Capítulo Quatro

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Benício

Esperei a semana inteira por uma mensagem de Evelyn, mas ela não chegou, não houve um dia sequer que eu não tenha pensado nela. Era estranho essa sensação porque eu nem conhecia ela direito, nem mesmo sabia se ela cristã, eu só queria estar com ela de novo, conversar com ela, conhecê-la.

A ideia de mandar o buquê de rosas e o meu número para ela surgiu de Renata minha irmã mais nova. Ela tinha me acompanhado na festa da empresa e percebeu que eu tinha ficado encantado pela moça.  Por isso ser algo que há muito tempo não acontecia simplesmente colocou em sua cabeça que eu tinha encontrado o amor da minha vida e que deveria correr atrás dela. Eu tentei, mas parece que ela não estava interessada.

Renata tem 21 anos e é a princesa da família,  o que a faz ter o controle sobre todos porque sabe que suas vontades nunca serão  contrariadas, principalmente  por mim e por Bernardo, nós  sempre fazíamos tudo o que ela queria e até deixavamos ela tomar decisões em nossas vidas.

-Chefe! - Marta apareceu na frente da minha mesa.

- Não bate mais na porta não? -Perguntei sem humor.

-Bati várias vezes e até te chamei, mas parece que está no mundo da lua. 

-Na verdade estou é bem cansado.

-Acho que pode ir para casa mais cedo e aproveitar para me dar a tarde de folga hoje. -Sorriu.

-Eu tenho reunião á tarde toda.

- Não tem mais ! -Sorriu novamente. -O poderoso chefão desmarcou a reunião é já foi embora. -Falou se referindo ao presidente da empresa.

-Sério?

-Eu não minto chefe, me libera vai. -juntou as mãos na frente do corpo como se fizesse uma prece .

- Vai embora Marta, até amanhã.

-Eu te amo chefe! -Falou comemorando.

-Você ama as regalias que te dou.

-Isso também! -Saiu batendo a porta.

Benício decidiu tirar a tarde de folga como a secretária e foi direto para casa, a manhã tinha sido tão exaustiva que já planejava dormir a tarde inteira.

Mas assim que abriu a porta do apartamento e jogou às chaves no aparador  encarou a sala encontrando Matheus e uma moça  conversando na sala.

-Oi, Boa tarde!

-Oi! -A moça falou envergonhada e só então reconheceu o rapaz. -Você é  o cara da festa, eu amei as flores que você deu para Eve.

-É Bruna não é?

-Sim. -Sorriu enquanto Matheus encarava os dois sem entender nada.

-Parece que sua amiga não gostou das flores.

-Ela é estranha! -riu. -Mas ela gostou.

-E o que  faz aqui?

-Eu conheci o Matheus na festa e depois a gente acabou se esbarrando no shopping .

-Legal, vou deixar vocês conversarem.

-Obrigado! -Matheus falou pela primeira vez como um aviso para o amigo sair da sala.

Bruna sabia que se depende de Evelyn  ela ficaria solteira para o resto da vida, não porque não quisesse ter alguém ou construir um família no futuro, mas porque ela era muito fechada e difícil com os homens.

Enquanto conversava com Matheus pensou um milhão de coisas que pudesse fazer para unir Benício e a amiga e achou a ocasião perfeita quando Matheus a chamou para ir na igreja que ele e o amigo congregavam.

***
Evelyn

Evelyn tinha acabado de se arrumar quando Bruna a chamou da sala. Ela vestia um vestido longo preto com flores brancas e uma sandália rasteira, os cabelos cacheados estavam presos num coque no alto da cabeça que lhe dava um charme especial e usava brincos grandes realçando os contornos do seu rosto.

-Uau! -A amiga falou  pegando a bíblia no sofá.  -Vamos, essa noite promete! -Sorriu.

-Nós estamos indo a igreja Bruna, o que promete lá?

-Vamos! -Ela puxou a amiga sem se explicar.

Bruna nunca tinha ido aquela igreja, mas Evelyn já tinha estado ali em uma das apresentações do grupo de teatro que participava na igreja. O local era bem maior que a sua igreja, mas tinha o mesmo ambiente de adoração á Deus. 

Assim que entraram Matheus veio recebê -las e ela sabia que pelo sorriso encantado de Bruna não demoraria muito para eles assumirem o que sentiam um pelo outro, porque o rapaz parecia encantado no mesmo nível.

Sentaram bem na frente e não demorou muito o culto começou e os louvores começaram a ser tocado e como Evelyn fechou os olhos no momento da oração não percebeu quando Benício se juntou ao ministério de louvor lá frente, ele pelo contrário viu a moça logo que subiu, o coração acelerou e um sorriso involuntário surgiu em seus lábios.

Evelyn estava tão entregue na adoração que em momento algum abriu os olhos e  só quando os cantores entregaram o microfone para o pastor ela o fez e sem estar preparada para aquela visão sentiu o coração acelerar na mesma hora que viu Benício guardando o violão que tocava no suporte.

Ela olhou para o lado e Bruna estava sorrindo para ela.

-Você sabia?

-uhum! Ele divide o apartamento com o Math .

Ela ficou sem reação, mas tratou de esconder a surpresa daquele reencontro prestando atenção na palavra que o pastor pregava lá frente. O culto terminou e antes que Bruna se desse conta a amiga já estava do lado de fora pronta para ir embora.

-Ei! -Ele chamou quando viu a moça chegando perto do carro no estacionamento .

Ela revirou os olhos quando reconheceu a voz do rapaz.

-Oi! -Respondeu com um sorriso forçado .

- Como vai? Esperei você me ligar.

-Estou bem. E sobre ligar, você disse que se eu quisesse poderia falar contigo, mas eu não quis.

-uou! Sinceridade em?

-É importante.

-Gostou das flores?

- São bonitas, mas acho meio brega essa de dar buquês. 

-Bom saber disso. E sobre o culto , gostou?

-O culto é para Deus, ele que tem que gostar ou não.

-Tem razão. -Ele respondeu.

-Você  sabia que o meu amigo estava conhecemos a Bruna?

-Sabia do Matheus, só não sabia que vocês eram amigos .

-Já que você não quis ligar para mim, eu posso ter seu número pelo menos?

-Se eu dizer não, você vai ficar chateado ?

-Vou ficar muito chateado! -Ele respondeu sorrindo.

-Amiga, estava te procurando . Vamos?

-Vamos? -Evelyn aproveitou a amiga ali e a arastou pelo braço.

- Evelyn! -Benício chamou quando ela estava entrando no carro.

-Eu te mando um oi. -Falou notando a cara de desapontado dele.

CONTINUA...

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