Capitulo 23

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A sala de Adam era bem ventilada, mas um pouco escura. Atrás daquelas quatro paredes e do mundo preenchido pelo branco do teto ao chão, suas coisas estavam por todos os lugares. Uma grande mesa com dois computadores monitoravam e recolhiam informações constantemente. Um par de cabides sustentavam seus agasalhos. Um cinzeiro sujo guardava o último charuto que fumou horas antes e o cheiro característico de um homem exalava por todo o lugar; perfume amadeirado e a leve presença de um perfume mais feminino impregnado em seu corpo.

Ele me permite examinar os documentos e quatro plantas estruturais de locais onde sabíamos que coisas aconteceriam.

— Lembrando que eles não são feridos por tiros, provavelmente nem por armas brancas.

— Não precisamos feri-los mortalmente, apenas incapacita-los, sim? Por isso vou chamar Regina e Peccy, elas são agentes de carreira e especialistas em infiltração.

— Achei que nosso segredo não fosse vazar.

— Não vai. Elas vão fazer um serviço mercenário para o senhor A — ele sorriu, convencido. — Achou que eu iria colocar agentes federais num caso como esse?

— Achei que você mesmo iria até lá.

— E arriscar o meu belo nariz? Nem pensar.

— Mas... quando atacarmos o primeiro Fraulen, os outros vão descobrir que estamos atrás das peças.

Ele se moveu na cadeira desconfortavelmente e encarou a tela do computador onde passavam mil informações.

— Então tenho um plano melhor — estalou os dedos. — Você disse que todos os dias eles voltam para os quadros, não?

— Sim, Dante mesmo confessou que precisavam voltar para os quadros na tentativa de se restabelecerem, mas no que isso nos ajuda?

— Por que arriscar a vida de boas agentes se nós temos você? É simples, Emília; invade o museu e pega as peças.

Parecia bastante simples, entretanto, um problema morava ali:

— É inteligente, mas como vou tirar a peça deles, Adam! — cruzei os braços. — A peça de Dante estava cravada no meio do tórax dele. Provavelmente a dos outros deve estar no mesmo lugar.

Ele pensou mais.

— E se você a removesse do quadro?

— Seria possível? — toco sobre seu pulso, curiosa para ouvir mais. — Mas... Droga! Isso iria destruir as obras.

E POR QUE EU NÃO PENSEI EM DESTRUIR AS OBRAS!

— Adam! Podemos tentar destruir as obras. Se tudo está naqueles quadros, significa que se os destruirmos, eles voltam para o inferno de onde vieram. Todos eles.

— Genial! — ele se moveu na cadeira e olhou para o seu computador. — Nós poderíamos provocar um "incêndio acidental" naquelas tintas inflamáveis, não?

— Sim, poderíamos.

Mayhem me mataria se soubesse que eu estava me metendo em incêndios criminosos, mas naquele momento, parecia a melhor solução possível para todos os nossos problemas.

Entretanto, quando Adam começou a planejar maquiavelicamente como faríamos tudo aquilo, me veio os beijos de Dante. Me vieram as sensações do seu toque em meu corpo e no quão bom ele era em me provocar prazerosamente. Era como se eu passasse a apenas escutar Adam falando empolgado sobre ter um litro de gasolina no estacionamento da DP.

Porém, mais tarde, tudo voltou aos conformes e a minha inteligência emocional me permitiu entrar naquele carro. Mayhem não teve informações sobre o que eu estava fazendo durante o dia inteiro, mas, o quão poderosa seria uma única mensagem dizendo que estava "ocupada" com alguma coisa importante, possivelmente um caso que interessasse a ela?

O Ultimo FraulenOnde histórias criam vida. Descubra agora