Duas pessoas diferentes que aprenderão juntas a amar, desafiando tudo aquilo que é imposto pela sociedade e por seus próprios medos. Um amor surgido de forma inesperada que será capaz de suportar grandes dificuldades.
O casamento de Dira e Félix tinha chegado, eles estavam juntos há dois anos e meio e planejaram tudo nos mínimos detalhes. Bruna e Evelyn foram escolhidas para serem madrinhas junto seus respectivos noivos. Sim, Bruna tinha ficado noiva dias antes e o sorriso escancarado não saia mais do seu rosto, Matheus tinha feito o pedido no meio do shopping com direito a balões de coração, buquê de rosas vermelhas e cartaz. Evelyn com certeza acharia tudo brega e depois de aceitar diria que foi tudo uma palhaçada, mas Bruna amou tudo e no final ainda levou os balões para casa e eles ainda estavam lá no seu quarto.
Elas decidiram se arrumar no salão, porque mesmo sendo donas de um dos melhores estabelecimentos de beleza da cidade elas raramente aproveitava os privilégios que possuíam. A cor da roupa das madrinhas era azul e Evelyn vestia um vestido liso frente única com tiras entrelaçadas nas costas, era longo colado até a cintura e abria em uma saia bem rodada, os cabelos estavam soltos com cachos bem cheios e volumosos, a maquiadora tinha feito a maquiagem exatamente como ela pediu, simples e discreta.
Ana vestia um vestido tubinho vermelho de mangas longas, calçava sandália de tiras preta e stress, seus cabelos loiros estava preso numa trança embutida de lado e diferente da amiga ela usava uma maquiagem bem marcada nos olhos e batom vermelho quase no mesmo tom do vestido. Bruna vestia um vestido azul longo com fendas nos dois lados que iniciava um pouco a cima dos joelhos, ele era sem mangas e rendado em cima, na parte de baixo era liso, os cabelos castanhos claros estavam semi presos com um penteado sofisticado.
Como haviam combinado antes, Matheus e Benício chegaram para buscar as moças.
-Amor, pelo amor de Deus! -Benício falou colocando as mãos na cabeça. -Como pode ser tão linda!? -Sorriu fazendo Evelyn respirar aliviada depois do susto que tinha tomado.
-Ai seu doido! -Ela empurrou o peito dele. -Você me assustou!
-Desculpa meu amor!-Falou a puxando para um abraço. - Você me descontrola, eu não consigo me acostumar com sua beleza, está estonteante.
-Obrigada! -Sorriu colocando a mão na boca dele e beijando por cima. -Você também está lindo, um gato!
-Casal fofura é melhor nós irmos ou chegaremos depois da noiva. -Ana falou puxando a amiga.
***
Dira e Félix tinham escolhido casar num salão de festa bem sofisticado o local estava lindo com uma decoração em tons de azul, mas todas as flores eram brancas. Assim que chegaram a cerimonialista os puxaram para uma sala onde os outros padrinhos estavam e foi exatamente nesse momento que Evelyn teve a pior surpresa que poderia ter .
Benício deixou Evelyn com Bruna e foi junto com Matheus ver como o noivo estava, pois mesmo sabendo do seu estado de paz permanente deveria estar super nervoso, ele mal tinha dormido aquela semana inteira.
-O que foi Eve? você está pálida -Bruna falou encarando a amiga.
-Não foi nada. -Falou respirando fundo. -Acho que é só um pouco de nervoso.
-Você ainda não é a noiva, o nervoso hoje é exclusivo de Dira. -Disse sorrindo, mas a amiga ainda estava pálida e estranha.
-Não acredito que é você ?- Um homem alto e moreno parou em sua frente.
Evelyn mal conseguia respirar, o coração acelerado parecia querer sair do peito.
-Evelyn, depois de tanto tempo eu te encontrei. -O homem falou sorrindo. -Como você está bonita!
-Obrigada! -Foi tudo que saiu num sussurro quase inaudível.
-Olha esse corpo, essa pele, esse cabelo! -Falou sorrindo malicioso ao perceber que estava abalando ela. -Quando namorávamos não era assim.
Ela sentia todo seu corpo tremulo e mesmo que estivesse tentando não pensar, sua mente trazia lembranças de todos os momentos que eles viveram, de todas as agressões verbais e psicológicas, de todas as agressões físicas, de todas as marcas internas que lhe causou .
-Amor, o Félix está suando feito um cuscuz! -Matheus falou sorrindo ao se aproximando de Bruna beijando sua bochecha sem notar nada diferente por ali.
-Algum problema? -Benício perguntou encarando o homem parado em frente a sua noiva.
-Não, só estava aqui conversando com minha ex. -Falou com um sorriso de escarnio no rosto. -Que por sinal, está mais gata e gostosa do que antes.
Benício sentiu a raiva subir da ponta dos pés até o alto da cabeça, ela só tinha tido um namorado antes e ele tinha sido o causador de todos os seus traumas e dores que ela ainda estava superando mesmo com tantos anos passado. Ele nem estava mais raciocinando quando segurou o homem pelo pescoço com tanta força que até ele desconhecia que possuía.
-Não ouse chegar perto da minha noiva outra vez! -Falou baixo e aparentemente tranquilo.
-Você sabe que eu fui o primeiro dela, não é? -Ele falou debochado. -Ela não tinha todo esse corpo, mas até que foi muito b...
-Não fale mais nada sobre ela ou eu esqueço que estou no casamento do meu melhor amigo e arrebento sua cara. -Disse apertando o pescoço dele com mais força vendo seu rosto ficar vermelho.
-Cala boca Elias! -Evelyn falou. -Para amor, solta ele! -Pediu segurando a mão de Benício.
-Muito bem bebê, me defenda desse bruto do seu noivo. -O homem falou sarcástico a chamando pelo apelido do passado.
Benício perdeu toda compostura, domínio próprio e paciência que possuía e com a mão esquerda deu dois socos fortes na lateral do rosto de Elias que o sangue escorreu na mesma hora, ele não gostava de ter atitudes violentas, mas não suportou.
-Para Bem! Para amor, por favor! -Evelyn pediu desesperada quando viu Benício levantando a mão para mais um soco.
-Me solta Evelyn! -Ele falou sério e alto em sua direção.
-Chega Ben! -Matheus puxou o amigo para trás e o homem saiu da sala.
Evelyn sentou no sofá que tinha ali e apenas chorou por tudo, por ter si permitido conviver com um homem tão ruim como Elias, e por fazer o noivo tomar atitudes tão impensadas. Ela soluçava quando Benício sentou do seu lado e a envolveu num abraço apertado e beijou sua cabeça várias vezes;
-Desculpa, amor! -Ele pediu ainda abraçado a ela.
-Eu não quero que você faça mais isso, isso não é você. Você não é agressivo! -Ela falou se soltando falando segurando o rosto dele entre as mãos. -Eu senti medo de você . -Ela falou fungando.
-Me perdoe amor, eu sei que perdi a razão, mas eu só queria te proteger.
-Você já faz isso sendo esse homem gentil, cuidadoso e carinhoso que é. -Disse ainda segurando seu rosto. -Eu amo você, mas eu não vou aceitar você gritar comigo.
-Me perdoe de verdade, eu prometo diante de Deus que eu nunca mais vou levantar a voz para você. -Me perdoe! -Falou sério.
-Tudo bem. -Ela respondeu levantando. -Vou ver se consigo retocar essa maquiagem. -Falou indo até o banheiro.
CONTINUA...
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