LUKE
Tentei abrir meus olhos, mas a claridade fazia minha vista arder. Pisquei algumas vezes devagar, tentando ajustar a visão ao ambiente em que eu me encontrava.
Eu estava lúcido, mas estava alheio à tudo que estava acontecendo ao meu redor. A ardência no meu braço direito era explicada pela agulha enfiada, que permitia que o soro, que pingava lentamente com algum medicamento, entrasse em minhas veias.
Meus dois braços e pernas possuíam ferimentos, arranhões e machucados de diversos graus, mas que pareciam estar cicatrizando bem.
Minha cabeça latejava, parecendo estar funcionando pela primeira vez dentro de um bom tempo. O fato de meus olhos ainda não terem se acostumado com a claridade do ambiente também não facilitava.
Meu ombro esquerdo estava imobilizado por uma tala, que impediam qualquer movimento que eu pudesse tentar fazer.
Senti uma leve falta de ar, e quando, naturalmente, tentei inspirar fundo, senti uma dor e uma pontada no peito, como se algo dentro de mim estivesse quebrado.
- Luke! - minha mãe falou animada, ao me ver despertando -
Ela estava virada para a janela do quarto, tomando um café, quando ouviu meu pequeno resmungo causado pela dor.
- Mãe. - eu respondi -
- Você acordou. - ela veio até mim, emocionada, segurando minha mão - Você está bem, meu filho? Como se sente?
- Não me faça pergunta difíceis. - brinquei - O que aconteceu?
- Você sofreu um acidente, filho. - ela respondeu - E desde então você está aqui no hospital. Você teve alguns ferimentos por conta disso e precisou passar por uma cirurgia cerebral, pois houve um sangramento interno. - ela explicou - Você estava na UTI em coma induzido desde então, pois os médicos queriam que sua atividade cerebral neste período fosse mínima, para acelerar sua recuperação.
- Eu me lembro do acidente. - respondi - Há quanto tempo estou aqui no hospital?
- Uma semana. O Dr. Carson, o neurologista responsável pelo seu caso, permitiu que você saísse hoje da UTI e viesse para um quarto pois você está fora de perigo agora. - ela sorriu - Está sentindo alguma coisa?
- Minha cabeça dói um pouco. - respondi -
- Bom dia! - um médico falou animado, entrando no quarto -
Ele era grisalho, parecia ter uns cinquenta e poucos anos, mas tinha um semblante simpático. Olhou atento para a prancheta que tinha em mãos e voltou seu olhar pra nós.
- Bom dia, Dr. Carson. - minha mãe respondeu -
- É um prazer finalmente te conhecer, Luke. - ele falou - Formalmente, eu digo.
- O prazer é todo meu, Doutor. - respondi -
- Você deu um trabalhão pra equipe médica na sala de cirurgia. - ele brincou - Como se sente?
- Estou um pouco zonzo, minha cabeça dói um pouco, meu peito também. Não sei explicar.
- É normal. - ele me tranquilizou - Você teve um sangramento no cérebro e tivemos que te operar. Essa tontura e dor de cabeça que você está sentindo são decorrentes da cirurgia e do efeito dos sedativos que você tomou nos últimos dias, pois estava em coma induzido. Vou prescrever alguns analgésicos pra você. - ele falou, fazendo anotações na prancheta - Quanto à dor no seu peito, é porque você teve algumas costelas quebradas no acidente, e quando você inspira com força, suas costelas se expandem muito. Posso? - ele questionou, me mostrando o estetoscópio -
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Proibida Pra Mim
Ficção AdolescenteAnnie Thompson tinha apenas algumas certezas na vida. Uma delas é de que o amor verdadeiro existia, e outra era de que não queria ir para Harvard após a conclusão do seu último ano na escola. Luke Reed, por outro lado, tinha convicção de que o amor...