Evelyn estava fascinada com o quintal da casa e imaginou como deveria ter sido incrível para Benício e os irmãos terem passado a infância por ali. Ela não tinha boas recordações da sua infância e sempre sonhou ter filhos e poder proporcionar a eles viverem num local como aquele.
-É lindo não é? -Benício perguntou puxando-a para sentar num dos bancos de madeira que tinha por ali.
-É muito lindo, deve ter sido incrível crescer aqui.
-Na verdade amor, meus pais vieram para cá quando eu fui estudar na capital e já estava com 18 anos de idade. A minha infância inteira passei morando em um canto diferente desse estado, meus pais eram pastores itinerantes.
- Que pena, quer dizer, que bom que seus pais se dispuseram para obra de Deus, mas deve ser incrível ser uma criança vivendo aqui.
-Sim, a Belle ama tudo isso aqui, Nanda fica louca quando ela volta pra casa toda suja de terra.
-Eu quero muito que meus filhos vivam num lugar assim, acho super importante o contato com a natureza.
-Meus pais vão amar ter nossos filhos aqui correndo pelo quintal. -Ele falou tirando um cacho da frente dos olhos dela colocando atrás da orelha.
-Quantos filhos você quer ter? -Ela perguntou sorrindo, nunca tinha feitos aquelas planos antes com alguém, mas acreditava que com Benício poderia se realizar.
- Não sei, talvez uns quatro! -Sorriu a encarando.
-Eu não quero ter quatro filhos, imagina a loucura que deve ser uma casa com quatro crianças. Eu quero ter dois filhos.
- Então teremos dois filhos. Benício Júnior e Ester.
-Eu gosto de Ester, mas Benício Júnior nem pensar, coisa mais brega! -Riu da cara de bravo que ele fingiu fazer.
- Não é brega, é clássico! -Riu de lado. -E qual nome se for menino?
-Joshua.
-É um nome bonito, eu gostei! -Segurou as mãos dela. -Seremos pais da Ester e do Joshua futuramente.
- Sabia o quanto isso é louco? Nós só temos pouco mais de um mês de namoro e já falamos em casamento e filhos.
-Eu também já me perguntei sobre isso, sobre essas certezas que tenho com você, mas não tenho respostas.
-Ben o pai está chamando. -Bernardo apareceu na porta da cozinha que dava para o quintal.
Evelyn o acompanhou para dentro da casa, Benício foi ver o que o pai queria e ela se ofereceu para ajudar na cozinha onde Fernada e Dona Glória cortava legumes e verduras.
-Pode cortar essas batatas em cubinhos, querida. -A senhora ofereceu uma vasilha com algumas batatas e uma faca.
-Vocês costumam almoçar juntos sempre? -Perguntou curiosa.
- Ah Sim, Bernardo e eu almoçamos aqui todo sábado, a Belle sente muita falta dos avós. Mas Ben e Renata não costumam vir sempre, mas sempre que estão na cidade nos reunimos.
-Eu imagino. Deve ser muito legal ter todos reunidos.
-É uma bênção, eu amo ter todos aqui debaixo das minhas asas, você já está convocada á voltar aqui sempre que quiser mesmo se Ben não vier. -Dona Glória falou.
-Duvido que Benício deixe ela vir sozinha, sogra. Do jeito que está com aquela cara de bobo apaixonado não vai querer passar um final de semana sem ela.
- Tem toda razão! -Dona Glória sorriu concordando.
A conversa se estendeu por todo fim da manhã, Evelyn estava encantada pela família dele e surpresa com algumas descobertas que tinha feito. Descobriu que ele tinha sido uma criança obesa na infância e só no início da adolescência começou a fazer dietas e passou a frequentar academia acabou emagrecendo, por isso evitava ao máximo comer bobagens, também descobriu que ele saiu na mão com o esposo de Renata quando descobriu que estava namorado escondido com sua irmã. Cada novo fato sobre ele era guardado em um lugar especial da sua memória. Ela por exemplo já estava com a receita anotada do doce de abóbora da sogra que era o doce favorito do namorado e que ela já estava planejando fazer pra ele quando voltasse.
