Pleasure || TaeJin

(35) Alive

“You took it all, but I'm still breathing”

               Aprendi da pior forma que descobrimos as pessoas que realm-ente estão ao nosso lado nos momentos de pânico que inevitav-elmente, todos têm mas durante todo esse processo, no tempo em que eu me deixava levar por uma vida incon-sequente, deixei pessoas cruéis entrarem na minha vida.

Falsidade escondida em olhares doces, deixei sorrisos de uma noite me en-cantarem e assim, monstros disfar-çados de homens puderam entrar no meu corpo e em meu coração com apenas um objetivo, destruir todo e qualquer sinal de vida que encon-trasse na minha alma, até que eu desejasse morrer externamente também e pra ser sincero, morrer fora tudo o que desejei naquele último mês no cativeiro, ao menos até... Jimin aparecer.

Apesar da situação, ver um rosto conhecido veio a ser um grande alívio que tendia a crescer diante cada prova que ele deu naqueles dias, apesar, de ser uma grande loucura se arriscar de tal forma por mim. Jimin era imprevisível e saber o que poderia se passar em sua cabeça para ambos saírem bem dali, como ele prometia incansávelmente, era algo totalmente fora de cogitação. Portanto, se prender aos detalhes que ele me proporciona era essencial...

Principalmente, nos dias em que por conta dele, pude novamente ouvir a voz de Taehyung.

Ouvir a voz grave e rouca, porém doce e por mais que todas as vezes fosse chorosa, era como um remédio. Ali - ou desde que tudo começou - Tae parecia ser meu remédio. Desde que Jimin chegou, há quase uma semana atrás, cinco deles pude ouvir a voz do único homem que amo. Eram curtas, todas as conversas, mas ainda assim, toda vez tentava ser ao menos um por cento esperançoso.. por ele.

Hoje, era o quinto dia que havia conseguido falar com ele. Jimin havia voltado para cá, e apesar da estranha bolsa que estava com ele, tinha um sorriso alegre e caloroso no rosto. Seus olhos se tornavam risquinhos, o que era grandiosamente adorável. Pelo menos ali com ele eu me forçava a comer, se não ele vinha com aquela voz fina, alta e (nada) ameaçadora.

— Ele disse.. — Jimin ergueu o olhar, pelo porão, e logo voltou para mim, com mais de seus sorrisos largos. Ele tinha seu celular na mão, ou um provisório, no caso. Não era realmente dele, como havia anotado mentalmente junto com o pouco do que me disse quando apareceu pela primeira vez aqui. — Disse que te ama. — Proferiu baixinho, e logo se ergueu da sua cadeira, se sentando ao meu lado. Estávamos trancados ali, mas ao menos, estava livre das algemas ou cordas.

Eu sorri, e acenei com a cabeça, encostando-me em seu ombro e logo fechando os olhos. Seu outro braço se ergueu, tocando meus fios que deviam estar bem sujos, mas não quis que ele se afastasse.

O momento deve ter durado uma eternidade, mas logo senti seu afastamento e ao encará-lo, o via correndo até a cadeira onde estava antes. Como se fosse sorte, no segundo seguinte Namjoon já abria a porta do porão e o baixinho estava com um livro aberto. Olhei de um para outro, não mantendo meu olhar sobre o outro homem por muito tempo, e respirei fundo, voltando meu olhar para Jimin. Era bem melhor.

Jimin sorriu grande quando o outro se aproximou, e os mesmos se abraçaram. Desviei o olhar no mesmo momento, por puro.. desprezo. Sentia náusea só de ver ele tão perto de uma pessoa que eu amo. Ainda que, como Park mesmo disse, não passasse de um papel, era bem real sobre meus fracos olhos. Inconscientemente, eu sabia. Era um papel.

Na verdade, de ambos.

— Não pensei que estaria aqui embaixo de novo. Mas pelo menos fez companhia ao meu Jin. — Apertei os olhos, voltando a me encolher contra a parede e encostei a cabeça sobre os braços. Não queria sentir. E nem tê-lo por perto.

— Ah, ele é até que legalzinho. — Jimin disse com uma voz mais baixa, quase arrastada. — E não fala, então pude ler meu livro em paz. — O Kim estalou a língua no céu da boca quase como desaprovação ao menor. E respirei fundo, não saindo da minha posição. — Falei algo de errado? — Jimin continuou, e quase sorri.