My Passion (Concluída)

Momento Especial

Capítulo escrito ao som de For You da Rita Ora e do Liam Payne. Escutem e entrem no clima.

Pov Dakota

Suas palavras me causam uma confusão inigualável. Não entra na minha cabeça isso que ela acabou de dizer.

— Por que não me contou isso antes? Eu passei anos achando que você não se importava. Na verdade, eu cheguei a pensar que você até queria que me machucasse. — Ela me olha com horror.

— Por muito tempo eu quis sentir o seu desprezo. Na minha mente essa era a única forma de me desculpar com você. Seu sofrimento já tinha sido grande demais, não precisava saber que eu tinha dado fim à vida daquele maldito. Saber que você estava bem já era o suficiente pra mim.

— As coisas podiam ter sido diferentes entres nós. — Digo, pois se eu soubesse que minha tinha matado aquele maldito para me defender, eu não teria cultivado essa raiva por tantos anos.

— Filha, quando eu perdi o seu pai foi um baque muito forte pra mim. Eu comecei a beber feito uma louca. Quando conheci seu padrasto, ele me deu apoio. Disse que cuidaria de mim e dos meus filhos. Ele me disse que seu maior sonho era ser pai, só que ele era estéril. Então ele viu em nós a sua família. Eu acreditei nele. Eu quis acreditar, porque eu estava me sentindo tão sobrecarregada. Tão sozinha. Achei que ele seria um alento em meio a toda aquela tristeza.

Ela enxuga as lágrimas.

— Quando eu via as brigas entre Victor ele, eu achava que era porque seu irmão não aceitava Charlie na família. Com você ele sempre me pareceu carinhoso. Eu nunca vi malícia em seus atos. Quando você entrou na adolescência eu estava tão mal. Não sei se você lembra, mas eu quase morri. Foi nesse tempo que o médico me receitou calmantes, pois eu dizia que não conseguia dormir. Não sei como eu sobrevivi com aquele homem me dando doses além da receitada.

— Eu sempre via você grogue, mas achava que era da bebida.

— Não! Eu já tinha parado de beber há anos. Eu comecei a notar a insistência dele em me fazer tomar o remédio um pouco antes de você chegar. Comecei a questioná-lo que eu queria passar mais tempo com os meus filhos, porém ele sempre dizia que aquilo era pro meu bem e que ele estava cuidando de vocês. Só que eu comecei a perceber que você estava estranha. Fiquei intrigada com isso e resolvi ficar sem tomar o remédio, foi aí que eu ouvi, eu ainda não tinha muita força, por isso decidi dopá-lo. Eu não ia permitir que você continuasse sofrendo daquele jeito.

— Você teve tantas chances de me dizer isso, por que demorou tanto? — Eu ainda não consigo entender.

— Depois que ficou adulta, eu quis te contar, mas sempre que eu tentava tocar no assunto você me desprezava. Nunca quis ouvir. Então eu simplesmente parei de tocar no assunto. Fingi que nada havia acontecido. Percebi que dessa maneira você conseguia pelo menos tolerar a minha presença. Contudo agora você vai ser mãe, e eu queria muito poder fazer parte da sua vida. Eu sei que nós nunca vamos ter uma relação normal de mão e filha e sei que isso é tudo culpa minha. Mas eu quero pelo menos tentar. Sei que não sou uma pessoa fácil, entretanto quero ter você e seu irmão por perto. Vocês são a única coisa que eu tenho.

Fico tão surpresa com sua confissão. Tudo o que ela está dizendo é novidade pra mim. Nunca poderia imaginar que ela tivesse feito todas essas coisas. Na minha cabeça ela não se importava comigo e com meu irmão. Pra mim ela simplesmente não ligava para nós. E agora perceber que aquele desgraçado armava tudo para ter livre acesso à mim me deixa perplexa, e sem que eu controle lágrimas escorrem por meu rosto.

— Eu sei que você nunca será capaz de me perdoar e eu entendo isso, mas eu quero que pelo menos me deixe vir visita-la d vez em quando, ver meu neto, poder passar um tempo com ele.