O almoço foi feito num clima de leveza e descontração que ela nunca tinha experimentado com pessoas que acabara de conhecer. Eles a incluíam nas conversas e sempre acabavam contando algum fato engraçado da infância e adolescência de Benício.
-Linda! -Ela leu os lábios de Benício mais uma vez que toda hora sibilava uma elogio ao seu respeito fora os olhares apaixonados que ele lhe lançava.
-Você é mais! -Ela sibilou pra ele que sorriu largo.
O restante do dia passou no mesmo clima calmo e descontraído como era todos os membros daquela família, observando a interação de todos eles ela podia até dizer que Benício era o mais tímido de todos, mesmo que ele não fosse nem um pouco.
Na hora dormir ela ficou no quarto de Renata e ele ficou no seu. Depois de uma longa oração de agradecimento por tudo que estava vivendo ela adormeceu.
***
-Bom dia! -Ele falou sentando na cama segurando uma bandeja de café da manhã
-Ai que lindo! -Sorriu se endireitando na cama. -Bom dia Bê, obrigada! -Abraçou o pescoço dele.
-Meus pais saíram cedo para aula bíblica então resolvir trazer o café pra você, na verdade, pra nós dois.
- Tudo bem, queria conhecer a igreja deles.
- Não faltarão oportunidades, agora vamos comer porque eu estou morrendo de fome e ainda quero te mostrar o meu lugar favorito dessa casa.
Eles tomaram café entre conversas e risos, pois Evelyn estava contando pra ele as descobertas que tinha feito ao seu respeito. Assim que terminaram de comer ele saiu do quarto para que ela pudesse se trocar e foi para cozinha lavar á louça que sujou.
Enquanto estava sentado no sofá lendo a bíblia viu ela descer as escadas. Ela vestia um macacão branco logo de estapa de flores pequenas em tons de rosa e azul, uma sandália rateira e os cabelos presos num coque alto, ela não usava nenhuma maquiagem, mas era a mulher mais bonita que ele já tinha visto na vida.
-Quando eu acho que não posso me apaixonar mais, você me aparece assim! -Ele falou indo ao encontro dela.
-Amor, você tem que parar de falar essas coisa me deixam desconcertada.
- Não consigo é mais forte que eu. -Sorriu estendendo a mãos para ela.
Caminharam pelo corredor e no final dele uma porta foi aberta por Benício revelando a maior biblioteca pessoal que ela já tinha visto na vida.
-Que incrível! -Falou alto como poucas vezes fazia. - Meu Deus, Bê! Isso é maravilhoso.
-É mesmo, Meu pai sempre amou ler e sempre nos presenteava com livros, por isso nós três amamos ler. Então ele construiu essa biblioteca quando comprou a casa, aqui tem todos os tipos de livro que você imaginar, alguns meus, outros de Bernardo e Renata, mas a maioria dele.
-Nossa! Isso é um sonho.
-É mesmo, ele fica aqui a maior parte do tempo. Faz seus estudos, pregações e devocionais aqui, sempre que tem um tempo sobrando ele está lendo.
-Fascinante! -Ela falou ainda embasbacada com o local que possuía estantes em todas as paredes em madeira de Carvalho que brilhava com o verniz, todas as estantes estavam cheias de livros. No canto esquerdo tinha um sofá grande branco e no centro uma mesa de Carvalho com tampo de vidro, as paredes eram todas pintadas de branco o que deixava o lugar claro e no fundo da sala assim como no quarto de Benicnio tinha uma janela grande que dava para o quintal, a diferença era que essa era toda em vidro coberta apenas com uma cortina fina branca.
-Prometo que no projeto da nossa casa eu vou fazer uma biblioteca para você.
Ela sorriu imaginando quão incrível seria viver com Benício e mais uma vez agradeceu a Deus por tudo que estava vivendo.
CONTINUA...
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Me encontrei em você
SpiritualDuas pessoas diferentes que aprenderão juntas a amar, desafiando tudo aquilo que é imposto pela sociedade e por seus próprios medos. Um amor surgido de forma inesperada que será capaz de suportar grandes dificuldades.