Capítulo 30

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Oi mores! Tão bem?

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DAMIEN

Sair da casa do Bruno com todos aqueles homens que pareciam querer me matar, quase, eu disse quase foi impossível. Eu sabia, é claro, que eles não fariam nada de ruim pra mim, ainda mais porque Bruno estava de olho neles, por isso estou confiante quanto a nossa saída.

Bruno... quando eu imaginaria que uma pessoa tomaria o meu coração de uma forma tão arrebatadora? Na realidade, acho que nem nos meus melhores sonhos eu imaginei o amor assim. Eu sabia sim que era bonito e capaz de transformar as pessoas, mas nós temos apenas a parte teórica de como um amor é de verdade, mas quando nós amamos verdadeiramente que sentimos os reais efeitos.

Não é drama, apenas uma constatação de que o amor nos muda e eu tenho certeza de que todas as pessoas concordam comigo quanto a esse assunto. Você pode não ter amado, porém um dia irá e quando esse dia chegar... eu tenho pena de você, porque de início você fica sem saber o que fazer.

A cidade não era como eu estava acostumado. Era pequena, a maioria das pessoas se cumprimentava pois se conheciam, diferente da cidade grande e como um lugar muito pequeno, não pode se esconder por muito tempo, não é verdade? Ainda mais quando as notícias aqui são passadas assustadoramente rápidas. Óbvio que ninguém me parou quando passava, entretanto, eu sentia seus olhares em mim para onde quer que eu fosse e eu estava quase surtando por conta disso. Os homens que estavam ao meu lado eram silenciosos e dificilmente falavam algo, apenas respondiam quando eram chamados – mas eu não me atrevi a chamar nenhuma vez -.

- Damien, não é? – Escutei a voz do pai de Bruno e olhei em sua direção, que diferente de mim, estava sem uma gota de suor em seu rosto. – Você tem a noção de que você não está entrando em uma situação qualquer e típica, certo? – Assenti, mesmo sabendo que o mesmo não iria ver, pois não tinha se virado para falar comigo.

- Sim senhor. Eu sei disso. – Ele assentiu devagar, enquanto os outros estavam quietos, mas se entreolhando de vez em quando.

- Mas de qualqué jeito eu rô te lembrar que tu tá com o meu fí e que se tu machucar ele como o outro filhin de papai que teve aqui da outra rez, nem eu e nem os meus fí ramos pegar leve contigo. – Engoli em seco assentindo e lembrando do Bruno que disse que os mesmos iriam me amar. Tolinho! – Tu já ganhô uns ponto com eu purque não olhô para a minha casa cum nojo ou ficô cum nojo de cumê da minha comida.

- Eu nunca faria algo assim, senhor. – Os dois filhos dele, Osvaldo e Louro, começaram a sorrir do que eu disse. Será que eu disse algo errado?

- Nós vai estar de olho ni tu sempre, então num adianta tu jurar de juêi que num vai fazer nada, se tu fizé. – Assenti em sua direção e não disse mais nada e muito menos o respondi, pois se seu pai não disse mais nada e eu o imitei.

Estava com um pouco de medo, de verdade! Não por me sentir ameaçado, mas por conta de fazer Bruno sofrer igual o ex-namorado dele. Não fiquei sabendo de nada do que o dito cujo fez, mas para ter despertado a ira de sua família dessa forma, não foi nada legal. Percebi que não estavamos mais na cidade porque o barulho havia diminuído drasticamente e o que antes eram vozes de pessoas no centro da cidade, agora eram cantos de pássaros que ecoavam por toda a linda floresta que nos rodeava. As pedras do calçamento da rua que havíamos seguido haviam desaparecido e agora davam lugar a uma piçarra vermelhinha e mato por toda a extensão das cercas que cercavam os terrenos a nossa volta.

Aqui era tão diferente de onde eu morava, que até o ar era melhor. Mais puro e sem aquele fedor de poluição de todos aqueles automóveis. As pessoas passavam pedalando suas bicicletas junto com suas crianças indo em direção das roças que eram seus sustentos.

Estranhas sensações (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora