Chapter 2

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Segunda-feira, 7 de Janeiro de 2013 - Bristol Inglaterra

Estas ultimas 3 semanas desde que cheguei a Bristol foram maravilhosas, passo o dia no sofá a comer e a ver os meus programas de televisão preferidos ou então vou para a minha varanda ler um livro. Desde o primeiro dia não me interessei uma única vez em explorar a cidade, apenas conheço a minha rua e o caminho até ao parque, e isso chega-me perfeitamente. 

Aqui o tempo nesta altura não é o melhor por isso não posso ir jogar futebol, ou está a chover ou então está frio demais para eu me aventurar a sair para o jardim. o que aumenta a minha preguiça a cada dia que passa. E é por essa razão que hoje acordei cedo e vim correr com o Max, o problema é que aqui estou eu, num sitio que não conheço e está prestes a chover.

"Sofia?" a minha mãe disse um pouco ensonada.

"Estou perdida" disse corando um pouco.

"Querida, são 6h25 não devias estar na cama a dormir?" disse um pouco resmungona. "Sabes me dizer em que sitio estas?"

Aproximei-me de uma casa e vi a morada "Rua St Jonh's número 25".

"Estas Perto de casa mas eu vou buscar-te" não me deixou responder e desligou a chamada.

Já tinham passado 15 minutos e nem sinal da minha mãe, a rua estava deserta e estava a sentir muito frio, comecei a andar para trás e para a frente impaciente enquanto que o Max me observava com a língua de fora.

"Será que ela sabe onde fica este sitio? Com o tempo que ela esta a demorar ainda vamos morrer de frio..." por um momento pareceu-me que ele tinha abanado a cabeça a concordar, comecei-me a rir e fiz-lhe uma festa na cabeça.

Ainda me estava a rir quando me apercebi que alguém estava a minha beira, levantei lentamente a cabeça e vi uma rapariga ainda de pijama a olhar para mim como se fosse maluca.

"Estas bem?" perguntou ao fim de algum tempo.

"Ótima, só estou a espera que a minha mãe me venha buscar"

"Sou a Claire"

"Sofia" disse enquanto que fazia festas ao Max, ela ajoelhou-se e começou a fazer o mesmo "Este é o Max"

"Prazer em conhecer-vos, és de onde?"

"Portugal, mas a minha mãe é de cá" vi que ela ficou a olhar um pouco para mim mas continuei concentrada no Max.

"Ele é muito fofo" disse enquanto se ria.

"Não acho baba-se demais e quando passam carros começa a ladrar o que é muito irritante" olhei para ela e vi que ela ficou atrapalhada.

"uh...uh... Talvez tenhas razão" disse levantando-se "Foi bom conhecer-te, vemo-nos por ai Sofia" sorriu uma ultima vez e voltou a entrar em casa.

"E é assim caro Max, que se afasta as pessoas."

Pouco tempo depois a minha mãe apareceu, deu-me um raspanete, e disse que não devia sair de casa assim sem avisar ninguém.

Depois do meu banho, sentei-me com a minha mãe á mesa a tomar o pequeno almoço.

"Vais assim vestida?" disse com uma sobrancelha levantada.

Olhei para a minha roupa e depois para ela "Já sabes que eu gosto de andar simples, não esperes que ande de saias nem vestidos na escola".

Ela suspirou "Pelo menos punhas um pouco de maquilhagem, já és uma mulher, tens que andar apresentável." 

"Mãe!" disse um pouco enervada "Já sabes que eu não sou assim, não me obrigues a ser algo que não sou, e maquilhagem esta fora de questão."

Ela começou-se a rir e eu fiquei confusa "Pareces a minha irmã mais velha"

"Gostava de a ter conhecido, parecia ser uma pessoa incrível"

"E era" a minha mãe não falou mais pelo que não toquei mais no assunto.

Nunca a conheci, segundo o meu pai, ela chateou-se com a minha mãe quando esta acabou a universidade e decidiu casar com o meu pai. Ele disse-me que ela era uma pessoa que gostava de ser livre de compromisso "um espirito livre" dizia ele no meio de risos "deixava-se levar pelos próprios instintos" e foi por isso que não apareceu no casamento, não aceitou que a minha mãe quisesse se "prender" a um homem para o resto da vida. 

*     *     *

Quando cheguei a escola, os corredores ainda estavam vazios, a minha mãe tratou de se encaminhar logo para o gabinete do diretor e eu relutante tive que a seguir. O diretor era um homem que devia estar nos seus 50 e muitos anos, tinha um bigode repugnante e infelizmente ele quis falar comigo primeiro, disse-me que esperava o melhor de mim e que me integra-se bem. Estivemos em conversa fiada durante uns 10 minutos, até que por fim ele me mandou para o gabinete da psicóloga. Ao inicio fiquei um pouco atrapalhada, pensava que não iria mais frequentar a psicóloga, parece que eu e a minha mãe vamos ter que ter uma conversa.

"Bom dia Sofia!" ela sorriu-me "Eu sou a Elizabeth. E é um prazer conhecer-te."

"Não posso dizer o mesmo" disse por entre os dentes mas de forma muito audível.

Ela continuou a sorrir como se eu lhe tivesse dito que éramos as melhores amigas "Eu sei que é difícil mudar de psicóloga, de escola e de país, mas vais ver que te vais divertir..." não ouvi mais, era sempre o mesmo discurso, toda a gente me quer ajudar a ultrapassar esta fase, mas eu não sei em que fase estou.

"Então?" foi ai que acordei.

"Pode repetir a pergunta".

"Já fizeste alguns amigos?".

"Acho um pouco difícil se a escola esta vazia..."

Ela começou a mexer nuns papeis "Segundo o que me informaram, tu já estas aqui a cerca de 3 ou 4 semanas, não achas que já era tempo suficiente?" ela disse carinhosamente.

"Não sei, eu não sou muito boa a fazer amigos, ou eles é que não querem ser meus amigos" disse enquanto olhava para as minhas mãos entrelaçadas.

"Vais ver que este ano vais conseguir " a campainha tocou, mas ela continuou a falar "a tua antiga psicóloga não me deu muitas informações pois eram confidenciais, por isso acho que vamos ter que começar tudo de nova e ...."

"Tenho aulas" disse levantando-me, ela observou-me por uns momentos e depois corou.

"Já fui levantar o teu horário, começas com inglês" sorriu-me e entregou-me o papel. 

Estava quase a fechar a porta quando disse "vemo-nos amanhã as 4h"  

"Porque raio ela nao me trouxe a sala?" murmurei ara mim propria, ja andava as voltas a alguns minutos, mas nao encontrava meio de descobrir onde ficava a sala. 

"Ei" alguem chamou atras de mim."Já devias estar na sala"

Corri na sua direção "Estou perdida, podes me ajudar?" ele levantou a sobrancelha e roubou-me a folha da mão.

"Segues sempre em frente viras a direita e é a 3ª sala" com isto virou-me costas e começou a andar "Boa sorte" disse ele olhando para trás e mostrando um grande sorriso. E fiquei ali parada por uns momentos a observa-lo a afastar-se.

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Authors Note: E aqui esta, espero que tenham gostado, e agora peço para comentarem e votarem, o que acham da historia ate agora? gostam? ou nao? deem a vossa opiniao, boa ou nao 

se encontrarem erros avisem se faz favor xb

Bom fim de semana (: 

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