Capítulo 42

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Eu disse que voltava com um capítulo maior e voltei mesmo! AAAAAAAAAAAAAAA Vocês ficarão bestas com o capítulo de hoje KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

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BRUNO

Estar na sala, junto com todas essas pessoas que estão se derramando em lágrimas, tendo de se concentrar para não chorar, porque tenho de segurar um bebê com emoções à flor da pele em meus braços. A mão de Damien não saia da minha em momento algum e eu tentava, por esse pequeno gesto, passar um pouco de tranquilidade ao mesmo. Nem dizer que eu sei essa dor a ele eu posso, pois nunca senti nada parecido...

Ao mesmo tempo em que se escutava os choros baixos, também se escutava as risadinhas do Wesley brincando com o Felipe ao meu lado. Isso era uma das coisas que, provavelmente, estavam dando conforto a eles, pois eram muito ligados às crianças e elas pareciam que mesmo sem saber, estavam tirando o clima pesado e triste que se instaurou por ali. Ainda não tinham nenhuma confirmação de corpos encontrados nos destroços e a angústia por saber de notícias era o que estava me matando e com certeza, estava matando as outras pessoas da sala, também.

Claro que é uma situação triste de qualquer forma, mas seria menos doloroso, ao meu ver, que eles pudessem enterrar seus entes mais queridos e importantes de suas vidas. Fazer uma cerimônia, fazer qualquer coisa relacionada a algo de ritual de passagens para o mundo espiritual.

- Tudo bem... – A irmã de Damien começou dizendo, logo após ter se levantado do sofá e secado suas lágrimas. – Nós não vamos ficar sofrendo desse jeito, porque vocês lembram o que a mamãe e o papai diziam... eles não queriam nos ver sofrendo por nada desse mundo e agora que eles não estão mais vivos... – A mesma tremeu sua fala nesse momento, voltando à sua postura anterior. – Iremos honrar o que eles mais gostavam em nós, que é nossa alegria.

- Ela tem razão. – Me pronunciei pela primeira desde a hora que estávamos sentados. – Pelo que eu conheço a mãe e o pai de vocês que eles eram alegres e que não tinha ao menos um dia que eles estavam tristes. – Levantei com o Felipe em meu colo, tomando cuidado para que Wesley não caísse, pois, o mesmo estava em pé quase em cima de mim e não queria sair pra ficar olhando pro bebê em meus braços.

Ainda bem que os mesmos ainda são crianças e não tem como sofrerem tanto por coisas desse tipo, porque eu não saberia explicar a eles que não veriam mais os avôs por conta da morte dos mesmos... subi em direção ao quarto com Wesley me seguindo, já que esse saquinho de cocô ambulante já tinha enchido mais um presentinho para minha pessoa trocar. Mas eu não reclamo, porque eu sempre tive vontade de um filho e agora que eu tenho, farei tudo com a maior calma e paciência possível.

- Senta ali no tapete, Wesley, que eu vou trocar o Felipe e depois nós voltamos pra sala, tudo bem? – Depois que o mesmo assentiu, eu fiz o mesmo e sorri em sua direção.

Não demorei muito para trocar meu filho, mas até conseguir vestir ele que não parava quieto com aquelas perninhas demorou e muito. Desci junto com as duas crianças quietas e desde o início da escada, conseguia escutar as vozes alteradas no andar de baixo... revirei os olhos quando notei que os mesmos estavam discutindo por conta dos cachorrinhos que passavam correndo de um lado para o outro pela sala, fazendo com que Damien e os outros irmãos não gostassem, já sua irmã gostou dos mesmos e fazia questão de deixa-los livres.

Mas eu tenho certeza que o objetivo principal dela era tentar relaxar e tirar as preocupações dos mesmos.

- Você parece que não está triste com a morte dos nossos pais, Karina.

- Olha, nem comecem com confusão em um momento desses. – Me impus logo, antes que começasse a confusão. – Todo mundo sofrendo com isso e vocês arranjando confusão por tão pouca coisa... isso dá raiva. Os responsáveis pela investigação já deram notícia?

Estranhas sensações (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora