Quarta-feira, 18 de Setembro de 2013 - Bristol, Inglaterra
Quando abri a porta do meu quarto cansada mal reparei que o Harry estava deitado no meu quarto, mal reparei que ele abraçava a minha almofada. Mas quando reparei nele tive que fechar os lábios para não gritar e acordar a minha mãe.
"Sabes tem que parar de entrar na minha casa sem autorização, para isso existe uma porta, onde tu bates e eu abro se eu quiser." coloquei as mãos nas ancas enquanto que batia o pé ritmaticamente, ele virou-se lentamente na minha direção.
"Eu sabia que não me ias abrir a porta." ele voltou a virar-me as costas apertando ainda mais a minha almofada contra o seu rosto, como se a esconder as suas feições, os seus sentimentos.
"O que se passa?" sentei-me na ponta da minha cama.
"Estas chateada comigo."
"Não estou, apenas estou magoada contigo." suspirei "Tu estas bem?"
"Não sei" ele levantou um pouco a cabeça "Desculpa, eu tentei encontrar-te depois de saíres do jardim, mas parecia que tinhas desaparecido e depois no funeral parecia que me andavas a evitar." notei ele tinha os olhos vermelhos, as bochechas ligeiramente coradas e o cabelo despenteado, notava-se que ele estava cansado, que não tinha dormido em condições, talvez fosse por isso que estive-se na minha cama, mas porque a minha?
"Porque estas na minha cama?" ele encolheu os ombros.
"Queria estar contigo." ele sorriu "Alem disso, gosto desta cama." ele voltou a deitar a cabeça na almofada, escondendo-se de mim.
"Esta bem. Vou comer, queres algo?"
"Quero que não saias da minha beira."
"Porque?" olhei-o intensamente mesmo que metade da sua cara estivesse obstruída.
"Não quero que fujas de mim, quero-te aqui comigo, ficas?" ele virou a sua cara na minha direção e sorriu "Quero tomar conta de ti, proteger-te enquanto que tu me proteges." eu acenei com a cabeça e sorri.
"Não preciso que ninguém tome conta de mim, mas posso ficar aqui contigo." deitei-me ao seu lado.
"Todos precisamos de alguém." ele olhou-me nos olhos.
"Talvez" encolhi-me mais na cama. "Mas eu não preciso neste momento de ninguém."
"Talvez hoje não precises de mim, mas talvez amanha ou depois precises e eu estarei la para ser o teu cavaleiro, serei eu a salvar-te dos perigos e tristezas deste mundo." ambos sorrimos um para o outro. Não sabia o que dizer, não sabia o que pensar, estas palavras eram tao confusas, eu não precisava de ninguém, eu sei tomar conta de mim, talvez no futuro precise, mas para que falar no futuro quando estamos no presente? Mas eu fico contente com as palavras dele, fico contente em saber que temos futuro, que continuaremos a ser amigos, que continuaremos assim, aqui. Juntos, sem barreiras, sem mentiras.
"Obrigada." sussurrei.
"Porque?"
"Por ficares, por não fugires" sorri.
"Agora é a tua vez de me consolar, fazia-me mesmo jeito um abraço agora ou um beijo teu." ele sorriu.
"Eu sei que estas triste por causa da avó, mas não te preocupes isso passa." aproximei-me mais dele "É algo de normal morrer com a idade dela, apenas tens que superar essa tristeza" tentei ser carinhosa, tentei não dizer isto de forma fria e implacável, tentei não falar como falava, tentei dizer a verdade de uma forma mais carinhosa por causa dele, não o queria magoar. Ele fechou os olhos e respirou fundo.
"Continua a doer, eu gosto tanto dela, ela percebia-me mesmo quando eu falava de uma pessoa e ela pensava que era ela." uma lagrima escapou-lhe do olho, limpei-a delicadamente.
"Como assim?"
"Eu costumava falar com dela sobre uma rapariga, mas ela como pensava maior parte dos dias que era o teu avô ela pensava que eu falava dela, pensava que eu lhe fazia uma declaração de amor ou algo do género, ela era tao especial." a voz dele começava a ficar mais rouca.
"Estas apaixonado?" eu sorri quando ele abriu os olhos.
"Não sei bem, ela confunde-me." eu enruguei a testa.
"Como assim?"
"Ela as vezes parece gostar de mim, mas outras vezes ela diz-me que não gosta de ninguém e isso deixa-me muito frustrado."
"Ela parece ser complicada, talvez precises de ser mais obvio ou então tentar conquista-la de vez, usa esses olhinhos e esse sorriso, vais ver que ela cai" ambos nos rimos.
"Sabes tanto do que falas" ele revirou os olhos.
"Estou errada no que digo?"
Ele encolheu os ombros "Não sei sinceramente, mas falas como se fosse algo fácil conquistar alguém."
"Quando eu tiver que conquistar alguém eu digo-te se achei se foi fácil ou não."
"Tenho sono." ele fechou os olhos por um segundo.
"Podes dormir aqui se quiseres." ele tirou o telemóvel do bolso das calças.
"Seria um pouco tarde para ir para casa." ele sorriu.
"Que horas são?"
"Quase duas da manha." observei-o por uns segundos. Não me tinha apercebido que estávamos a falar a mais de uma hora, parecia que só estávamos ali a dez minutos no máximo, como poderia o tempo passar tao depressa com ele?
"Estas a falar a serio?" olhei-o perplexa "Parece que estamos a falar a tao pouco tempo."
"Eu sei, é melhor dormirmos."
Levantei-me da cama mas ele puxou-me. "Onde vais?" eu deixei escapar uma gargalhada quando cai na cama e ele amarrou-me.
"Mudar de roupa." ri-me contra o seu ombro, ele largou-me. "Devias fazer o mesmo. Precisas que vá buscar roupa?" ele acenou negativamente com a cabeça e eu sai do quarto.
Quando voltei ele já estava a dormir profundamente, deitei-me ao seu lado tentando ser consumida pelo cansaço mas não conseguia adormecer. Quem seria esta rapariga que o tinha conquistado? Porque é que ela não gostava dele? Seria tao fácil apaixonarmo-nos pelo charme do Harry. Eu própria acho-o um rapaz muito bonito, não do tipo que namoraria, que me apaixona-se. Eu nem pelo homem mais bonito e inteligente do mundo consigo me apaixonar quanto mais pelo Harry. Mas qualquer outra rapariga cairia em amores por ele, ele era tao diferente e especial, ele era único. Talvez ele simplesmente estive-se errado, talvez ela estive-se apaixonada por ele e não soube-se ou estive-se na mesma situação que ele, talvez ela pensa-se que ele não a amava. Quem seria ela?
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desculpem a demora mas a escola começou e eu chego a casa muito tarde ... sorry!
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Made of ice
Ficção Adolescente"Quando era pequena, costumava chorar por tudo e por nada. Hoje, com 17 anos apercebo-me que me estou a tornar numa pessoa fria." "Não és fria, és verdadeira" olhei-o nos olhos " é isso que mais gosto em ti" ele sorriu e foi nesse momento que perce...