Capítulo 10 - Muitas fofocas e péssimas companhias.

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"Quando chorar de saudades

Quando morrer de ciúmes

Quando sua sensibilidade identifica o perfume

Isso é amor, tá rolando amor

É o encontro de metades, a rosa e o beija flor"

A Rosa e o Beija Flor – Matheus e Kauan.

Sorri olhando para o espelho da minha cômoda enquanto terminava de fazer minha maquiagem. Os acontecimentos da noite anterior ainda estavam gravados em minha pele e meus pensamentos.

Depois de tudo que aconteceu nós conversamos amenidades até dormir um nos braços do outro, não falamos sobre o que isso tudo significa, nem sobre o que faríamos de agora em diante, acho que Theo, assim como eu, não queria furar nossa pequena bolha de felicidade, por que sabíamos que em se tratando de nós, ainda terminaria em briga antes de dar certo.

Então dormimos, acordamos no outro dia sem chuva, ainda no meio da estrada, mas agora pelo menos com sinal, quando ligamos para a fazenda e Theo explicou o que tinha acontecido o pessoal ficou surpreso, como estava chovendo, eles acharam que decidimos ficar no apartamento de Hugo na vila, não que estávamos presos no meio da estrada.

Então tio Jorge e Hugo foram nos buscar e pediram a um dos trabalhadores vir guinchar a caminhonete de Theo de volta até a vila. Eles passaram toda a viajem até a fazenda perguntando o que aconteceu e como terminamos ali. Falamos da chuva e do problema no motor, em momento nenhum tocamos no assunto de que nos beijamos, na verdade quem visse a distância que mantivemos nem ser quer imaginaria o que aconteceu, era novo, recente e provavelmente um erro então era melhor que ninguém ficasse sabendo mesmo.

Mas para minha surpresa, quando chegamos à fazenda, Theo me ajudou a descer da caminhonete do tio Jorge e quando fiz menção em entrar ele me puxou para si e beijou meus lábios, ali na frente do pai e do amigo e sem nenhum aviso. Quando nos separamos ele estava sorrindo e não pude deixar de sorrir também. Eu não sabia o que era isso, mas parte de mim, a maior e melhor, estava louca para descobrir.

Subi as escadas correndo sorridente como uma adolescente e só quando cheguei ao meu quarto foi que percebi que estava descalça e sem meu casaco, isso só me fez rir ainda mais antes de seguir para o banho, eu estava cada vez mais perto de me tornar outra vez a velha Lilly e não sabia se isso era bom ou ruim.

Terminei de passar o batom e pisquei meus cílios cheios de rímel, isso era o máximo de maquiagem que passaria hoje, estava me sentindo leve e bonita de mais para exagerar as onze da manhã. Quando ouvi as batidas na porta sorri, eu já estava começando a achar que ela não viria.

- Responde, patricinha! Ah, estou entrando! - Alice disse impaciente e abriu a porta, hoje ela usava um short jeans e uma regata, seus cabelos logos estavam presos num rabo de cavalo. Quando seus olhos escuros encontraram os meus, ela sorriu, por que viu e entendeu, esse lugar tinha me tornado outra vez transparente. – Aconteceu alguma coisa muito boa, né?

- Não sei do que está falando.

- Ah nem vem, Lilly! Eu soube que você e Theo passaram a noite presos dentro da caminhonete na estrada. E você está aí com essa cara de boba sorridente e ontem quando saíram pareciam dois touros bravos, pode desembuchar.

- Nós estávamos relembrando os velhos tempos, acho.

- Relembrando, como assim? – ela pergunta interessada e dou de ombros encarando meus saltos decidindo se valia a pena calçá-los hoje, eu não sairia de casa, será que era preciso mesmo? – Hei, Lilly, foco aqui que estou morrendo de curiosidade!

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