Capítulo 24

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Melissa

Hoje é o dia das provas finais e estou tão nervosa que nada fica no meu estômago. Tenho certeza disso porque estou pela segunda vez colocando todo meu café da manhã para fora com Christina segurando a porta do banheiro com cara de nojo.

—fazer um teste de gravidez não vai fazer mau.
Reviro os olhos para Christina abrindo a porta e indo lavar a boca na pia.

—Já disse que não precisa, é só minha gastrite e ansiedade pelas provas.

— Tá, mas já digo logo que eu vou ser a madrinha.
Zomba e saímos para o trabalho, hoje só trabalho até meio dia e às duas da tarde faço a prova.
  Apesar de estar tudo maravilhoso no meu relacionamento com Henry, tenho medo de saber se ele ainda tem sentimentos por Alison. Casamos apenas para benefício de ambos os lados, e só por fora eu pareço uma mulher segura de si, por dentro minha cabeça grita com insegurança e perguntas se ele me ama mesmo, e se ele só estiver tentando esquecer a Alison ficando comigo? Perguntas e mais perguntas.


  Consegui todos os horários que precisava em cada  área no curso, em UTI neonatal tenho até horas extras. Dou uma pausa para almoçar e encontro Hanna, Chris e Tom sentados comendo. Como um sanduíche e vou até eles. Devem estar dando um sermão em Hanna, pois a vejo revirar os olhos enquanto come.
— Você tem que parar de se apaixonar por pacientes, isso vai te causar um processo.
—Quem vai ser processada?
Pergunto entrando na conversa me sentando entre as meninas.

— Hanna
Tom me responde com a boca cheia.

— Ela tem um paciente de transplante de rins que vive flertando com ela.
Christina explica.

— Olha quem fala né Christina, todos aqui já escutaram você com um certo professor nosso no dormitório.

Me acabo de rir enquanto Chris de engasga com o suco.
— Está rindo do que Tom? Sabe que ainda todos aqui no hospital te conhecem como 007.
Christina sempre tão doce quanto um limão, Tom odeia esse apelido por ter sido o primeiro deles a entrar no centro cirúrgico como cirurgião principal e ter perdido o paciente.

As horas voam e logo tenho que ir para a bendita prova e deixar meus amigos ainda na mesa. Antes de sair do refeitório Chris  me chama.

— Que a sorte esteja a seu favor!
Faço o mesmo símbolo da katniss e mando beijos de longe. ( ela sabe que amo jogos vorazes)

    Fazer duas horas de prova foi o mais desgastante, graças a Deus que eu me matei de estudar. Cada pergunta respondida era um alívio para mim, mas ter a certeza de boa parte das questões que respondi estão corretas não tem preço.
      Assim que acabo, pego minhas coisas e mando  mensagem para Henry, que  logo  diz estar  me esperando na entrada principal do hospital. Assim que me vê sorri de lado e me puxa para me beijar. Passo os braços pelo seus ombros como em um filme clichê. Passo a ponta dos dedos pelo seu cabelo, bagunçado um pouco.
— Que saudade eu estava deva boca.
Sorrio e selo de novo nossos lábios.
— Estou faminta, o que você acha da gente comprar alguma coisa pra comer e ir para casa?
  Passamos em uma pizzaria e seguimos direto para casa. Não preciso nem falar no quanto meu irmão ficou feliz pela janta ser pizza. Comemos e João conta como foi seu dia, e Henry brinca com ele de uma amiga da sua sala gostar dele.

Depois de João nos dar boa noite e ir para seu quarto, vou para meu  ligar a banheira. Coloco You Are The Reason do Calum Scott para tocar e entro sentindo a água morna me relaxar. Não sei por quanto tempo Henry estava me observando até sentir sua mão fazer um carinho suave em meu rosto. Abro os olhos mesmo com preguiça e percebo o quanto o amo, cada muro que levantei para não me apaixonar foi caindo um por um sem perceber.
Henry tira suas roupas e entra  na banheira ficando de frente para mim, ele segura um dos meus pés e começa a massagear, estava precisando relaxar. Continuamos curtindo a música que toca  baixo no celular e depois tomamos banho juntos. Assim que  me deito ao seu lado na cama o vejo responder uma mensagem.

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