Capitulo 24

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Sinto que estou sufocando quando desperto assombrada. Meu peito luta por ar, mas ele não chega a mim enquanto não paro de pensar que preciso respirar para sobreviver. Minha testa arde, assim como meus pulmões que apostam corrida para saber qual me fará voltar a vida.

Enfim, quando aquilo desaparece, posso discernir novamente. Posso sentir. Posso sentir que ainda vivo. Uma martela em minha têmpora me faz pressiona-la e dobrar o lábio em agonia, mas o que mais me perturba é onde estou.

Cercada por um quarto minúsculo pintado em verde e com luzes que parecem da mesma cor através de janelas espectrais. Sobre uma cama, com as mesmas calças, blusa de alça e jaqueta de couro que usava.

Os pelos em meu braço se ouriçam, mas sei que não estou sozinha. Não quando um par de vozes se aproxima e, de repente, a porta começa a se abrir. Fecho os olhos e fico tão quieta quanto possível.

Entretanto, não posso mais fingir quando espreito através de uma pequena fresta dos olhos e o vislumbro.

Ele suspirou e me observou minuciosamente.

— Adam... — murmurei, na tentativa de não assusta-lo.

— Emy! Graças que enfim acordou.

Me ergo sobre a cama quando ele se senta ao meu lado e não tenho palavras para descrever o que vejo.

— Eu... eu pensei que você tinha morrido. Eu vi o Maikon atirar em você!

— Colete balístico — sorriu ele ao erguer seu agasalho cinza de gola alta.

Me recomponho. Toco meu peito úmido e olho ao redor novamente. Há vozes do lado de fora num corredor com luzes claras.

— Você está bem? — continuou, preocupado. — Foi um golpe forte que levou.

— Estou um pouco zonza, mas bem. Onde estamos?

— Na base médica do COP.

— Acho que nunca estive aqui.

A agencia para a qual eu estava treinando tinha bases, locais de inteligência e movia alguns hospitais militares como o que estávamos.

— Por quanto tempo estive desmaiada?

— Setenta e uma horas.

— Como vim parar aqui? Como você me trouxe para cá depois do incidente com os Fraulen?

Como eles sabiam que estávamos indo atacar? Por que não desapareceram depois que incendiamos todos os quadros?

— Dante ficou encarregado de se livrar do meu corpo, mas bastou que saíssemos do museu para que eu acordasse naquela situação. Nós conversamos e arquitetamos um plano para virar o jogo. Então ele esperou os outros voltarem para os quadros e disse que cuidaria de você. Te colocamos no carro e eu te trouxe até aqui para ser medicada, sabia que ficaria segura.

— Vocês trabalharam juntos... então Dante está mesmo do meu lado — sorrio, contente.

Por mais que Dante estivesse irado por eu ter destruído os quadros — que provavelmente eram falsos já que eles permaneceram vivos —, o seu bom senso ainda estava lá, na cozinha, no nosso beijo e no que pelo menos eu sinto no meu coração como uma chama, uma paixão, um amor crescendo.

— Entretanto, coisas aconteceram após você ter se negado a ajuda-los no plano.

— O quê? — me sento, olhando-o atentamente.

— Terroristas atacaram a sua DP ontem à tarde, apuramos que eles foram enviados por Maikon. Lá... eles confrontaram os policiais, Becker levou um tiro e está internado, enquanto que Mayhem...

O Ultimo FraulenOnde histórias criam vida. Descubra agora