Capítulo 2

227 12 1
                                    

Henry

Eu posso ter nascido cheio de privilégios, pais ricos, família bem estruturada, mãe médica e pai advogado, mas eu sempre quis ter as coisas por meu mérito e não porque vou herdar dos meus pais .
Tenho uma firma de advocacia pequena em comparação com a do meu pai, mais é o que me enche de orgulho, sei que poderia ter começado trabalhando com meu pai mais como vocês podem notar sou um pouco orgulhoso.
- Filho viu a sua mãe hoje? Não a acho ela em canto algum.
Meu pai pergunta enquanto eu tomo meu café.
-deve estar no hospital,o senhor sabe que ela não aguenta ficar de repouso.
Minha mãe quebrou a perna faz uns três meses e mesmo enfaixada vai escondida trabalhar no hospital, médicos e seu vício em ver sangue.
-Não sei mais o que faço com ela. Meu pai se senta com cara de derrotado e começa a comer.
-Tenho que conversar com você um assunto sério Henry e vou aproveitar que sua mãe não está aqui para se opor.
Olho para meu pai confuso com o que acabou de falar, se ele não quer minha mãe por perto para ter essa conversa é sinal de que minha mãe já sabe do assunto e já deu sua opinião sobre isso, conheço meus coroas a muito tempo para saber até o que pensam.
- Pode começar
-Coloquei uma cláusula no meu testamento e sua mãe não gostou dessa ideia ou pelo menos de parte dela .Meu pai me olha de um jeito estranho,parece que tem medo da minha reação.
-Qual é a parte que minha mãe não gostou? O senhor está me deixando confuso com essa conversa.
-Bem, na semana passada eu mandei o Otávio colocar essa cláusula. Ele tira um papel da sua pasta que estava na cadeira ao seu lado e me entrega, nela eu vejo que é o testamento do meu pai.
-É uma cópia, pode ficar se quiser.
Começo a ler mas o final me chamou atenção.

Ao meu filho Henry Shepherd, deixo meu escritório de advocacia LVP sob o seguinte decreto: poderá unir as empresas se o herdeiro já estiver em caminho de matrimônio ou herdeiro já estiver casado. Caso contrário a empresa deve ser dada a Mark  Williams.

Li aquilo e comecei a rir ou melhor gargalhar. Eu não acredito que isso seja verdade.
-O senho está de bom humor hoje para fazer esse tipo de piada.
Meu pai me olha sério e ajeitando a gravata. Olho de novo para o papel e agora noto o quão sério é esse assunto.
-Você vai fazer vinte nove anos e no nosso tipo de emprego, só somos respeitados quando vêem que somos tradicionais, casados, com filhos e eu na sua idade já tinha você e sua irmã ao contrário de você filho que fica em bares e baladas pegado qualquer uma . Chega, agora fiquei com raiva.
-O senhor não tem o direito de decidir como vivo minha vida!
-Henry!
Saio e vou direto para meu carro, meu pai já fala sobre eu "sossegar" desde que completei 23 anos. Não vou mentir, achei que ao menos estaria casado nessa idade se não fosse pelo chifre que levei da Alison a três anos atrás. A gente ia fazer um ano de namoro e eu cheguei mais cedo na nossa casa para surpreende-la mais surpreso quem ficou fui eu com minha namorada e meu melhor amigo na cama. Desde então eu prefiro não me apegar.

