Annie Thompson tinha apenas algumas certezas na vida. Uma delas é de que o amor verdadeiro existia, e outra era de que não queria ir para Harvard após a conclusão do seu último ano na escola. Luke Reed, por outro lado, tinha convicção de que o amor...
Na segunda-feira, eu e o Luke havíamos nos ignorado completamente na escola. As palavras dele ainda martelavam na minha cabeça e eu não havia conseguido pregar o olho durante a noite. Eu não sabia o quão doloroso poderia ser dizer "eu te amo" sem ouvir isso de volta.
Era estranho não me sentir correspondida. Em todos os momentos em que estivemos juntos, suas atitudes sempre demonstraram que ele gostava de mim, se preocupava comigo e ficava feliz com minha presença. Até mesmo os ciúmes que ele sentia do Tyler demonstravam que ele tinha medo de me perder. Mas aparentemente eu fui uma idiota por acreditar que poderia chegar na vida dele e mudar toda a sua pré-concepção sobre o amor.
Eu estava exausta. Gostar dele me deixava exausta. E mais do que isso: me sentia completamente confusa. Nossa conversa no dia anterior não havia nos dado um desfecho e eu sequer sabia se ainda estávamos juntos ou não depois de tudo o que foi dito.
Depois das aulas, eu estava relutante, mas precisava falar com ele. Não queria me sentir da forma que sentia e muito menos implorar pra que tudo se ajeitasse, mas era muito pior continuar na situação em que estávamos. E se eu tivesse que abrir mão do meu orgulho, mais uma vez, para ficar em paz, eu abriria.
Entrei no meu carro e dirigi até sua casa, onde vi sua moto já estacionada na frente da garagem. Respirei fundo, tamborilando os dedos no volante e, depois de me encorajar mentalmente, resolvi ir até ele.
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- Oi. - ele falou surpreso, ao abrir a porta e se deparar comigo. Estava sem camisa e vestia apenas uma calça de moletom cinza -
- Será que a gente pode conversar? - questionei -
Em silêncio, ele girou o corpo para o lado, dando passagem para que eu entrasse na casa. Passei por ele e vi o Thor, seu cachorro, dormindo em cima do tapete da sala. Aparentemente ele estava sozinho.
Acompanhei ele subindo as escadas que davam em direção ao seu quarto. Entramos e ele se sentou na cadeira de sua escrivaninha, me olhando com olhos atentos e curiosos. Larguei minha mochila no canto do quarto e parei em frente a ele, balançando as pernas ansiosamente e procurando as palavras certas pra dizer.
- Eu não consegui dormir essa noite. - falei, sem saber como começar - Fico pensando em tudo que conversamos, em tudo que o meu pai te falou...
- Ontem a noite foi um erro. - ele disparou - Eu não devia ter ido até lá.
- Eu sinto muito por tudo que aconteceu. Me desculpe pelas coisas que meu pai e meu irmão te disseram. - ele soltou um riso, mas sem humor -
- Tenho certeza que sente.
- Você está sendo irônico? - questionei, sem resposta - Espera, você está me culpando por ontem a noite? - perguntei, sem acreditar -
