CAPÍTULO 26

64.9K 4.9K 1.8K
                                    

LUKE

- Com licença, Professor McKenzie. - o Diretor Harris falou, aparecendo na sala de aula - Estou precisando falar com dois dos seus alunos.

- Claro, sem problemas. - o Professor McKenzie falou, largando o giz de cera em cima de sua mesa -

- Lucas Reed e Christopher Bonnet, por favor, podem me acompanhar até minha sala? - o Diretor Harris pediu -

Estávamos na aula de física, que já estava quase no final. Quando fomos chamados, nos levantamos juntos e atravessamos a sala até a porta sob os olhares curiosos dos outros alunos, percorrendo o caminho do corredor até a sala do diretor logo em seguida.

- Sentem-se, por favor. - o Diretor Harris pediu, logo depois de ter feito o mesmo -  Eu recebi hoje pela manhã as imagens do circuito de câmeras da escola e fui surpreendido com uma imagem em peculiar. - ele falou, virando o monitor de seu computador para que eu e o Chris pudéssemos enxergar do que se tratava -

Na tela, uma imagem em preto e branco da câmera de segurança do estacionamento mostrava o exato momento em que eu me abaixava, com um canivete nas mãos, e riscava a pintura do carro do Diretor Harris. O Chris estava de frente para a câmera, cujo ângulo focou perfeitamente em seu rosto. Quanto à mim, estava agachado e de costas, mas podia ser facilmente reconhecido pelas tatuagens no meu antebraço, que estava descoberto.

- Puta que pariu. - o Chris sussurrou, passando as mãos no rosto -

- O Christopher não teve nada a ver com isso, Diretor Harris. - falei em defesa do meu amigo - Ele não concordou com isso e sequer me ajudou. Se está procurando por um culpado, sou eu.

- O Sr. Bonnet não te ajudou, de fato, mas também não o denunciou.

- Você esperava que eu denunciasse o meu melhor amigo? - o Chris perguntou e eu levantei a mão, ordenando que ele ficasse calado - Não mande eu me calar, seu idiota! - ele retrucou -

- Cale a boca! - eu o olhei, irritado - Você não fez nada. Não seja estúpido.

- Sr. Bonnet, considerando que você não teve co-participação ativa neste ato de vandalismo, você está liberado. Mas precisarei informar este incidente aos seus pais e você receberá uma advertência escrita por isso. Você está liberado. - falou, solicitando que o Chris saísse da sala dele. O Chris me olhou uma última vez, sem querer me deixar sozinho na sala, e finalmente saiu - Quanto à você, Lucas Reed...

- Sim. - falei, aguardando que ele prosseguisse -

- Você tem consciência de que o que você fez é crime?

- Estou surpreso. - falei, fingindo estar ofendido -

- Eu não estou. Já esperava isso de alguém como você.

- Alguém como eu? - eu ri sem humor -

- Sim. Somente uma pessoa tão inconsequente e egoísta quanto você poderia fazer algo do tipo. - eu bufei, irritado, me espojando na cadeira - Sua mãe já está ciente do que aconteceu. Foi preciso uma longa conversa para que ela me convencesse a não expulsa-lo da escola. Agradeça a ela por isso.

- Sem dúvidas. Continuar aqui é o que eu mais quero na vida. - ironizei -

- De qualquer sorte, você será suspenso das atividades escolares por dois dias e terá que pagar pela pintura do meu carro.

- Isso é sério? - eu questionei - Aquela merda deve custar mais de cinco mil dólares!

- Devia ter feito um arranhão menor então. - ele ironizou, me encarando - Honestamente, Lucas, eu sou diretor há quase quinze anos. Já passei por mais escolas do que você possa imaginar e já cruzei meu caminho com alunos tão ruins quanto você. Sei que te aconteceram coisas ruins no passado, mas... - eu interrompi -

- Não ouse falar do meu passado. - falei num tom de voz normal, impaciente -

- É necessário! Você precisa enfrentar ele! - ele explicou - Sei que você sente falta do seu pai, mas não posso deixar que você cometa loucuras desse tipo porque ele morreu!

- Da próxima vez que você falar do meu pai novamente, eu vou enfiar o meu punho na sua cara. - falei batendo forte na mesa dele e me levantando - Isso é uma promessa.

Sai da sala do Diretor Harris em passos largos e firmes. Como se não bastasse aquele filho da puta me obrigar a pagar pela pintura do carro dele, com um dinheiro que eu não tinha, eu ainda era obrigado a ouvi-lo falando sobre meu pai. Eu estava tão puto que era capaz de destruir qualquer coisa que aparecesse na minha frente.

- Luke! - ouvi a Annie me chamando quando eu já estava quase alcançando a minha moto - Luke, espera!

- Não posso falar com você agora. - falei impaciente enquanto ela me alcançava -

- Luke! - ela parou, ofegante -

- Estou falando sério. - avisei -

- Você não pode falar comigo agora? Você está de brincadeira? Eu não devia nem estar aqui depois da forma que você me tratou ontem! Você não acha que me deve um pedido de desculpas? - ela questionou, impaciente -

- Desculpas? Por que eu deveria te pedir desculpas?

- Por ter me tratado daquele jeito na sua casa, talvez? - falou de um modo irônico -

- Eu não me arrependo disso, então, não, Annie, não te devo desculpas.

- Você é um completo babaca! - ela gritou -

- E você uma criancinha imatura que não aguenta ser contrariada. - falei sentando na minha moto e ligando a ignição -

Quando eu cheguei em casa, minha mãe já me aguardava na sala de estar

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Quando eu cheguei em casa, minha mãe já me aguardava na sala de estar. Ótimo. Eram onze da manhã e eu já estava prestes a encarar a terceira briga do dia.

- Eu não vou te dar sequer um dólar pra você pagar por aquela pintura, Lucas! - ela falou aos berros ao me ver entrando pela porta -

- Eu não te pedi dinheiro. - retruquei -

- Ótimo. Pois então se vire. Arranje um emprego, venda sua maldita moto, faça qualquer coisa! Mas você vai pagar por aquilo!

- Você só pode estar ficando maluca se acha que vou vender minha moto.

- Ah, não vai? - ela foi até o balcão da cozinha e pegou as chaves que eu havia acabado de deixar - Neste caso, as chaves de sua moto ficarão comigo até você achar uma forma de arranjar a porcaria deste dinheiro! - ela gritou -

- Me devolva essas chaves agora! - eu gritei de volta -

- Você não acha que o mundo gira em torno de guerra e violência? Não quer sempre resolver as coisas com base na agressividade? - falou passando por mim em direção às escadas - Pois assim será daqui pra frente. Resolveremos tudo do seu jeito.

Proibida Pra MimOnde histórias criam vida. Descubra agora