— Você está ocupado, eu posso chamar um táxi. — Consigo vê-lo pelo canto do olho.
— Na verdade, eu já acabei, só preciso pegar minha mochila. — Baek toca meu braço com a ponta dos dedos. — Se for comigo, ganha tortinhas de graça, eles sempre me dão após o show.
Ele recolhe a mão e cruza os braços, mas ainda sinto onde seus dedos estavam me tocando. Comida grátis é um golpe baixo, principalmente para mim que amo doces.
Mordo o lábio, me sinto mais confortável voltando com Baek, do que me sentiria com um estranho, afinal já está tarde. Tudo essa noite parece tão esquisito, quase como se eu estivesse deixando algo passar despercebido.
— Ok, mas eu vou cobrar as tortinhas. — Me viro em sua direção.
— Tudo bem. — Baek ri e segue para o bar. — Fica perto de mim, prometo pegar tudo rápido.
Murmuro uma afirmativa e lhe acompanho para dentro do bar. Passamos por uma porta que diz restrito a funcionários, o corredor a seguir tem cheiro de comida, então sei que em algum lugar por ali, está a cozinha.
Baek entra numa porta a esquerda, é um pequeno camarim. Com uma penteadeira, um mini sofá e um frigobar. A mochila dele, de couro preto, parece cheia, Baek a fecha mas antes, eu vislumbro um pedaço de tecido vermelho, e um frasco de sabe-se lá o quê.
O violão está sobre o sofá, Baek o segura com cuidado e deixa a mochila num dos ombros.
— Quer ajuda?
— Não precisa, a mochila está leve. — Sorri fraco. — Agora só precisamos passar na cozinha.
Saímos do camarim e seguimos pelo corredor até o ponto em que este se abria numa enorme cozinha. As pessoas vão de um lado para o outro, mexendo panelas e arrumando pratos.
Um homem de meia idade sorri assim que Baek se aproxima, ele usa avental, touca e luvas enquanto corta tomates. Fico parada sem saber ao certo o que fazer, o calor aqui é intenso.
— Oi, Baek. Quem é a sua amiga?
— Wosung, essa é a Haseul. Haseul, esse é o Wosung, ele faz o melhor kimchi do mundo.
— Não é para tanto. — Wosung ri. — Baek é exagerado, você também canta?— Não, eu estava apenas assistindo. — Sorrio tímida.
A idéia de subir num palco, me parece aterrorizante. Todos aqueles rostos me encarando, seria horrível, eu provavelmente entraria em pânico.
— Já estou indo, passei apenas para dar tchau. Obrigado por ter me indicado. — Baek sorri agradecido.
— Você merece, eu deixei algumas tortinhas ali. — Aponta para o balcão. — Pode levar, é por conta da casa.
Nós agradecemos mais uma vez e eu pego a vasilha com as tortinhas, já que Baek está com as mãos cheias. Caminhamos em silêncio até o carro, quando entro, o cheiro levemente amadeirado, faz com que eu pense de imediato em Baekhyun.
Ele deixa o violão e a mochila no banco de trás, colocamos o cinto e ele dá a partida. As janelas estão abertas, a brisa noturna faz meus cabelos balançarem.
Abro a vasilha e levo uma das tortinhas a boca, o gosto de morango com chocolate me faz suspirar.
— Eu disse que elas eram boas. — Baek quebra o silêncio.
— São incríveis, quer? — Seguro uma tortinha em sua direção.
Ele desacelera o carro, se inclinando e mordendo toda a torta de uma vez, seus cabelos caem um pouco para frente e o contato de seus lábios, com meus dedos, faz meu corpo estremecer.
Baek volta a encarar a pista, tudo aconteceu em segundos, mas para mim pareceu uma eternidade.
— O quê? — Ele sorri de canto. — Não queria que eu tirasse as mãos do volante, queria?
Cafajeste.
— Claro que não, só não estava esperando isso. — Desvio o olhar.
Como mais uma tortinha, tentando não pensar em como foi sensual, sentir sua boca contra minha pele. Baek liga o rádio e Do I wanna know Começa a tocar, ele parece concentrado na música.
Por alguns minutos ficamos em silêncio novamente.
— Se divertiu hoje? Você parecia bem a vontade.
— Foi bom, todos lá são legais comigo.
— Isso é bom. — Ele morde o lábio. — Está saindo com aquele cara?
— O Minho? — Ele assente e eu rio. — Não, somos só amigos, por quê?
— Nada. — O carro para. — Chegamos.
— Baek, está tudo bem? — Tiro o cinto. — Você está diferente.
Ele vira em minha direção, seus olhos encarando os meus, engulo em seco tentando não encarar sua boca.
— Como?
— Não sei. — Não diga nada idiota, Haseul. — Talvez seja coisa da minha cabeça.
Baek se inclina, ouço o click do seu cinto sendo removido e ele fica mais perto. Mordo o lábio, por que me sinto assim? É como se eu estivesse hipnotizada, por cada movimento dele. O cheiro de seu perfume me envolve, é como se uma aura sedutora exalasse dele.
— Eu não esperava te ver lá, você está bonita. — Ele sorri fraco. — Parecia não estar prestando atenção em mim e eu só...
— Só?
Ele para, seus dedos acariciando minha bochecha. Meu coração parece prestes a sair do peito.
— Queria fazer isso.
Seus lábios encontram os meus e eu correspondo de imediato. Sua mão em minha nuca me trás para perto, cada parte de mim deseja mais dele.
Baek mordisca meu lábio inferior, suspirando quando puxo os cabelos em sua nuca. Ele está quase sobre mim, meu corpo pressionado contra o banco de couro.
Aprofundo o beijo, puxando-o pela camisa, Baek acaricia minha cintura e eu acabo rindo porque faz cócegas. Nos separamos com um estalo, sua testa encostada contra a minha, contenho um sorriso quando ele me sela.
— Onde mais é sensível assim? — Seus lábios estão vermelhos, eu me arrepio quando seus dedos acariciam minha pele exposta sob a camisa.
— Vai ter que descobrir sozinho. — Sorrio voltando a lhe beijar.
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Feliz ano novo com esse beijo do otp.
Baek não conseguiu resistir.
Se vocês soubessem o tanto que eu sofro pra escrever cenas de beijo kkk parece que nunca fica igual ao que tô imaginando.
Fiz esse aesthetic do Baek:
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𝐅𝐎𝐑 𝐋𝐈𝐅𝐄 ➵ 𝑩𝒂𝒆𝒌𝒉𝒚𝒖𝒏
FanfictionOnde Haseul apenas queria trocar a estação de rádio, mas acaba atropelando Baekhyun e lhe devendo um violão. Capa feita pela @aestuantic