Capitulo 54 - Ela não ira ser expulsa.

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• DIMITRI

A luz refletia no meu quarto inteiro, estava tão claro que achei que não tinha fechado a janela ontem, mas na verdade, a janela estava completamente fechada. Eu estava perdido em pensamentos e me perguntava: Por que diabos o mundo estava conspirando para que tudo que eu fizesse dê errado?

O meu pai é um babaca. Ainda não acredito que ele me ameaçou ontem, e não só a mim, mas a todos que ousarem me ajudar. Eu não sei o que vou fazer, só sei que não posso prejudicar as pessoas para ficar com a Rose. Mas mesmo assim, também não posso deixá-la. Não tenho coragem de abandonar o que sinto por ela, então, de algum modo eu darei um jeito de resolver as coisas. Ou simplesmente vou tentar fugir com ela.

Eu ainda não acreditava na briga que tive com meu pai, se é que ainda posso chamá-lo assim. Tudo para ele é apenas um simples negócio. Ele não se importa com o que eu sinto e nunca se importou. Ele nem se importa com o fato de que Natasha está completamente louca.

Sai da cama aos trancos e barrancos. O meu corpo estava dolorido, como se eu tivesse sido atropelado, não que isso alguma vez tivesse acontecido, mas eu imaginava que estava dolorido como alguém que foi atropelado. E eu fui atropelado. E esse alguém que me atropelou foi o meu próprio pai.

Depois de me arrumar para trabalhar na ONG, desci para ir a cozinha, mas parei na sala quando vi Vick. E para a minha total surpresa ela estava jogada no sofá com os fones de ouvido, e estava murmurando alguma música pop. Algo muito estranho e juvenil para que eu já tenha escutado antes. Vick não notou a minha presença, pois estava com os dedos rápidos digitando mensagens e sorrindo feito boba. Eu sorri de lado ao ver aquela cena, pois eu sabia que quem fosse o coitado que estava a receber mensagens da minha irmã "o demônio", estaria perdido, pois ela vai pisar nele com sapatos ou de salto, ou all-stars roxos. E se cansara do coitado daqui uma semana.

Deixei Vick trocando mensagens com o Crush dela, o coitado. E fui até a cozinha, eu tinha acordado cedo, então podia muito bem preparar algo descente para comer ao invés de tomar apenas um café preto e comer algo na ONG.

Coloquei um avental e lavei a louça que Vick havia deixado de ontem à noite, acho que ela pediu pizza. E comecei a me aventurar fazendo as panquecas que dona Olena havia me ensinado a fazer quando, eu tinha apenas 13 anos de idade.

Minha mãe tinha empregados em casa, sempre tivemos faxineiros, cozinheiros e até um mordomo, mas ela sempre adorou cozinhar. E eu sempre gostei de ficar na cozinha com ela. Me lembro de alguns natais em que ela fazia biscoitos em forma de Papai Noel, e me lembro de tentar fazer panquecas em forma de meia, porém as minhas sempre ficaram horríveis comparadas as perfeitas obras de arte que minha mãe sempre fez com panquecas e biscoitos.

Pensei mais um pouco em minha mãe, e em como eu sentia falta dos concelhos dela. Ela ainda está na Rússia com a minha avó e eu ainda não sei quando ela volta. Me lembrei de que a meses atrás ela me pegou no flagra com Rose nessa mesma cozinha e "me disse que ela era a garota certa para mim. E Que eu não deveria deixá-la escapar nunca de vista."

Dona Olena sempre sabe das coisas!

Fiz as panquecas com uma certa rapidez e nas panquecas que fiz para Vick coloquei alguns morangos em cima e um pouco de geleia, já que Vick sempre teve um ódio mortal de mel. Esse ódio dela por mel, era porque uma vez uma abelha a picou por ela estar com um pote de ursinho lotado de mel, não que Vick estivesse comendo o mel, ela só quis o pote pela forma de urso. Acho que ela tinha 6 anos quando isso aconteceu, e eu tinha uns 13 anos, mas ainda lembro da cena dela correndo com o pote na mão e uma abelha voando atrás dela. A minha família inteira estava no parque aquele dia. Eu não me lembro direito o que eu estava fazendo, até ouvir Vick sair correndo e gritando. A abelha picou o dedo dela, e é claro que saímos do parque e fomos com ela ao hospital. Ainda me lembro do desespero do meu pai, mesmo com a minha mãe dizendo que Vick estava bem e que tudo não passou de um susto. Naquela época as coisas eram tão diferentes, meu pai era rico, sim sempre teve muito dinheiro, mas ele ainda ficava um pouco mais em casa e às vezes brincava comigo e me perguntava como estavam as coisas na escola.

𝘗𝘳𝘰𝘵𝘦𝘤𝘵 𝘔𝘦 (𝘙𝘰𝘮𝘪𝘵𝘳𝘪 ) ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora