Pleasure || TaeJin

(10) Let me Love You

                                                                 
                                                                                   TAEHYUNG

         Eu me movi na cama, o sol entrando na janela me aqueceu o rosto de um modo incômodo e me fez despertar quase que imediatamente e me fazendo perceber o quarto vazio quando olhei ao redor, e o único sinal de que Seokjin passou ali, era uma bandeja com café da manhã preparada na  mesa ao lado da cama, com frutas, sucos… Eu apertei a camisa do mais velho em meu corpo e me arrastei até que sentisse meus pés tocarem o chão, tinha o cabelo bagunçado e sentia os olhos ainda inchados mas o incômodo não era aquilo, eu sentia meu corpo latejar mas aquilo não me deixava mal, a coisa que me revirou o estômago foi a lembrança do que aconteceu ontem com a mãe dele.
              Tive que prender a respiração para que as lágrimas pesadas não rolassem, estava tão perdido que sequer sabia entender a mim mesmo naquele momento e sinceramente preferi assim, no primeiro instante sozinho, eu sabia que desabaria mas nada vai tirar de minha cabeça a imagem que vi pela madrugada, um Seokjin que me abraçava com tanta necessidade, com tanta urgência que mais parecia um menino com medo dos trovões em uma noite de tempestade, e eu fiquei a acariciar seu cabelo até que no momento em que eu acordasse de madrugada, e o visse com os olhos serenos.

       Seokjin não fazia idéia de como era lindo, e ve-lo machucado, me machucava.

— Jin…? — Eu chamei baixo pelo quarto, indo até o closet com meus pés se arrastando no tapete escuro, parei a porta e dei uma rápida olhada ali dentro mas ele não estava e isso foi motivo suficiente para aquele suspiro escapar.

                    Fui dali para o banheiro, tomei um banho e me vesti, por fim voltando a cama e pegando o celular que quase no mesmo instante vibrava com uma mensagem que havia chegado :

• Jimin [11/12]:
    → Espero que jin hyung esteja cuidando de você.
   → Nos vemos a tarde.
  → Amo você.

                               ××××××××

Nós passamos o resto do dia em silêncio, abraçados no sofá sem carícias intensas, até o momento em que Jungkook e Jimin haviam chegado e eu fosse com Jimin pro apartamento assim que Jin e Jungkook foram conversar, eles precisavam ficar sozinhos.
        Jin e eu nos despedimos com um selinho rápido que deixou notável aquela estranheza.

                                 ××××××

— Como assim a mãe dele apareceu? — Jimin gritara do banheiro, eu suspirei e balancei a cabeça em negação, me remexendo em seu sofá. O vi voltar até mim e seu olhar de "pena" me fez desviar os olhos para as próprias mãos.

— É. E fale mais baixo, Yeontan está dormindo.

Sinceramente, eu precisava falar logo com alguém antes que explodisse em choro.

Então, ali estava no apartamento de Jimin, enquanto Jungkook havia ido em casa. As minhas roupas ainda estavam lá, na casa de Jin e Jungkook.

Mas eu precisava respirar.

Me levantei no mesmo momento que Jimin veio me abraçar, eu o apertei e afoguei meu rosto em sua cabeleira loira.

— Desculpa te encher com isso depois da sua viagem perfeitamente maravilhosa. Mas eu..

— Ia chorar quando Jin não estivesse vendo na primeira oportunidade. Você devia ter me dito no mesmo dia, e eu voltaria pra te levar pra longe daquela naja.

— Você a conhece? — O soltei, e o mesmo riu sem humor.

— Infelizmente, sim. Uma vez jantamos eu, ela e Jungkook... pois ela queria conhecer a nova atração da família. Humpf, ela é um nojo. Eu espero que você não a conheça realmente. Eu quase voei nela uma vez, mas o Jin me segurou. Não sei se dessa vez ele vai me segurar de novo se ela fizer alguma coisa com você, agora.

Podia ver nos seus olhos realmente uma raiva, e bem guardada. Sim, Jimin era estressado e falava tudo o que vinha na sua cabeça sempre que podia, mas raiva? Não deste modo. A pessoa teria que ter sido muito horrível com ele para isso.

Com um suspiro, ele se jogou no sofá e eu fui para cima dele, o abraçando.

— Se eu pudesse, levaria Jungkook bem pra longe sempre que ela estivesse perto.

