Sixteen

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  Acabei cantando no karaokê também, eu não era nem de longe tão boa quanto Jongdae, mas conseguia manter afinação suficiente pra tornar minha voz agradável.

    Quando todos começaram a ir embora, me ofereci para ajudar Baekhyun a arrumar o apartamento, ainda não estava pronta para ir para casa e enfrentar meus problemas sozinha.

   — Se importa se eu colocar uma música? — Baek parou próximo a caixa de som. — Gosto de fazer as coisas com uma trilha sonora ao fundo.

    — Também gosto. — Sorri. — Deixe seu gosto musical me surpreender.

    Ele sorriu de canto e deu play na caixinha, quando Every breath you take do The Police começou a tocar, pensei que já era de se esperar.

     Comecei a empilhar as caixas de pizza vazias, Baek sumiu por alguns  segundos e voltou com um esfregão.

   — My poor heart aches with every step you take. —  Ele cantarolou e então começou a rir.

   — O que é tão engraçado? — Equilibrei as caixas num braço só.

   — Meu pobre coração realmente dói a cada passo que você dá. — Rolei os olhos e ele me deu língua.

   — Tão maduro, eu já deveria esperar. — Suspirei.

   — É preciso fazer piada com a própria desgraça, ou então você fica maluco. — Tirou mais uma mancha do chão.

    Forever young do Alphaville  começou a tocar enquanto eu jogava as caixas no lixo. A música me causava uma nostalgia estranha, como se toda a minha adolescência estivesse passando diante dos meus olhos.

     Quando se é adolescente, você sente que sabe de tudo, todos os sentimentos parecem tão intensos e infinitos. Então um dia você acorda e percebe que já é um adulto, os anos dourados acabaram, quer você os tenha aproveitado ou não.

    Sacudi a cabeça como se isso fosse fazer os pensamentos pararem. Por que você é tão saudosista, Haseul?

      Voce não se sente esquisito quando escuta essas músicas? — Baek entrou trazendo o esfregão, agora imundo.

    — Defina esquisito.

   Mordi o lábio, descrever a sensação que músicas antigas me causavam era difícil.

  — Como se sua vida estivesse passando rápido demais, como se de algum modo estivesse desperdiçando o tempo.

    Baek começou a lavar o esfregão na pia da área de serviço, pensei em dizer que ele não deveria passar tanto tempo com as mãos na água, no entanto fiquei calada, já que ele não iria me dar ouvidos.

   —  Alguns dias sinto que joguei meu futuro fora. — Supirou jogando mais sabão na água. — Penso que não devia ter saído de casa naquele dia, me pergunto se não teria sido melhor ter continuado na universidade.

    — E nos outros? — Me recostei a bancada.

    — Eu lembro de como é bom estar no palco, de como em alguns momentos parece existir apenas a música e eu. — Uma risada baixa escapa. — Quero aproveitar o que ainda me resta.

   — Você fala como se fosse morrer logo. — Me encolhi.

   Não sei se é algo consciente ou não, mesmo assim, Baek tem o hábito de falar como se estivesse com os dias contados.

    —  Qualquer um, pode partir a qualquer hora. —  Fechou a torneira. —  Por que nós sempre acabamos em assuntos tristes?

     — Dessa vez a culpa é da sua playlist. — Levantei as mãos em sinal  de rendição.

     Baek enxugou as mãos e ajeitou os cabelos, me perguntei o que mais estava escondido sob seu olhar suadosista.

   — Acho melhor eu ir, está ficando tarde. — Cruzo os braços. — Espero que você fique bem daqui pra frente.

    — Ninguém se cuida tão bem quanto eu. —  Franziu o cenho e então me encarou sério. — Você estava bebendo até pouco tempo atrás, não pode dirigir.

   — Não estou bêbada.

   — Não se sente bêbada, mas tem álcool no seu sangue.

    Rolo os olhos e o encaro com uma expressão derrotada.

    — Ok, senhor certinho. Eu chamo um táxi.

   Se bem que pegar um táxi  sozinha a essa hora não parece bom.

     Eu poderia apenas fingir que tinha chamado um táxi e ir dirigindo para casa.

    — Eu te levo em casa.

    —  Vai dar muito trabalho e você não pode ficar saindo. — Ergui a sobrancelha. — Vou me arriscar no táxi mesmo.

    Ele me olhou como se estivesse tomando alguma decisão muito importante.

   — Por que você não dorme aqui?

   Engoli em seco, ele simplesmente estava sendo prestativo do nada.

  —  Quem é você e o que fez com o Baek ranzinza?

  —  Que idéia você tem de mim? — Riu se aproximando. —  Você foi super prestativa enquanto eu estava doente, posso retribuir agora.

    Ok, já dormi na casa dele antes, porem em uma situação totalmente diferente.

    — Eu vou embora de manhã cedo, não se preocupe.

    — Eu até que gosto da sua companhia, Haseul.

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  Ora ora ora quem é vivo sempre aparece.
   
   Eu fiz um instagram pras fics o nome é haesoo_a

𝐅𝐎𝐑 𝐋𝐈𝐅𝐄 ➵ 𝑩𝒂𝒆𝒌𝒉𝒚𝒖𝒏Onde histórias criam vida. Descubra agora