Segunda-feira, 27 de Maio de 2013 - Benidorm, Espanha
Coloquei a minha mala no chão e observei o meu pai a falar com a rececionista, o Harry juntou-se a mim. Ele parecia chateado, a minha mãe passou-lhe a mão sobre o ombro reconfortando-o e ambos dirigiram-se a minha beira.
"Eles não têm mais quartos, têm que ficar juntos." a minha mãe parecia mais calma que o meu pai.
"E se eu ficar com o Harry e tu com a Sofia?" o meu pai não tinha remédio, sempre protetor.
"Não. Eu quero dormir contigo." a minha mãe cruzou os braços e eu e o Harry rimo-nos. O meu pai suspirou desistindo.
"Eu vou estar de olho em ti" o meu pai olhou para o Harry tentando ameaça-lo.
"Não se preocupe. A Sofia esta em boas mãos." ele sorriu e colocou o braço sobre o meu ombro.
"Ótimo" a minha mãe bateu palmas e pegou nas suas malas "Nós estamos no quarto 705, se precisarem de algo é só chamarem-nos" ela olhou para o meu pai, ele relutantemente deu-me a chave do meu quarto e seguiu a minha mãe.
"Qual é o quarto?" o Harry parecia ansioso
"803" peguei na minha mala e encaminhei-me para o elevador.
"Pensava que íamos ficar ao lado dos teus pais." ele parecia confuso.
"Eu nunca fico ao lado deles, gosto de ter liberdade." suspirei enquanto que esperava pelas portas do elevador abrirem.
Os meus pais durante as férias têm tendência para tornarem as suas férias numa lua-de-mel a qual eu não gosto de ser incluída, por isso, eu fico sempre longe deles, longe dos seus comportamentos estranhos. Eles não se importam desde que eu dispense algumas horas para conhecermos a cidade e convivermos em família.
As portas abriram-se e eu entrei, o Harry seguiu-me acompanhado por mais pessoas. Ele encostou-se a mim devido ao avultado numero de pessoas presentes no elevador. Eu respirei fundo, estava com calor e sentia-me apertada.
"Desculpa." o Harry murmurou quando foi empurrado contra mim. Eu apenas acenei com a cabeça. Não me estava a sentir bem, parecia que a medida que o elevador ia subindo ele ficava mais quente e mais apertado. "Estas bem?" o Harry olhou-me preocupado.
"Esta muito calor" ele concordou comigo. "Devíamos ter ido pelas escadas" murmurei para mim própria.
"Também acho." ele sorriu-me e o elevador parou no terceiro andar "Já vai ficar mais vazio." ele tinha razão, algumas pessoas começaram a retirar-se do elevador lentamente.
O Harry quebrou o nosso contato físico e ambos respiramos profundamente "Agora esta melhor." ambos nos rimos.
"Devíamos ter ficado em Portugal" ele brincou.
"Por favor, se ficássemos lá mais um dia ainda nos casavam." ambos rimos.
*Flashback on*
"Então? Quando é que começaram a namorar?" perguntou a Andreia enquanto que fazia tranças no cabelo da irmã.
"Pela ultima vez, nos não namoramos." revirei os olhos e foquei-me no jogo de futebol.
"Mas tu gostas dele não gostas?" a Andreia insistiu.
"Tolero a presença dele" ri-me e ela resmungou.
"Por favor, não acredito que falharam." O Henrique resmungou e eu acenei com a cabeça.
"Este jogo está a ser uma vergonha" o tio Francisco levantou-se "Já nem consigo assistir a mais" ele dirigiu-se a cozinha.
"O que disse ele?" sussurrou o Harry ao meu ouvido.
"Que já não conseguia ver mais." sussurrei de volta e sorri-lhe.
O meu tio tinha razão, este jogo começava a ser uma tortura. Já começava a perder a esperança de ganharmos e isso estava a deixar-me frustrada. Levei os meus dedos outra vez ao meus lábios e concentrei-me no jogo.
