LUKE
Eu não tinha, literalmente, nada a perder. Não tinha amigos além do Chris, não tinha namorada, não tinha casa e não tinha mãe. Eu sentia que havia atingido a porra do fundo do poço - e com força.
Sentado no balcão de um bar, aquela já era a sétima dose de whisky sem gelo que eu pedia. Ou pelo menos eu achava que era - havia parado de contar na quinta. Na outra mão, eu terminava de fumar o último cigarro do maço que tinha no bolso. Minha visão já estava ficando turva e meus sentidos estavam se confundindo, o que era sinal de que eu estava ficando embriagado. E eu não tinha a menor intenção de parar.
De tudo de ruim que estava acontecendo na minha vida no momento, sem dúvida alguma eu elegeria a saudade da Annie como a pior. Não que fosse fácil ver minha mãe assumir um relacionamento com o cara mais detestável do mundo ou perder a minha primeira luta em direção aos regionais. Também não estava sendo fácil na academia, com o Tony praticamente me massacrando todos os dias. Mas com essas coisas eu sabia lidar. O que eu não sabia lidar era com a decepção e a saudade simultânea que sentia dela.
Eu simplesmente não entendia como eu podia sentir falta de alguém que havia me feito tão mal. Era inconcebível, e eu me julgava por isso. Eu não sabia lidar com isso e nem queria. Não tinha o menor interesse em aprender a lidar com o desconhecido e não gostava de não entender o que eu sentia.
- Essa bebida não vai resolver seus problemas, irmão. - o Chris falou, aparecendo no bar e se sentando ao meu lado -
- Como me encontrou aqui? - questionei passando os dedos na borda do copo, sem olhar para ele -
- Te liguei um milhão de vezes e você rejeitou todas as minhas chamadas. Então liguei pra sua mãe, que me contou tudo e disse que você estava na casa da sua avó. Estava a caminho de lá quando vi sua moto estacionada aqui na frente. - ele explicou - Por que não me contou o que aconteceu com sua mãe e o diretor Harris?
- É muito humilhante. - respondi - Não quero falar sobre isso. - virei o líquido do meu copo e fiz um sinal para que o bartender me servisse outro -
- Beber também não vai trazer ela de volta, Luke. - ele informou -
- Não a quero de volta. - respondi, finalmente olhando pra ele -
- Talvez você deva dizer isso a ela. - ele falou, fazendo sinal para a porta de entrada. Assim que olhei na direção, vi a Annie me encarando do outro lado do bar - Ela estava te procurando, então mandei mensagem pra ela dizendo que você estava aqui.
- Você não devia ter feito isso. - falei, virando o líquido do meu copo -
- Problemas, rapazes? - uma morena questionou, nos abordando -
- Está tudo sob controle. - o Chris informou -
- Sim. - cambaleei - Tudo em perfeito estado. - eu ironizei -
- Prazer, Olivia. - ela estendeu a mão, se apresentando. Eu podia sentir o olhar da Annie me fuzilando do outro lado do bar -
- Prazer, Luke. - eu a cumprimentei com um sorriso -
- Vem, cara. - o Chris se levantou - Vou te levar pra casa.
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Proibida Pra Mim
Teen FictionAnnie Thompson tinha apenas algumas certezas na vida. Uma delas é de que o amor verdadeiro existia, e outra era de que não queria ir para Harvard após a conclusão do seu último ano na escola. Luke Reed, por outro lado, tinha convicção de que o amor...