O dia passa rápido na empresa e para melhorar, colocando um pouco de ironia nesse melhorar, perdi um cliente para eu pai pelo simples fato de que ele notou que sou um pouco mais jovem do que ele pensou e não sou casado. Sei que essa pressão para casar já existe a um tempo e não me incomodava mas agora parece por onde olho , se eu quero que minha empresa cresça tenho que estar com uma aliança na mão.
-Não conseguiu dessa vez né chefe?.Joana, minha secretária pergunta me dando um café.
-Eu estou pensando em tirar foto com qualquer uma, enfiar num porta retrato e comprar a aliança mais vagabunda para eles acharem que sou casado .
-E eu acho que o senhor está perdendo o juízo. Ela me olha com uma cara brincalhona. Dona Joana é como uma mãe para mim, ela sabe das coisas só de olhar.
- Estou com a cabeça cheia hoje, perdi três clientes novos e só consegui um porque minha mãe pediu para ajudar uma amiga. Tomo o café e ponho os pés na minha mesa .
-Por falar nela, sua mãe ligou pedindo que vá no hospital falar com ela.
Olho as horas e vejo que já são seis da tarde, arrumo alguns documentos na mesa e falo para Joana ir para casa. Vou para o hospital encontrar minha mãe e saber sobre a tal amiga que precisa dos meus serviços. Bato na porta e abro a vendo com uns papéis nas mãos.
-Uma múmia queria falar comigo?
Ela sorri e ajeita a perna enfaixada na cadeira ao lado.
-Me respeita moleque, como foi seu dia filho?fala com um sorriso no rosto.
-nenhum pouco bom, mas eu quero saber daquela sua amiga que precisa dos meus serviços. Resolvo mudar um pouco de assunto porque não quero me estressar.
-Pena que seu turno acabou, se não a chamava aqui, ela é brasileira e ainda não conseguiu o visto, você e seu pai que sabem como isso funciona e ela se chama Melissa, tem 22 anos e já está a 2 anos aqui .
-Parece fácil se ela não infringiu nenhuma lei.
- Ela é uma boa moça, muito bonita e esforçada.
-Eu conheço a senhora dona Laura, não começa com esses elogios.
- Filho,eu acho que você devia dar uma chance a Melissa, ela não é a vaca da Alison. Surpreendo com o jeito de falar da minha mãe.
- a senhora me deixa cada dia mais surpreso, seu turno acaba quando?.Me levando e tiro a gravata do pescoço.
-tenho só mais uma paciente e depois vou para casa querido. Beijo sua testa e saio.
Parece que vai ser fácil ajudar a tal da Melissa, saio do hospital e vou a um bar que tem em frente ao hospital, o local está um pouco lotado mais consigo um lugar no balcão. Assim que dou um gole na minha cerveja uma mulher esbarrou em mim.
É ,hoje não estou nos meus melhores dias.
-Desculpa
-você não olha por onde anda .Eu me levanto e tento limpar com o guardanapo a sujeira que ela fez.
-Eu pedi desculpas mas como já vi que é um babaca eu retiro o que disse.
Ela tenta se afastar de mim mas quase cai em seguida e consigo pegá-la a tempo. Noto agora como ela é bonita mesmo um pouco desorientada.
-Sente aí . A coloco no lugar que estava sentado e peço uma àgua ao barman.

-obrigada
-Vai com calma Melissa. O barman diz entregando a água pra ela. Então não é a primeira vez que ela veio aqui.
-Você deve vir muito aqui para conhecer o barman.Sorrio para ela e espero alguma resposta mas ela só bebe a água e me olha de um jeito que parece se divertir com algo.

-Você já sabe o meu nome então eu posso saber o seu ?Ela me olha com um sorriso travesso nos lábios.

-Henry.
Ela ia dizer algo mas uma mulher chega e diz que vão tocar a música delas, a vejo sair e começarem a dançar, aproveito para observar e vejo que ela chama atenção dos caras .
Melissa se joga no ritmo da música que parece ser latina, ela é a amiga dançam juntas sem se importar com a plateia de homens babando .
-aproveitando a vista?me assusto quando vejo um amigo da minha mãe, doutor Daniel atrás de mim com um whisky na mão.
-Conhece elas?ele sorri confirmando com a cabeça e terminando sua bebida.
-Uma é minha aluna e a outra é uma enfermeira do andar da maternidade, é a protegida da sua mãe. O que aconteceu com sua camisa?só agora ele nota a camisa molhada e que o cheiro de cerveja vem de mim.
- Foi a enfermeira
Ele ri da minha cara e me conta o que sabe sobre ela, solteira, 22 anos, brasileira e que mora com a amiga e está com problemas com o consulado. Estou achando que encontrei minha futura cliente.
Depois de conversar com Daniel a perco de vista e resolvo ir para casa.

Depois de uma boa noite de sono vou fazer minha corrida do dia quando chego vejo que tem dez ligações perdidas da minha mãe e uma mensagem dizendo para ir no hospital urgente. Não sei porque mais acho que tem a ver com meu pai. Corro para lá o mais rápido que posso, quando chego encontro com Daniel saindo de um leito.
-fica calmo, Heitor teve um ataque cardíaco de madrugada mas seu quadro melhorou. Ele está no terceiro andar quarto 3125.
Agradeço a ele e vou direto para o elevador, quando estou perto da porta escuto um barulho e risadas do quarto do meu pai.
-tenho que voltar para meu trabalho mas prometo ficar de olho nele Laura.
Entro e vejo meus pais rindo e uma enfermeira abaixada pegando algo que nem me importo em saber mas continuo olhando a bunda dela.
-Veio me ver ou ficar olhando a bunda das enfermeiras ? Meu pai sempre sendo direto.
-Heitor e Henry vão constranger a Melissa. Sorrio para a própria e noto que ela me reconheceu.

O que vocês acharam do Henry? E dos seus pais? Espero que estejam gostando.
Beijo na testa e bye.

Tudo o que sonhamos Onde histórias criam vida. Descubra agora