Duzentos anos se passaram desde que Prythian se libertou das garras afiadas de Hybern. Feyre e Rhysand tiveram filhos, e o primeiro é Anakin, um dos jovens mais poderosos do mundo.
Enquanto isso Tamlin tenta se reerguer após a crise que se estendeu...
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Não sabia o que esperar conforme passava pelas árvores velhas, mas não seria a figura alta e magra, vestindo um manto surrado.
Corra, sussurrou alguma parte primitiva de mim. A energia que Biaron — ou qualquer criatura que eu tivesse pegado — emanava, era avassaladora.
Mas mantive a espada em alto. E com a voz firme perguntei:
— Você é Biaron?
O feérico enrijeceu o corpo. Então, devagar, ele se virou para mim, seu manto pendendo nos ombros.
Sua pele é completamente seca e puxada para dentro, seu rosto é pálido, seus lábios rachados se repuxam em um sorriso que mostra os enormes dentes.
— Filha da primavera — diz Biaron com uma voz antiga e grotesca —, montou essa armadilha inteligente para mim? Era de fato esperado sua vinda.
— Você é Biaron? — perguntei de novo, agora com raiva.
— Sim, sou eu.
Tento respirar o mais leve possível, mas minha euforia é maior. Biaron só foi visto por apenas um feérico em toda Prythian, era como se nem existisse realmente, e cá estou eu, com ele.
— Então a armadilha é pra você.
— Não vejo algo novo como você há... Deixe me ver — Biaron falou pensativo. —, desde que Feyre Archeron colocou seus pés em Prythian.
— O que você quer dizer com isso? — levanto mais a espada.
— Nada, tudo será esclarecido no seu devido tempo. Agora me diga, o que quer comigo?
— Diga você — respondi firme.
A criatura soltou outra risada baixa.
— Se ousou me capturar, deve querer conhecimento desesperadamente.
Não respondi, mas o sorriso de Biaron se alarga.
— É possível desfazer um laço de parceria? — questiono.
— Não. Laços de parceria não são algo que possa ser desfeito com um recurso mágico.
Maldição. Qualquer último fio de esperança ao qual me segurava, qualquer que fosse o otimismo tolo... se partiu.
Aquilo não mudava em nada. Agora eu estava fadada a viver por toda eternidade ligada a alguém.
— Mas — Biaron continua com uma voz sombria. —, existe uma fêmea, Raren, que está hospedada na Corte Diurna. Ela mora em outro continente e chegou recentemente. Raren não manipula magia, mas sim algo relacionado a natureza ou forças maiores dos quais vocês não conseguem compreender. Ela não é uma bruxa. Acho que pode te ajudar.
A esperança dentro de mim se reacende com tudo, se eu tivesse mais uma chance teria que tentar.
Pego a espada e corto a armadilha, depois jogo o manto preto para Biaron. Antes que vá, resolvo fazer a pergunta que atormenta meus pensamentos:
