Made of ice

Chapter 30

Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013 - Bristol, Inglaterra 

Eu via no seu olhar esperança. Esperança que eu lhe desse a resposta que ele tanto queria ouvir, a tal resposta. Fechei os olhos por alguns segundos controlando a minha respiração, eu queria ser direta, queria dizer o que sentia, mas agora a olhar para  ele eu apenas sentia pena e medo. Tinha pena dele pois ele nunca teria o que queria de mim, nunca teria a tal rapariga apaixonada e cheia de amor para dar. E medo. Medo de o perder, perder este grande amigo. Não queria que isto tivesse acontecido, queria apenas amizade e ele tinha razão estes sentimentos que ele nutria por mim eram terríveis. Ele apertou mais as minhas mãos quando eu fechei os olhos e respirei fundo "Sofia?" abri os olhos muito lentamente "Não vais dizer nada?" ele tirou uma das suas mãos das minhas e acariciou-me delicadamente o meu rosto. 

"Desculpa." Observei todo o brilho nos seu olhos desvanecer-se, voar para longe, desapegar-se dele. 

"Mas eu amo-te" ele observava-me atentamente, magoado por não dizer aquilo que ele queria ouvir. Aos poucos eu estava a partir o seu coração. Abanei a cabeça negativamente. 

"Por favor, não digas isso." ele deixou de me tocar, ele afastou-se de mim. Eu afastei-o com as minhas palavras. 

"Porque? É a verdade, e tu também me amas, eu sei que sim, tu tens que amar." ele baixou a cabeça. Observei os seus caracóis a caírem-lhe sobre o rosto, a esconde-lo. 

"Não amo, eu não consigo. Desculpa." respirei fundo "Desculpa mas não a nada que eu possa fazer para mudar o que sinto." Eu desejava ama-lo, sentir o que ele sente por mim, mas não era capaz, não era capaz de amar como ele amava, como as outras pessoas amam. Eu era um ser frio. A cada dia que passava tornava-me cada vez mais em pedra, cada vez mais fria com o mundo que me rodeava, a cada dia que passava separava-me da humanidade e abraçava a frieza a qual já me habituei a tanto tempo. Eu queria mudar, queria ser carinhosa e ser aquilo que as pessoas esperam que eu seja, mas não sou capaz. Nem sequer sou capaz de fingir, não sou capaz de mentir sobre o que sou, nem mesmo para deixar as pessoas felizes, nem mesmo para o deixar feliz.  

Admiro-o por dizer o que sente, mesmo sabendo que tipo de pessoa sou, mesmo ao fim destes meses todos ele ouvir-me dizer que não sou capaz de amar, que não sou capaz de nutrir sentimentos por ninguém, que não sou capaz de me apegar facilmente. Mas mesmo assim ele agiu, ele ousou. O que mais me surpreende é ele se ter apaixonado por mim, por esta rainha do gelo em que me tornei. Porque eu? Como era possível? 

"Não peças desculpa." ele murmurou "A culpa é minha, sou eu o louco que se apaixonou." 

"E eu sou a louca que não se apaixona." ele levantou a cabeça com um sorriso triste nos lábios e eu sorri automaticamente. 

"Sabes que mais cedo ou mais tarde vais-te apaixonar, ninguém é insensível, és humana, tu vais amar." 

"Não quero pensar muito nisso."  

"Sabes que não vou conseguir deixar de gostar de ti, eu já tentei." olhamo-nos nos olhos "Uma vez disseste-me que se um rapaz estive-se mesmo apaixonado iria conquistar-te." fechei os olhos e respirei fundo. Tentei lembrar-me desse momento de quando eu lhe disse aquilo, de quando eu abri um pouco mais o meu coração para alguém, de quando fui sincera.  "Ele passou a mão sobre a minha bochecha "Como é possível nunca teres namorado?"   

"Porque não me deixo levar por frases feitas." eu fechei os olhos sentido os olhos dele ainda em mim.  

"E se ele estiver mesmo apaixonado por ti?" eu sentia a respiração dele a bater contra o meu rosto.  

Abri os olhos "Então ele vai conquistar-me."" 

"Tens razão, deves conquistar-me, mas tenho medo." 

"Medo do que?" 

"Medo de tentares e não saíres bem sucedido, de eu te magoar ainda mais." 

"Eu não tenho medo por isso também não deves ter. Além disso, não tenho medo de falhar porque sei que no final de contas pelo menos tentei." ele sorriu "Mas por agora preciso de estar sozinho, preciso de pensar em algumas coisas, percebes isso não percebes?" 

"Sim, mas não vás para muito longe, quero-te perto o suficiente para saber que estas bem, para saber que não perdi a tua amizade." 

"Quando vais perceber que eu não vou fugir tao cedo?" ele deixou escapar uma gargalhada e abraçou-me de lado, encostei a minha cabeça no seu peito e fechei os olhos com os dedos dele a pentear o meu cabelo.

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aiii peço mil desculpas mesmo que nao sejam suficientes mas o meu horario a cada dia que passa fica mais sofucador, no entanto acho melhor nao programar quantas vezes vou atualizar.... vou tentar nao demorar uma semana a atualizar e peço desculpa por ser tao pequeno!!!!!