My Passion (Concluída)

Novidades no Trabalho

Fazem quase duas semanas que Jamie e eu viajamos para a sua casa no lago. Depois de nossa conversa eu fiquei com a pulga atrás da orelha em relação ao assunto de sua mãe. Desde que o conheço Jamie fala de sua mãe com verdadeira adoração. E só agora eu realmente entendi o que aconteceu com ela.

Jamie sempre falava dessa tal adolescente que havia lhe tirado sua mãe.

Em meu trabalho eu tenho facilidade para descobrir algumas coisas, mas não sei seria prudente entregar a Jamie o paradeiro da pessoa que causou a morte de uma das pessoas mais importantes de sua vida. Mas eu vi o seu sofrimento e aquilo me comoveu, porque eu sempre sonhei em ter uma mãe como a que ele teve.

Passei todos esses dias com essa ideia martelando em minha cabeça. Ainda não sei o que fazer, mas eu realmente queria ajudá-lo de alguma forma. Jamie é um cara incrível e não merece ter toda essa mágoa guardada em seu coração.

Esse fim de semana não conseguimos nos ver. Ele disse que Eric está pegando no pé dele com relação a ele ter uma namorada. Disse que depois de tudo o que ele viveu ele precisa apagar a imagem que ficou. Jamie está irritado com a insistência dele, porém eu sei que o problema sou eu. Ele queria dizer a todos que está comigo, mas não pode. 

Eu sempre fico me perguntando se vale a pena continuar um relacionamento onde ele é quem sempre está se sacrificando. Porém eu sou egoísta demais para deixá-lo livre. Eu o quero pra mim. Quero que ele seja meu.

Ok, tenho que admitir que fiquei completamente dependente dele desde que começamos a namorar. Eu não consigo mais me imaginar sem ele. E olha que só estamos juntos há um mês. Talvez quando ele enjoar de mim eu desista, contudo enquanto eu ver aquele brilho em seu olhar, não serei capaz de deixá-lo  ir de maneira alguma.

Chego à Agência e noto que algumas caras não estão nada boas. Me questiono o motivo. Desde que fomos colocados para investigar a questão de tráfico humano que essa agência está fervendo. No entanto hoje, parece até um velório.

Ao longe vejo Márcia passar com um café na mão, me aproximo dela.

— Bom dia Márcia! 

— Bom dia Dakota.

— O que está acontecendo? Por que estão todos com cara de enterro?

— Parece que saiu a lista de agentes que vão para a missão de campo. Alguns queriam ser selecionados e não foram. — Kunis vem a minha mente.

Será que ela foi selecionada?

— Essa missão vai ser muito perigosa, todos vão estar envolvidos de uma maneira ou de outra. Não deveriam estar assim.

Converso mais um pouco com Márcia e depois saio para procurar Kunis.

A encontro em uma de nossas salas de interrogatório com um sorriso enorme estampando seu rosto.

— Bom dia, Kunis! — Digo assim que entro.

Ela me encara e se levanta em um pulo.

— Já sabe da novidade?

— Você foi selecionada para a missão. — Digo e ela bate palmas.

— Sim. Eu fiquei tão feliz. Não estou me aguentando.

— Kunis se controla! Você está parecendo uma adolescente maluca.

— Você não tem noção do quanto isso é importante pra mim. Essa missão vai ser uma das maiores que essa agência vai estar envolvida.

Assinto.

Eu sei o quanto o nosso trabalho é importante. Ainda me revolto ao ver o quanto a raça humana é suja. As pessoas traficam as outras como se fossem meros objetos e não seres com sentimentos e vontades. O pior é que há crianças envolvidas em toda essa sujeira.