe devo satisfações! – respondo em minha melhor tentativa de parecer durona e séria, mas não engano nem a mim nem a ele. E nem todas as memórias de minhas lágrimas do passado são suficientes para diminuir a tensão entre nós. Para apagar calor de seu toque de mim.

- Não, não deve, mas também não está sendo sincera, o que você quer, Lilly? – ele sussurra dando um passo em minha direção e outra vez não há espaço entre nós, minhas costas estão apoiadas no tronco da árvore atrás de mim e os braços de Theo ao meu lados não me dão outra alternativa além de ficar e encará-lo, mesmo que eu queira fugir e me esconder.

- N-Não quero nada – eu não consigo nem articular uma frase, não consigo manter a voz firme, não consigo pensar em mais nada além de seu cheiro, do quanto eu o quero sentir mais perto, meu coração bate tão rápido que tenho certeza de que Theo pode ouvi-lo, de que ele sabe, que o que eu digo e o que eu sinto são duas coisas completamente diferentes.

- Vamos, seja honesta, baixinha. O que você quer? – seu hálito em meu pescoço e sua respiração em meu ouvido me fazem arrepiar. Quando seus lábios tocam o lóbulo da minha orelha não penso em mais nada, não me importo com coisa alguma, só quero beijar Theo e me esquecer de todo resto.

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