"A tua família gosta mesmo de futebol" ambos olhamos a nossa volta, na sala encontrava-se praticamente todos os homens da família espalhados pelo chão, pelos sofás e cadeiras. Encontravam-se também algumas raparigas mas quase nenhuma estava a prestar atenção. Eu acenei com a cabeça e voltei a olhar para a televisão.
"Sabes que ele ainda não tirou os olhos de ti não sabes?" a Carolina falou do chão. Olhei-a confusa e depois olhei para o Harry, ele estava a observar-me com um sorriso no rosto.
"O que?" olhei-o desconfiada.
"Apenas estou a achar divertido ver-te irritada por causa de um jogo" eu ri-me.
"Já começo a imaginar os filhos deles, vão ser tão fofos." a minha tia bateu palmas e as minhas primas riram-se.
"Se ela não o agarra, eu agarro-o" a Andreia piscou o olho para o Harry mesmo sabendo que ele não tinha percebido o que ela tinha dito.
*Flashback off*
A minha família adorou-o desde o primeiro minuto e acho que é por esse motivo que me estavam sempre a perguntar se estávamos numa relação ou se iriamos estar em breve. Talvez o quisessem desesperadamente na nossa família, no nosso grupo. Eu não sabia o que sentir em relação a isso, não sabia o que é que o Harry tinha para encantar as pessoas, para as fazer sorrir.
As portas abriram-se e o Harry saiu "Vens?" peguei na minha mala e segui-o. Percorremos o corredor até encontramos o nosso quarto "803, aqui estamos nós" o Harry brincou. Coloquei a chave eletrónica na porta mas ela não abriu.
"Nunca consigo abrir estas portas" resmunguei.
"Deixa-me tentar" desviei-me dando espaço ao Harry. Com um simples movimento a porta abriu e eu olhei-o espantada "Tens que ser mais delicada." ele sorriu-me e entrou no quarto.
"Tens que ser mais delicada" imitei-o. Ele começou a rir-se.
Ele atirou-se para a sua cama "O teu pai estava a fazer um filme e nem na mesma cama dormimos." ele colocou os braços por debaixo da cabeça "Eu ia gostar disso" deitei-me na minha cama
"Ias ter sorte ias" resmunguei e fechei os olhos.
"Vais dizer que não ias gostar que eu te abraça-se durante a noite"
"Não"
"Mas ias gostar se brincássemos um pouco."
"Não mesmo" senti a minha cama a movimentar-se e um peso sobre mim. Abri os olhos e apenas vi o Harry. "O que estas a fazer?"
"Tens a certeza que não queres brincar." ele sussurrou ao meu ouvido e começou a espalhar pequenos beijos sobre o meu pescoço. Empurrei-o e ele caiu no chão. "Então?"
"Tenho a certeza absoluta." olhei para ele "Não sabes o que significa amigo?"
"Estava só a ver se não podíamos dar uma certa cor a nossa amizade" ele sorriu e eu ri-me.
"Bem podes continuar a sonhar" levantei-me e comecei a desfazer as malas.
"Seca" ele murmurou enquanto que se levantava do chão "Vou para a piscina"
O Harry por vezes conseguia ser um mistério, uns dias era carinhoso e demonstrava simplesmente amizade, mas depois havia dias como este, onde ele demonstrava querer apenas sexo. E é por causa de momentos como este que desconfio que ele seja bipolar ou algo do género, porque ninguém muda de comportamento assim do nada. Ele é simplesmente misterioso demais.
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Made of ice
Teen Fiction"Quando era pequena, costumava chorar por tudo e por nada. Hoje, com 17 anos apercebo-me que me estou a tornar numa pessoa fria." "Não és fria, és verdadeira" olhei-o nos olhos " é isso que mais gosto em ti" ele sorriu e foi nesse momento que perce...
