Capitulo 18

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Quando deu 22h, Mayhem e eu chegamos em casa. Ambas estávamos exaustas, e os meus olhos tinham pequenas estrelinhas pela mudança de ambiente e iluminação. Assim que cheguei, joguei a minha bolsa sobre o sofá e peguei o controle da televisão que ficou ligada graças ao gravador de vídeo. Desliguei-o, estava quente.

— Ótimo, gravamos tudo

— Revise o programa e anexe os trechos relevantes ao caso, amanhã logo cedo vou estar com o resultado do DNA em mãos e isso vai ser suficiente para pedir a prisão dela — ela passou correndo por trás do sofá e subiu as escadas.

May parecia mais incomodada com o fato de Maratriz poder ser uma criminosa do que eu realmente estava. Na verdade, a minha fixação maior nela estava nos motivos, mas como já os sabia — Dante era um idiota que "abusou" de uma mulher, enganou-a por dinheiro e arrancou os seus sonhos de adolescente apaixonada —, o que me restava era apenas decretar a prisão dela para acabar com a parte 1 de 3 do meu caso.

A parte 2 deveria se resumir a montar e encontrar a peça descrita na foto da sociedade, entender o que eles querem com ela e destruí-la.

E a parte 3? Encontrar um jeito de impedir Dante Fraulen.

* * * * *

Percebo logo quando Adamson chega a minha sala, isso por ouvir seu radinho de pilha tocar uma música tema de investigação. Ergo o olhar sobre ele por trás do computador e sorrio.

— Bom dia, Emy, adorei o programa de ontem. Você deixou a mulher mais poderosa da Noruega em maus lençóis com seus comentários mal-intencionados.

— Me senti especialmente gentil por não atacar a audiência dela e tentar mostrar um pouco de simpatia. Normalmente não gosto de dar liberdade para criminosos e deixá-los acreditar que está tudo bem, mas gostei muito de ter ido lá para falar um pouco sobre mim e minha vida.

— Alguma novidade? — ele deixou sua mala de ombros na mesa dele e sentou-se na ponta da minha. — Porque... da minha parte, encontrei a ficha de Maratriz e seu histórico. Disse que ela teve um relacionamento com Dante Fraulen, não? A que nível está se referindo?

— Profundo, Adam — arrumei alguns papeis. — Em 1999 o cara era professor de artes dela numa escola particular. Ela tinha dezoito e realizou aquele tramite do contrato já relatado no arquivo. Mayhem te passou as informações que recolhi, certo?

— Sim. Nota-se que Dante é um cara perturbado, mas isso não o pôs na cena de crime porque ele não sabia que Maratriz estava usando-o, apenas sabia que havia uma conspiração se aproximando dele já que o próprio funcionário se erguia sobre suas costas. Entretanto, senhorita Braun, por que ele não sabia que isso acontecia debaixo do seu nariz? Onde estava nos dias e horários sendo que o museu também é sua casa?

— Bem... er... isso não vem ao caso — disfarço o quanto posso. — O que preciso mesmo é de mais duas provas físicas de que ela está envolvida.

— Já tem — ele atirou algumas fotos e papeis sobre a minha mesa e eu conferi rapidamente.

Haviam informações detalhadas de onde ela esteve nas noites anteriores e posteriores aos desaparecimentos. Em um restaurante fino (Com Bart), numa loja de artes (Com Bart) e entrando numa limusine branca (Com Bart num terno branco).

— Isso não é suficiente, Adam. Bart fazia trabalhos de segurança particular, lembra?

— É? E esse trecho de mensagem que recuperamos do celular dele?

"O nome da mulher é Stella Onci. Vinte e seis anos, solteira, mora sozinha, diarista e tem 12 prestações de um carro que custou 36 mil coroas. Cabelos castanhos cacheados, seios firmes, pele clara e olhos azuis. Tem o perfil? – 3.08.14"

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