𝐬𝐞𝐜𝐫𝐞𝐭 𝐥𝐨𝐯𝐞 𝐬𝐭𝐨𝐫𝐲 • 𝐦𝐚𝐝𝐧𝐞𝐬𝐬𝐚

Capítulo 16

Madelaine Petsch Point Of View

Depois do anúncio no pátio central procurei Vanessa. A avistei com uma cara fechada, provavelmente por ter dormido mal. Mordi meu lábio inferior enquanto pensava se ia ou não falar com ela. Resolvi que sim. Caminhei em sua direção.

- Hey. - Acenei ao me aproximar. Ela respondeu apenas com um sorriso fraco. - Então, hoje treinaremos ou...

- Não sei. Depende da professora. Precisamos procurá-la e ver se não estamos liberadas disso também por hoje. - Respondeu olhando em volta. Parecia preocupada.

- Algum problema? - Perguntei.

- É que todos pensam que nos odiamos, Madelaine. Seria estranho começarmos a nos falar assim.

- Por que estranho, Vanessa? Treinamos juntas todos os dias depois das aulas, estudamos na mesma sala, você dorme no quarto de frente para o meu, temos o mesmo ciclo de amigas. - Relembrei.

- Eu sei... É só que...

- Vem comigo. - Falei a interrompendo e a puxando suavemente pelo braço até a antiga biblioteca. Não tinha ninguém nunca lá. Eram apenas mesas e móveis empoeirados. - Precisamos conversar e bom, já que teme ser vista comigo, creio que aqui ninguém vá nos ver.

- Como descobriu esse lugar? - Perguntou.

- Dinah e eu somos as pessoas mais curiosas do mundo. Rondamos tudo aqui quando chegamos. - Expliquei sorrindo.

- Eu estudava aqui quando esse lugar ainda era uma biblioteca. - Falou.

- Estuda aqui desde nova, não é?

- Sim. - Falou olhando ao redor.

- Vamos falar sobre o que aconteceu? - Perguntei.

- Você me beijou. Isso aconteceu. - Arqueei uma sobrancelha.

- Isso foi depois de você quase ter me beijado ontem. - Falei.

- Eu só...

- Vanessa, eu não te trouxe aqui para brigarmos. - Falei me aproximando dela. - Eu abaixei a minha guarda, estou completamente desarmada aqui. - Disse com sinceridade.

- Eu não sou lésbica. - Ela disse ríspida.

- Nem eu. Não precisamos colocar rótulos aqui.

- Por que você ainda tenta conversar comigo pacificamente quando tudo o que eu sempre fiz foi te xingar? - Indagou e suspirei, fitando-a nos olhos.

- Qual é o seu medo? - Perguntei erguendo seu queixo.

- Eu... Eu não sei. - Sua voz foi quase um sussurro.

- Você sabe sim. Me diz. - Pedi docemente.

- Eu não sei, okay? Por que fica insistindo?

- Eu não te entendo. Estávamos bem essa manhã e agora do nada você está assim. Eu só tomei um banho e fui para o pátio. O que mudou nesse tempo, Vanessa?

- Eu pensei melhor. Foi isso. - A olhei minuciosamente.

- Então é isso? Eu saio por essa porta e a gente finge que nada aconteceu? - Eu senti meu peito doer.

- É. - Respondeu seca.

- Okay. - Engoli seco e antes de sair eu não consegui ficar calada. - Sabe Vanessa, eu deveria te odiar. Você me deu todos os motivos pra isso desde o começo. Eu deveria te odiar ou fingir que você não existe, mas sabe...eu simplesmente não consigo. - Falei abrindo a porta e a olhando uma última vez antes de sair e fechar a porta.