Capítulo 7

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Melissa

    Hoje quando saí do restaurante pensei que estaria com a mão quebrada pela forma como Henry a segurou, Alison parecia querer se insinuar para ele mesmo com o noivo a abraçando por trás,  odeio ela.
Estou entrando no apartamento de Henry e para ser sincera não esperava voltar aqui tão cedo, guardo o celular na bolsa e me sento no sofá o olhando.

- Vamos falar sobre essa tal proposta?

Vejo ele concordar balançando a cabeça e se sentar no sofá ao meu lado.

- Quer casar comigo?

- O que? . Engasgo com sua pergunta.

- Quer se casar comigo?
Ele repete como se fosse a coisa mais racional do mundo.
- Você enlouqueceu? Perdeu a cabeça?
Me levanto e fico de frente para Henry.
- Caso o juiz não decida a seu favor e recuse seu pedido de visto,será um plano B, se você se casar com um cidadão americano pode ser considerada uma americana e permanecer no país.

- E o que você ganha com isso?

- Meu pai só quer passar a empresa dele para meu nome se eu estiver casado, caso contrário Mark vai ser dono da empresa. Meu pai praticamente o criou junto comigo, os pais dele viviam viajando e são  vizinhos do meu pai.

- E como Mark vai casar e você não seu pai prefere que ele cuide da empresa, estou certa?
Completo o que iria dizer mas demonstrando minha raiva.
- Sim e ele inclusive tomou providências para que mesmo se morrer eu não herde a empresa.
Henry me estende um papel que parece ser um documento, olho e vejo que se trata de um testamento e vejo a condição imposta pelo senhor Heitor para com o filho.
- Mesmo para ser deportada o Estado te da um período de 3 meses para resolver tudo e esse seria o tempo que precisamos para casar, esse também é o período que dão para um casal se casar se um dos dois são de outro país.
- E como isso iria funcionar?Não é a mesma coisa que fingir ser um casal na frente da sua ex, você pode ser preso e eu mesmo assim deportada, não percebe os riscos?

- Eu não sou criança Melissa, sei de todos os riscos. Vou te enviar uma lista de como funcionaria esse tipo de casamento e quando você quiser pode me ligar em caso de dúvida ou se deseja adicionar algo.

Estou tão chocada com toda naturalidade que Henry trata desse assunto que continuo parada sem dizer uma só palavra.

- Não precisa responder agora, só me prometa pensar sobre isso.
Ele se levanta ficando a centímetros de mim e segura minha mão.

- Tudo bem eu prometo, vou te responder depois da audiência.
Olho as horas e vejo que estou atrasada para voltar ao hospital, mesmo a sua casa ficando a dez minutos do meu trabalho Henry insiste em me levar.
- Se você aceitar não vai poder contar isso para ninguém, seria muito arriscado.
- Eu não escondo nada da Christina, ela é como uma irmã pra mim.
Henry revira os olhos e aproveita que desligou o carro para pegar o celular.

- Só para ela e mais ninguém, te vejo amanhã às oito.

Me despeço e entro no hospital, alguns pensam por causa das séries médicas que todos os dias o hospital está lotado de pacientes e que dá para usar o elevador por que está vazio, pelo contrário, fica tão lotado que muitos preferem as escadas assim como eu. Quando estou no corredor das salas de cirurgia encontro com a Hanna, as vezes me pergunto como ela mantém o emprego. O quadro de enfermeiros do hospital está meio defasado e o trabalho é muito pesado, mas ela passeia mais pelos andares do que cuida de crianças  na UTI Neonatal, que por sinal nem fica nesse andar.
- Veio ficar de olho nas cirurgias?

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