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Vicente desliga o celular e fica um tempo tentando processar que conversa foi aquela com Diana. 

- Ela não tá bem. - diz pra si mesmo.

Vicente fica preocupado, mas pega o filho e começa a brincar com ele. Pouco tempo depois, Bernardo dorme e ele fica esperando por Diana. Mas ela está demorando mais do que ele previa e começa a ficar agoniado, preocupado. Então ele coloca um casaco e pega a chave do carro.

- Andréa.

Vicente chama a amiga de longa data. A pessoa que confiava.

- Que cara é essa, menino? - ela pergunta, aflita, ao entrar no quarto de Bernardo.

- A Diana não tá bem, Andréa. - ele responde, preocupado. - Eu vou atrás dela. - Andréa assente. Vicente se aproxima dela. - Cuida do meu menino, Andréa.

- Não precisa se preocupar, Vicente. Pode ir tranquilo.

- Se a Vivi aparecer aqui, não deixa ela subir, não deixa ela chegar perto do meu filho, muito menos pegar nele.

- Aquela cruela não vai chegar perto do nosso menino, filho. Pode ter certeza que antes disso eu arranco o couro dela. - Vicente sorri.

- Obrigado, Andréa, sei que posso confiar meu filho a você.

Ele dá um beijo na bochecha de sua antiga babá, depois se abaixa dá um beijo na cabeça do filho adormecido em seu bercinho.

E ele sai em direção a livraria que iria acontecer o coquetel.

***

Meu coração está acelerado. Nunca tive problema algum com o escuro, mas depois daquele grito pavoroso, ficar sem enxergar nada era, no mínimo, apavorante.

Assim como a luz se foi, ela voltou. A claridade doeu um pouco em meus olhos fazendo-os se fecharem temporariamente. Quando me acostumei com a luz, olhei ao redor e outro grito, agora de uma mulher, me chamou a atenção.

Não tinha ninguém onde eu estava, voltei, então, para onde eu estava há poucos minutos com Carlinhos e com a senhora simpática que eu conversara mais cedo. Mas todos se concentravam num canto mais reservado da livraria e eu os segui. O silêncio era ensurdecedor quando me deparei com a cena que todos viam.

Henrique estava estendido no chão com uma faca enfiada em sua barriga. Coloco a mão na boca, extremamente abalada.

- Meu Deus. - falo num ofego.

Carlinhos se aproxima de mim e passa o braço por meus ombros.

- O que aconteceu, Carlinhos?

Ele não me responde de imediato. Olho pra ele e o vejo com o celular no ouvido. Ouço quando ele comunica a alguém sobre um assassinato na livraria e pede pra virem depressa.

Um homem se aproxima do Henrique e vejo tocar em seu pescoço. Ele se volta para a pequena multidão ali e fala: - Não tem batimento cardíaco. Ele está morto.

Eu odeio meu ex-marido (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora