Capitulo 7

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Está sol quando sai de casa, um óculos me protegia da radiação logo que atravessava a cidade em direção ao museu Fraulen e o que seria o começo de uma grande aventura. Mayhem me permite pegar um carro descaracterizado, uma Mercedes cinza usada em algumas investigações em áreas ricas da cidade.

É com a pompa de um carro tão suave e bom de dirigir que chego as propriedades, peço a entrada de visitante e estaciono na grande garagem onde já haviam alguns carros parados e pessoas chegando e saindo das exposições.

Desligo-o e sigo até as escadas, um par de seguranças grandes estava a vigiar a porta mas sequer olharam para mim quando passei. Há um cheiro típico de tinta no ar quando adentro e olho ao redor, e pensar que tudo isso era a arte de um homem sem história, encantado por corpos e estranhamente bonito e atraente pelo jeito misterioso com que agia.

E também com o jeito despreocupado com que visualizava uma das obras no canto do museu próximo a outras pessoas. Ele nota a minha presença, estava no mesmo terno das últimas vezes, quero dizer, pode ser outro terno, mas exatamente igual ao que usava (espero que seja, ah, não faz diferença). Ele usava um chapéu sobre a cabeça que escondia os cabelos muito bons.

— Tudo pronto? — me aproximo com um pequeno sorriso.

— Não me sinto bem abdicando da minha casa, deixando-a sem qualquer proteção.

A pessoa responsável pelos crimes não sabia que Dante estaria fora do museu por esses dias, se voltasse a atacar, a delegacia estaria de olhos atentos sobre ele e já teríamos um motivo para considerar o farsante, estaríamos a um passo de ter o primeiro criminoso em mãos e, com sorte, levar a investigação mais adiante.

— Você vai estar a alguns quilômetros daqui apenas.

— Vou voltar para cá todas as noites.

— Não! — digo depressa quando ele começa a se virar. — Não pode. Você precisa ficar seguro enquanto não temos o criminoso em mãos.

— Vocês já poderiam tê-lo em mãos se não perdessem tempo suspeitando de mim. Quero esse farsante preso o mais rápido possível, sim?

— Você não tem autoridade para delegar ordens, senhor Fraulen. Em contrapartida, quero que pegue suas coisas agora e vamos para o carro, até mesmo aqui corre perigo.

Ele ergueu as mãos em desistência e eu sorri comemorativa por estar no comando por um instante, gostei da sensação de tê-lo sobre minhas rédeas e mostrar quem estava mandando até então. Sem contar que era inconveniente ele querer se safar sendo que o meu radar pulsava em culpa sobre ele, aquilo mal havia começado, as minhas suspeitas ainda não tinham se cumprido.

Ele olhou para trás antes de me pedir para segui-lo até os fundos do museu, viramos a esquerda e depois a direita num corredor que lembrava um L invertido, no final dele, ele abriu uma porta e eu tentei espiar, mas fui lenta demais. Ele desapareceu por alguns instantes e só então regressou carregando apenas o que julgava necessário, um trio de cavaletes médios e uma mala preta.

— Só isso? — questiono, curiosa.

— É só o que preciso.

Claro, ele não poderia ficar longe da arte. Ele passou por mim e seguiu de volta até o hall principal onde a maioria das pessoas que estavam distraídas mal notaram que ele passou por todo o lugar até a saída, ele escondeu o rosto do sol que já batia forte pelo horário e nós descemos e seguimos até o carro onde ele dispôs suas coisas no porta malas grande.

Depois deu a volta, sentou no banco trazeiro e apenas esperou. Eu o olhei com estranheza por não querer ir na frente.

Então também entrei e saímos de lá.

O Ultimo FraulenOnde histórias criam vida. Descubra agora