— E eu agora, com o Jin. Você tinha que ver, ele estava tão mal depois que ela foi embora. Ficamos o resto do dia em silêncio praticamente..mas eu cuidei dele. Ele acabou dormindo primeiro que eu, pela primeira vez. Ele acha que eu não vi, mas eu senti sua respiração pesada quando quase chorou. — Eu disse baixo enquanto Jimin acariciava meus cabelos agora, fechei os olhos e suspiro.

— Vai ser difícil enquanto ela estiver aqui, mas vai ser bem mais difícil depois. A naja deixa marca mesmo depois que vai embora.

Aquilo vindo de Jimin, ficou na minha cabeça; quase todo o tempo.

Quando Jimin terminou de tirar toda sua roupa da mala, eu troquei de roupa e fomos até a casa de Jin. Provavelmente Jungkook já sabia da vinda de sua mãe ali, mas talvez não o afetasse ou ele não demonstrasse na frente de Jimin, por agora. Jin estava no escritório, como Jungkook disse. Eu subi correndo e quando cheguei lá, observei o mesmo jogado em sua cadeira, encarando o teto.

— Vou pra Pleasure hoje. Você quer ir comigo? — Ele abaixou a cabeça e me encarou, sorrindo pequeno. Não estava tão animado e eu podia ver isso claramente em seus olhos. Andei até ele ao fechar a porta, me sentando em seu colo e abracei seu pescoço

— Tudo bem.. apesar de que se você perguntasse isso para Jimin ele responderia um "sim" sem pensar duas vezes. Mas se você vai, eu vou. Não tenho nada amanhã na agência, pelo que eu saiba. — Demorei a sentir finalmente suas mãos em meu corpo, me abraçando forte e enterrando o rosto na curva do meu pescoço, Jin não havia me respondido, eu apenas ouvi seu suspiro "trêmulo" contra minha pele, seguido de um soluço, depois outro e mais outro.

        Eu paralisei quando ele chorou em meus braços e o apertei contra mim, afogando meus dedos em seu cabelo e fazendo breves carinhos entre os fios, deixando que despejasse em mim tudo que ele guardava…

— Não precisa esconder… — Era como Jimin havia dito, ela deixa marcas mesmo quando vai embora. Eu levei os dedos até o queixo do mais velho e ergui o rosto dele até que me olhasse e me possibilitasse beija-lo, a maciez de sua boca se misturava ao gosto das lágrimas grossas que escorreram por seu rosto mas não me incomodava, nunca me incomodaria estar com Seokjin.

                            
    No final sequer fomos a boate, ficamos os quatro ali na casa, afinal, o importante tanto pra mim quanto pra Jimin era unicamente confortar os dois, mais tarde fomos para a sala, eu e Jimin insistimos em ficar ali vendo filmes ou jogando algo, o que rendeu algumas boas risadas para todos, sendo o suficiente para quebrar parte daquele clima pesado que se espalhou facilmente em todos nós.

              Seokjin ficou grande parte do tempo em silêncio, já era bem tarde quando finalmente aquela postura divertida que ele tinha retornou. Seu olhar se ergueu ao meu e ele suspirou, brincando com meus dedos entrelaçados aos dele, acariciando as pedrarias dos meus anéis com os dígitos e os arrastando pelo dorso, apertando minha mão de um modo tão terno e eu realmente gostava de sentir seu toque "quentinho" contra minha pele. Sorri:

—  Anjo… — Ele sussurrou em meio a uma arfada pesada. — Obrigado…

      Eu não respondi com palavras, apenas fechei os olhos e acenei com a cabeça, minhas bochechas estavam quentes mas ainda assim, baixei o rosto até que conseguisse beijar-lhe a testa, apoiei as mãos em seu peito e o confortei sobre "meu colo" da forma que estava mas o melhor, foi ouvir o riso dele, mesmo que discreto e baixinho.

            Eu não reagi, mas mesmo assim a minha vontade foi e era desde o começo, de ligar pra contar o quanto gosto dele. E me declarar. Falar palavras lindas, frases perfeitas, poéticas, sensíveis. Eu queria me dar de bandeja pra Seokjin, para que assim não sofresse mais sozinho com as coisas que não partilhava nem mesmo com Jungkook, mas por alguma razão, preferi o silêncio afinal, nunca confessei abertamente o que sinto mas, se é verdade que os olhos falam, até um idiota teria percebido que eu estava perdidamente encantado então nesse caso, Jin era o maior idiota que existe por não notar o quão apaixonante pode ser.