Eight

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  Haseul: Ok, conta.

Haerim: O Baek é conhecido por dispensar todo mundo depois do primeiro jantar. Então nem pensa em se apegar.

  Haseul: Eu vou apenas pela comida.

   Haseul: Ele tem cara de ser frio mesmo.

Haerim: Acho que o Baek só é fechado.

Haseul: Como você sabe tanta coisa sobre ele?

Haerim: Digamos que eu já flertei com ele. Ruivos tem seu charme.

Haerim: Mas nunca deu em nada. O Baek nunca caiu nas minhas cantadas.

   Franzi o cenho, nunca pensei que rebelde de cabelo vermelho fosse o tipo dela.

  Haseul: Ah

   Haerim: Tô muito bem com o Kai.

  Haerim: Só avisei porque não quero que se decepcione com o Baek.

  Haerim: Já sofreu o suficiente.

   Haseul: Relaxa, eu tenho 0 interesse nele.

   ***

    Chanyeol me avisou o horário em que sairia do hospital. Eu coloquei uma calça de algodão confortável e um casaco vinho, porque o quarto em que Baek estava era gelado. Dessa vez lembrei de levar o moletom dele, não queria ouvir sermão.

       Assim que abri a porta, Baek me encarou, ainda estava no soro mas parecia melhor.

   —  Olha só. — Joguei o casaco para ele. — Agora eu não te devo nada.

   — Finalmente. — deixou as mãos sobre o colo. — Agora está livre de mim.

    — Como está se sentindo hoje? — Me sentei numa das poltronas.

 — Melhor, não vejo a hora de sair daqui. —  Sentou-se corretamente. — Hospital é um saco.

— Pelo menos aqui eles não vão te deixar morrer sem ar. — Cruzei os braços. — Já que pelo visto você não se cuida.

—  Eu me cuido sim, muto bem por sinal. — Fez uma careta. — Mas tento evitar hospitais ao máximo.

   — Qual seu problema com hospitais? —  lhe encarei.

   No fundo ninguém gosta de hospitais, mas o modo como Baek falava fazia parecer que ele preferia morrer do que procurar um médico. Eu estava começando a cogitar que ele tivesse alguma fobia relacionada a médicos.

 —  Não gosto. — Engoliu em seco. —  Agora chega desse assunto.

   Peguei meu celular, tinha que me distrair pelas próximas horas, já que manter uma conversa com Baek não era muito fácil. Estava evitando o instagram, tudo por medo de dar de cara com uma foto de Mina com Mark. 

   Parar de segui-lo seria mais fácil, no entanto ia fazê-lo pensar que estou chateada ou que não superei, e não era isso que eu queria.

   Se nosso namoro, tivesse acabado em brigas e gritos, seria mais fácil exclui-lo da minha vida. No entanto, nunca fomos um casal problemático, nossas brigas jamais chegaram a algo extremo. Com o tempo a relação apenas esfriou e Mark decidiu terminar.

  —  Fecha os olhos, por favor. — A voz de Baek chamou a minha atenção.

 — O quê?

  —  Fecha os olhos, eu preciso ir ao banheiro. — Mordeu o lábio inferior. — E essa roupa deixa muita coisa a mostra.

—  Ah. — Fechei os olhos. — Pode ir.

  Ouvi o barulho dele se levantando, algum tempo depois escutei a porta do banheiro fechar. Abri os olhos, pelo visto seria uma longa manhã.

   ***

   — Eu odeio isso. — Baek resmungou enquanto observava a fisioterapeuta.

   A doutora Yang era simpática, ela iria ajudar Baek com a fisioterapia respiratória. Os exercícios tinham o objetivo de fazer o pulmão dele expelir toda a secreção, assim um método invasivo não seria necessário.

   — Aposto que é melhor do que ter seu pulmão perfurado. — Ela guardou os aparelhos na maleta. — Nos vemos amanhã.
 
   — Preciso de quantas sessões? — Ele não parecia nada satisfeito.

    — Isso será decidido de acordo a sua evolução. —  Pegou a maleta. — Mas até o momento, precisará de no mínimo 8.

     Baek apenas a encarou parecendo derrotado, a doutora Yang deu um pequeno aceno antes de sair fechando a porta. Ele parecia odiar médicos, eu só não sabia o porquê.

    — O Chanyeol vai se atrasar um pouco. —  Avisei após checar meu celular.

     — Tudo bem, ele deve ter se enrolado no trabalho. — Se recostou na cama. —  Você pode ir se quiser, eu posso ficar sozinho.

    — Eu fico até o Chanyeol chegar. — Não tenho nada pra fazer em casa mesmo. — Ele é o único que pode ficar aqui com você?

     — Os outros tem trabalho a fazer e meus pais...—  Fez uma pausa. — Eles não precisam saber onde estou.

    — Numa situação dessa, ter a família por perto é sempre bom.

     Apesar de agora morar sozinha, meus pais estavam sempre perguntando sobre mim e quando podia, eu os visitava. Acredito que se estivesse internada, eles gostariam de saber.

    — Acredite, é melhor eu ficar longe da família. — Passou a mão pelos cabelos. — Você, não tem nada melhor pra fazer, além de perder seu tempo aqui?

  Mal agradecido.

      —  Infelizmente, não. — Encarei meus sapatos. — Estou fugindo até das redes sociais.
 
    — Por causa do loiro bonitão? — Sorriu malicioso. — Eu vi como olhou para ele no bar.

   E lá vamos nós.

    O Mark é meu ex. — Falar disso com alguém que não fosse Haerim, parecia difícil. — Pelo visto ele está muito bem agora.

      — Não acredito que vai sofrer, por um cara que já seguiu em frente. — Me encarou incrédulo.

     — Não estou sofrendo, só não é fácil esquecer tantos anos juntos. — Apoiei meu rosto na mão. — Não  preciso ficar vendo fotos dele com a namorada.

   — Está sim, isso se chama dor de cotovelo. —  Baek riu.

    Seu riso logo se transformou numa tosse que o fez se curvar. Baek levou a mão ao peito como se sentisse dor.

   — Eu vou chamar um médico. — Me levantei.

   — Não. —  Cobriu a boca tossindo uma última vez. — Eu estou bem.

    — Claro que está. — Lhe encarei. — Nem consegue respirar direito.

    — Os médicos já sabem o que eu tenho, eu vou ficar bem. — Forçou um sorriso. — Não se preocupe.

   Baek não me convencia nem um pouco. Mesmo assim, decidi não contrariá-lo, ele acabaria tendo que pedir ajuda quando não aguentasse mais.

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Baek não vê a hora de voltar para casa.

    Haseul tá cada vez mais desconfiada.

𝐅𝐎𝐑 𝐋𝐈𝐅𝐄 ➵ 𝑩𝒂𝒆𝒌𝒉𝒚𝒖𝒏Onde histórias criam vida. Descubra agora