Capitulo 5

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Os meus companheiros me deixam as portas da delegacia antes de partirem para o próximo chamado de urgência, eu entro e removo os saltos que massacravam os meus pés por serem tão apertados e me embrenho no elevador em silêncio, arrumando meus cabelos até que as portas se abrem e a delegacia está... quieta?

— May?

Ela se virou na minha direção e se aproximou, de braços cruzados e uma expressão vazia.

— Eu estou extremamente irritada com você por ter tirado a escuta.

— E... por quê não está gritando como sempre faz?

— Vanice, a vítima do homem misterioso... está morta.

Meu coração vibra com a sua noticia e preciso segui-la até a bancada onde estava Agnes para saber do ela realmente falava.

— Do que está falando? O que aconteceu com ela?

— Ela teve um mal súbito hoje mais cedo, a mãe relatou que ela se contorceu por alguns instantes antes de... congelar, literalmente ficar gélida, parar de se mexer.

— Meu deus, que coisa estranha, não?

Ela torceu o lábio e ergueu a mão, como se estivesse contemplando o vazio da nossa incompetência em ter mais respostas visto que aquelas não eram suficientes.

— Demais... e isso só complica ainda mais as nossas investigações. Iriamos tomar novos depoimentos dela hoje mais tarde — Mayhem bebeu um copo de agua num único gole. — Agora você vai me explicar o porquê de desligar o ponto antes de eu começar a gritar enfurecida.

— Dante descobriu que eu estava com o ponto, tentei disfarçar destruindo ele.

— O cara não era o nosso homem, não é?

— Não. Mas depois que desliguei o ponto, ele disse que conhecia a pessoa por trás disso. Ao menos Vanice deu informações validas acerca do lugar e dos atos, agora precisamos apenas esperar.

— Esperar o que?

— Eu marquei de encontrar o Dante na sexta-feira, ele vai me levar direto até o nosso homem.

— Bom trabalho.

Eu bato uma vaga continência a minha chefe e irmã antes de seguir de volta para a minha sala e logo tomo em mãos a minha caneta para riscar a foto de Dante Fraulen antes de tirar todas as provas que eu poderia ter contra ele, afinal, não valia mais de nada continuar insistindo naquele homem que parecia tão verdadeiro em seus olhares mesmo na estranheza do seu ser.

* * * * *

— Alguns dias depois.

Quem gostava de trabalhar no dia de folga?

Talvez outras pessoas quisessem usar o dia livre para uma boa ida a um pub para beber e ficar com os amigos, ouvir música boa e alta ou comprar algumas coisas no centro comercial. A cidade quase sempre dispunha de cultura para os que queriam aprecia-la.

Enquanto que para outros, dar uns bons tiros era a melhor forma de aliviar o estresse da semana e se preparar para o final dela. Para mim não era diferente, mesmo longe das tarefas diárias, eu estava lá, trabalhando o meu corpo e a minha mente no treinamento especial para formação de agentes especiais do COP — Centro de operações especiais, o meu sonho de adolescente e a inspiração que o meu pai deixou para mim antes de ser emboscado por criminosos que haviam marcado a sua cara.

E, do pior, havia levado consigo também a minha mãe. Naquele dia eu senti que o meu mundo havia desabado, mas, no dia seguinte, mesmo que ainda tivesse 17 anos, estava lá, sentada no banco esperando pela primeira prova do curso de investigadores que me poria no mesmo prédio em que a minha irmã trabalhava até então como escrevente.

O Ultimo FraulenOnde histórias criam vida. Descubra agora